Abstract
No Brasil, os Programas de Controle da Leishmaniose Visceral (LV) tem enfatizado a importância do diagnóstico e tratamento precoce dos casos humanos; do controle do vetor e, da identificação e retirada dos cães infectados, por constituírem estes os principais reservatórios domésticos do agente etiológico. No estado de São Paulo, ainda hoje, adota-se o uso de eluatos sangüíneos nos inquéritos caninos. No presente estudo objetivou-se avaliar: I - a capacidade de absorção de diferentes volumes de sangue em papéis - filtro de diferentes especificações; II - avaliar os resultados obtidos na RIFI e ELISA com a utilização de eluatos obtidos de diferentes papéis – filtro comparando-os com aqueles obtidos em amostras de soro. Foram utilizados os papéis - filtro: Whatman-1, J. Prolab 80, Nalgon 80 e Schleicher & Schuell. O sangue foi coletado de cinco cães com LV e as amostras aplicadas em picotes de 6 mm de diâmetro dos diferentes papéis em volumes de 5, 10, 15 e 20 µL e sem volume pré-determinado. Amostras de soro sangüíneo dos mesmos cães foram utilizadas como controle. Utilizou-se os “Kits” ELISA e RIFI (Bio-Manguinhos). Os quatro tipos de papéis-filtro absorveram os diferentes volumes de sangue o que por si só reveste de preocupação quanto a confiabilidade dos resultados visto ser indicado um procedimento único para a eluição e diluição inicial da amostra. Nas reações de ELISA e RIFI foi obtido um painel de resultados discordantes, entre 20 e 40%, entre as diferentes técnicas, diferentes tipos de papel - filtro e entre amostras de soro e eluatos. As discordâncias podem ser atribuídas em razão de distribuição não homogênea da amostra de sangue quando aplicada aos papéis - filtro; diferenças na composição química; porosidade dos papéis; e outros fatores interferentes. Com base nos resultados obtidos os autores propõem novos estudos para possível suspensão e exclusão do uso de papel de filtro.

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