Neurocisticercose: Aspectos clínicos, epidemiológicos e análise de 171 prontuários do Instituto de Infectologia Emílio Ribas de 1980 a 1990
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1.
E.A. B. Neurocisticercose: Aspectos clínicos, epidemiológicos e análise de 171 prontuários do Instituto de Infectologia Emílio Ribas de 1980 a 1990. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 2003 Dec. 30 [cited 2024 May 18];62(3):251. Available from: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/34910

Abstract

De 171 prontuários de casos de neurocisticercose
registrados no Instituto de Infectologia Emílio Ribas no período
de 1980 a 1990, foram extraídos os dados possíveis de ordem
clínica, epidemiológica e de exploração laboratorial.
O A. procedeu ao estudo individual e conjuntural,
estabelecendo tabelas com dados de naturalidade, procedência,
idade, ocupação, hábitos, sintomatologia e evolução. Verifica
que as informações dos prontuários são deficientes,
contrastando com a importância, a freqüência e as repercussões
graves da doença que, em geral, não é reconhecida de pronto.
Mostra que é indispensável a complementação do
diagnóstico clínico-epidemiológico por exames subsidiários do
LCR e de neuroimagem e que o seguimento é fundamental para
a detecção e tratamento precoces de complicações, tais como, a
hidrocefalia, a doença racemosa e as infecções bacterianas
concomitantes.
O LCR identificou a eosinofilorraquia em 63% dos
pacientes à admissão, as provas imunológicas foram positivas
em 85% desses casos, a maioria com história clínica de cefaféia
e irritação meníngea, sugestivos do processo meningítico
verificado, os exames de neuroimagem identificaram lesões
císticas e calcificadas como alteração predominante.
O A. acentua que o diagnóstico de epilepsia tardia deve
incluir a pesquisa da neurocisticercose e que a tríade meningites
recorrentes, hipoglicorraquia e neurocisticercose pode indicar a
hidrocefalia, a cisticercose racemosa, ou ambas. A febre foi
indicativa de gravidade ao acompanhar estes processos
inflamatórios recorrentes ou obstrutivos e que culminaram com
o óbito. Relata que a neurocisticercose, à admissão, mimetiza
meningites bacterianas, meningites virais, meningites
indeterminadas, afecções cerebrais neoplásicas, vasculares e
uma variedade de outras doenças.
O complexo teníase/cisticercose esteve presente nas áreas
rurais e, também, nas urbanas, de regiões consideradas indenes
com casos autóctones provenientes dos Estados do Piauí,
Rondônia, Goiás e Mato Grosso do Sul. A prevalência da teníase
em 3% dos pacientes indica perenidade do parasita heteroxênio
no ecossistema brasileiro.
Faz, também, recomendações para que se proceda a um
interrogatório meticuloso do paciente sobre a sintomatologia e
os seus antecedentes epidemiológicos através da elaboração
de interrogatório dirigido próprio, a fim de se obter a idéia para o
diagnóstico precocemente. Finalmente descreve o cenário
patocenótico do período e, questiona a colocação da
neurocisticercose no rol das doenças de notificação compulsória
em São Paulo.

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Copyright (c) 2003 Revista do Instituto Adolfo Lutz

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