Composição centesimal, valor calórico, teor de colesterol e perfil de ácidos graxos da carne de búfalo (Bubalis bubalis) da cidade de São Luiz do Quitunde-AL
PDF

Palavras-chave

carne de búfalo
composição centesimal
colesterol
ácidos graxos

Como Citar

1.
Lira GM, Mancini Filho J, Torres RP, de Oliveira AC, Vasconcelos AMA, de Omena CMB, Silva de Almeida MC. Composição centesimal, valor calórico, teor de colesterol e perfil de ácidos graxos da carne de búfalo (Bubalis bubalis) da cidade de São Luiz do Quitunde-AL. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 3º de janeiro de 2005 [citado 7º de maio de 2024];64(1):31-8. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/33030

Resumo

O búfalo (Bubalis bubalis) é um animal que apresenta notável potencial para a produção de carne e leite, entretanto a literatura não apresenta muitos dados sobre os principais constituintes químicos de seus produtos. Por isso, este estudo teve como objetivo oferecer informações sobre a carne de búfalo da cidade de São Luiz do Quitunde-AL, por meio de caracterização de seu perfil de ácidos graxos, teor de colesterol, composição centesimal e valor calórico. Analisaram-se 60 amostras em três tipos de corte: alcatra (20 amostras), chã de dentro (20 amostras) e lombo paulista (20 amostras). Os resultados demonstraram elevados teores de umidade e proteínas e reduzidos valores de lipídeos, quando comparados com os de outras espécies. O maior valor calórico foi encontrado em alcatra. Os teores de colesterol corresponderam a 83,01 mg/100g (alcatra), 79,01 mg/100g (lombo paulista) e 86,70 mg/100g (chã de dentro). No perfil de ácidos graxos foram identificados vinte e dois, sendo os principais em todos os cortes os seguintes: C18:1, C18:0, C16:0, C18:2 e C20:4. O ácido esteárico (C18:0), apesar de saturado, é não aterogênico e correspondeu à metade do total dos ácidos graxos saturados em todas as amostras. A relação poliinsaturados/saturados foi 0,50 (alcatra), 0,54 (lombo paulista) e 0,60 (chã de dentro). A razão ω6/ω3 foi 2,1:1 (alcatra), 2:1 (lombo paulista) e 2,3:1 (chã de dentro). Considerando-se os dados obtidos a carne de búfalo apresenta-se como opção de um alimento saudável, quando comparada com outros tipos de carne.

https://doi.org/10.53393/rial.2005.64.33030
PDF

Referências

1. Zarkadas, CG; Marshall, W D; Khalili, AD; Ngugen, O; Karatzas, CN;Khanizadel, S. Mineral composition of selected bovine, porcine andavian muscles and meat products. J. Food Sci., 52(3): 520-25, 1987.

2. Torres, EAFS; Machado, FMS. Alimentos em questão. 1a ed. São Paulo, Ponto Crítico, 2001. p.12-6.

3. Pedro, NAR; Fili, SP; Oliveira, E. Determinação de nutrientes minerais em alguns produtos cárneos. Braz. J. Food Technol., 3: 121-27, 2000.

4. Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiróz. Os Búfalos. São Paulo, Ed. FEALQ, 1981. 185p.

5. Peixoto, MRS; Sousa, CL. Otimização e caracterização físico-química, microbiológica e sensorial de apresuntado bubalino e bovino. In: XVIIICongresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Porto Alegre. Anais do XVIII Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologiade Alimentos; 2002, p.730-34.

6. Miranda, WC. A criação de búfalos no Brasil. São Paulo, Editora dosCriadores Ltda, 1986. p.173.

7. Gonçalves, AA; Canellas, LC. Diagnóstico da comercialização de carne debúfalo na cidade de Porto Alegre (RS). In: XVIII Congresso Brasileiro deCiência e Tecnologia de Alimentos, Porto Alegre. Anais do XVIII Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos, 2002: 135-8.

8. AOAC – Association of Official Analytical Chemists. Official Methods ofAnalysis of AOAC. 15 th edition. Washington D.C., 1990, chopten 109p.

9. Folch, J; Lees, M; Sloanne Stanley, GH. A simple method for theisolation and purification of total lipide from animal tissues. J. Biol.Chem., Baltimore, 226: 497-509, 1957.

10. Brasil. Leis, Decretos, etc. Portaria nº33 de 1998 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília - DF, 30 mar. 1998.Seção I, nº 60- E, p. 5-6. Adota os valores constantes das tabelas doanexo desta portaria como níveis de IDR (Ingestão DiáriaRecomendada) para as vitaminas, minerais e proteínas.

11. Bohac, CE, Rhee, KS, Cross, HR, Ono, K. Assessement ofmethodologies for colorimetric cholesterol assay of meats. J. FoodSci. 1988; Chicago, 53: 1642 – 44.

12. Bragagnolo, N. Determinação dos teores de colesterol em carnes emassas com ovos. Campinas, 1992.105 p. [Dissertação de Mestradode Engenharia de Alimentos - Universidade Estadual de Campinas].

13. Searcy, RL, Bergquist, LM. A new color reaction for the quantitationof serum cholesterol. Clin. Chim. Acta, 1960; 5:192-99.

14. Hartman, L; Lago, BCA. Rapid preparation of fatty methyl estersfrom lipids. Lab. Pract., 22: 475-77, 1973.

15. Rodrigues, VC; Bressan, MC; Cardoso, MG; Freitas, RTF. Ácidos graxosna carne de búfalos e bovinos castrados e inteiros. R. Bras. Zoot.33(2): 434-43,2004.

