Avaliação da resistência de Salmonella à ação de desinfetantes ácido peracético, quaternário de amônio e hipoclorito de sódio
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Palavras-chave

Salmonella
ácido peracético
hipoclorito de sódio
quaternário de amônio

Como Citar

1.
Machado TRM, Malheiros P da S, Brandelli A, Tondo EC. Avaliação da resistência de Salmonella à ação de desinfetantes ácido peracético, quaternário de amônio e hipoclorito de sódio. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 1º de abril de 2010 [citado 13º de dezembro de 2024];69(4):475-81. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/32604

Resumo

Este estudo avaliou a resistência de três cepas de Salmonella frente aos desinfetantes ácido peracético, quaternário de amônio e hipoclorito de sódio. S. Enteritidis (SE86), responsável por mais de 90% dos surtos alimentares ocorridos no Rio Grande do Sul (RS), foi comparada com S. Typhimurium e S. Bredeney, ambas não envolvidas na ocorrência de salmonelose. A resistência aos desinfetantes foi avaliada por meio de teste de suspensão, conforme preconizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Todos os desinfetantes avaliados, nas concentrações indicadas pelos fabricantes, foram capazes de inativar as três cepas de Salmonella, entretanto, SE86 apresentou maior resistência ao hipoclorito de sódio a 400 ppm, além de ser a única cepa bacteriana capaz de sobreviver por até 15 minutos de exposição a 200 ppm desse desinfetante. Uma vez que o hipoclorito de sódio, nestas condições, é empregado com frequência como agente de desinfecção em indústrias de alimentos e serviços de alimentação, as características acima mencionadas podem contribuir para que esse microrganismo seja responsável pelos surtos de salmoneloses ocorridos no RS. Em função da importância desses micro-organismos como agentes patogênicos alimentares, cuidados especiais devem ser tomados nos processos de desinfecção e contaminação cruzada por Salmonella.
https://doi.org/10.53393/rial.2010.v69.32604
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