Abstract
Bordetella pertussis é o agente causal da coqueluche, importante
problema de saúde pública em todo o mundo, com elevada morbidade
e mortalidade em crianças menores de um ano de idade. Dois tipos
de vacinas contra coqueluche estão disponíveis: vacinas de célula
inteira (wP) baseada em suspensões de B. pertussis mortos e vacinas
acelulares (aP) baseada em um ou mais antígenos de B. pertussis
altamente purificados, como a toxina, pertactina e fímbrias. Apesar de
essas vacinas estarem disponíveis há mais de 50 anos, ainda hoje
se observam ciclos epidêmicos da doença sugerindo que, embora a
doença tenha diminuído, a transmissão de B. pertussis não está sendo
controlada. Sabe-se que a duração da imunidade contra a coqueluche
não é permanente e em comparação com a infecção natural, a duração
da proteção após a vacinação parece ser menor. A proteção oferecida
pelas vacinas aP parece ser menos duradoura que as wP, levantando
a hipótese de que a substituição dessas vacinas pelas ap em muitos
países, desde a década de 90, possa ter influenciado a reemergência
da coqueluche. Diversos países relataram divergência antigênica das
cepas circulantes em relação às cepas vacinais e enquanto as evoluções
genéticas mais observáveis na era da vacina wP foram as variações
alélicas e antigênicas, a aparição de cepas de B. pertussis deficientes
em pertactina foi um fenômeno associado a introdução das vacinas
acelulares. O objetivo do estudo foi verificar a ocorrência de deficiência (...)
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Copyright (c) 2021 Daniela Leite, Rosângela Siqueira de Oliveira