16. Torres, EAFS, Campos, NC, Duarte, M; Garbelotti, ML, Philippi, ST,Rodrigues, SM. Composição centesimal e valor calórico de alimentosde origem animal. Ciênc. Tecnol. Aliment., 20(2): 145-50, 2000.

17. Franco, G. Tabela de Composição Química dos Alimentos, 8° ed. Riode Janeiro, Livraria Atheneu, p. 155-69, 1992.

18. Lira, GM; Sant ́ana, AEG; Araújo, DCS; Menezes, MES; Oliveira, FR.Determinação de lipídios e colesterol em carnes bovina e suínacomercializadas em Maceió. Nutrire: Rev. Soc. Bras. Alim. Nutr./J.Brazilian Soc. Food Nutr., 21: 7-16, 2001.

19. Bragagnolo, N; Rodriguez-Amaya, DB. Teores de colesterol, lipídiostotais e ácidos graxos em cortes de carne suína. Ciênc. Tecnol. Aliment.,22(1):98-104, 2002.

20. National Cholesterol Education Program. Report of the NationalCholesterol Education Program expect panel on detection, evaluation,and treatment of high blood cholesterol in adults. Arch. Int. Med.,148:36-9, 1988.

21. III Diretrizes Brasileiras Sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevençãoda Aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da SociedadeBrasileira de Cardiologia. Arq. Bras. Cardiol. 77: 2001.

22. Ferrara, B; Infascell, F. Buffalo meat production. World BuffaloCongress.1994, São Paulo. Proccedings... São Paulo: FAO/FINEP, 1:122-136.

23. Bragagnolo, N; Rodriguez – Amaya, DB. Teores de colesterol emcarne suína e bovina e efeito do cozimento. Ciênc. Tecnol. Aliment.v.15, p. 11-17, 1995.

24. Browning, MA; Huffman, DL; Egbert, WR; Jungst, SB. Physical andcompositional characteristics of beef carcasses selected for leanness.J Food Sci. 55(1): 9-14, 1990.

25. Madruga, MS; Figueirido, MJ; Nunes, ML; Lima, FMS. Teores decolesterol de lingüiças de frango “light” e tradicionais submetidas adiferentes condições de estocagem. Ciênc. Tecnol. Aliment. 24 (4):527 - 31, 2004.

26. Monteiro, EM. Influência do cruzamento Ile de France x Corriedale(F1) nos parâmetros de qualidade da carne de cordeiro. São Paulo,1998. 99p [Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas –Universidade de São Paulo].

27. Spector, AA. Essentialy of fatty acids. Lipids, 34, Suplement, 1999.

28. Curi, R; Pompéia, C; Miyasaka, K; Procopio, J. Entendendo as Gorduras– Os Ácidos Graxos. São Paulo, Editora Manole Ltda. 1° ed., 2002.

29. Oda, SHI; Bressan, MC; Cardoso, MG; Freitas, RTF; Miguel, GZ; Faria,PB; et al. Efeitos dos métodos de abate e sexo na composiçãocentesimal, perfil de ácidos graxos e colesterol da carne de capivaras.Ciênc. Tecnol. Aliment. 24(2): 236-42, 2004.

30. Bonanome, AMD; Grundy SM. Effect of dietary stearic acid on plasmacholesterol and lipoprotein levels. New England J Medicine, 318 (19):1244-7. 1988.

31. Pompéia, C; Procópio, J; Curi, R. Fatty acids and the immune system.Rev. Bras. Ciênc. Farm./Braz. J. Pharm. Sci., 35(2): 165-94, 1999.

32. British Nutrition Foundations. Unsaturated fatty acids: nutritionaland physiological significance; the report of the British NutritionFoundation’s Task Force. London: Chapman & Hall, 1994. 211p.

33. Turatti, J.M; Gomes, RAR; Athié, I. LIPÍDEOS: Aspectos funcionaise novas tendências. Campinas: ITAL, 2002. 78p.

34. Bragagnolo, N. Fatores que influenciam o nível de colesterol, lipídiostotais e composição de ácidos graxos em camarão e carne. Campinas,1997.123 p. [Tese de Doutorado em Ciência de Alimentos. Faculdadede Engenharia de Alimentos. Universidade Estadual de Campinas].

35. Paleari, MA; Camisasca, S; Beretta, G; Renan, P; Corisco, P; Bertolo,G; Crivelli, G. Ostrich meat physico chemical characteristics andcomparison with turkey and bovine meat. Meat Sci. 48 (3/4): 205-10,1998.

36. Lima, FEL; Menezes, TN; Tavares, MP; Szarfarc, SC; Fisberg, RM. Ácidos graxos e doenças cardiovasculares: uma revisão. Rev. Nutr.Campinas, 13(2): 73-80, 2000.

37. Belda, MCR; Pourchet-Campos, MA. Ácidos graxos essenciais em nutrição: uma visão atualizada. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas,11(1): 5-35, 1991.

38. Uauy, R; Mena, P; Valenzuela, A. Essential fatty acids as determinants of lipids requeriments in infants, children and adults. European J. Clin.Nutrition. 53 (1):66-67, 1999.

39. British Departament of Health. Nutritional of cardiovascular diseases. Report on health and social subjects, n° 46. London, 1994.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2005 Giselda Macena Lira, Jorge Mancini Filho, Rosângela Pavan Torres, Alane Cabral de Oliveira, Alba Maria Alves Vasconcelos, Cristhiane Maria Bazílio de Omena, Michelle Cristina Silva de Almeida

Downloads

Não há dados estatísticos.