Resumo
A sensibilidade das moscas Drosophila melanogaster ao endosulfan e o seu uso no biomonitoramento dos resíduos do inseticida em couve, foram avaliados. Nas condições do bioensaio, método do filme seco em placa de Petri, o endosulfan se degrada em função da temperatura, sendo mais rápida para o isôrnero alfa do que para o beta. Os bioensaios com D. melanogaster indicaram que a toxicidade do endosulfan aumenta com a temperatura (25 a 35°C) e que as fêmeas são mais sensíveis ao inseticida. Os valores da CL 50, calculados em função da temperatura, variaram entre 4,2 e 11,7 ug/g pc para machos e 2,8 e 8,1 ug/g pc para fêmeas. Os resíduos de endosulfan em couve-manteiga foram determinados pelo método de bioensaio, que apresentou um limite de quantificação da ordem de 0,1 mglkg e reprodutibilidade com coeficiente de variação de 10 %. A validação do bioensaio por cromatografia a gás corrobora a viabilidade do emprego da D. melanogaster no monitoramento de resíduos de endosulfan em couve.
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