Abstract
A tuberculose multirresistente (TBMDR) é definida como resistência a Isoniazida (INH) e Rifampicina (RIF). Tuberculose extensivamente resistente (TB-XDR) apresenta resistência a INH e RIF, a qualquer tipode Fluoroquinolona e pelo menos a um dos três medicamentos injetáveis de 2ª linha, Capreomicina (CA), Kanamicina (KA) e Amicacina (AK). Até 2008, muitos laboratórios realizavam a determinação da resistência aos fármacos de segunda linha pelo método da Concentração Inibitória Mínima (CIM). Em 2008, a Organização Mundial da Saúde recomendou a realização de Teste de Sensibilidade (TS) aos fármacos de 2ª linha pelo método MGIT960. Comparamos a CIM dos fármacos AK, CA, KA e Ofloxacina (OF) com o método MGIT960 (padrão ouro). Foram analisados 151 isolados de M. tuberculosis (MTB)MR, recebidos pelo Núcleo de Tuberculose e Micobacterioses do Instituto Adolfo Lutz (NTM) de janeiro a dezembro de 2008. Foram observados 121 (80,13%) resultados concordantes e 30 (19,87%) discordantes. Entre os resultados discordantes, todos mostraram sensibilidade na CIM e resistência no MGIT960, em vários fármacos. A CIM apresentou sensibilidade de 99,24%, 100%, 100% e 92,3% e especificidade de 88,88%, 9,67%, 23,1% e 76,2% para AK, OF, CA e KA respectivamente, quando comparado ao MGIT960. A CIM não apresentou boa especificidade, não sendo capaz de detectar a resistência em um elevado número de isolados de MTB resistentes a OF e CA. Entre os 151 isolados TBMDR, havia 17 (11,25%) isolados XDR pelo método MGIT960. Em 2011 o NTM participou de um ensaio de proficiência para TS aos fármacos de 2ª linha, com painel de cepas enviado pelo Centro de Referência Prof. Helio Fraga. Ametodologia avaliada foi o BACTEC MGIT960, com aprovação de 100% de concordância nos resultados gerados. Estes dados demonstraram que o método de CIM não é eficaz para ser utilizado de rotina na detecção de resistência aos fármacos de segunda linha.
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