Abstract
O Brasil é um grande produtor de pimenta do reino e sua utilização como guarnição representa um risco à saúde, uma vez que a mesma pode ser utilizada diretamente sobre o alimento, sem nenhuma etapa que neutralize os contaminantes presentes. A pesquisa de matérias estranhas em alimentos é de fundamental importância para a manutenção da qualidade física, sanitária e nutricional do produto. O objetivo do trabalho foi avaliar as condições higiênico-sanitárias da pimenta do reino em pó, comercializada em diferentes pontos da cidade de São Paulo, por meio de duas diferentes técnicas para detecção de sujidades leves. De maio a setembro/2006, foram analisadas 22 amostras de pimenta do reino em pó adquiridas no comércio da cidade de São Paulo, com marcas, lotes e prazos de validades distintos. Para a análise foi utilizada a técnica de flutuação segundo a Association of Official Analytical Chemists (AOAC) e o ensaio imunoenzimático – ELISA. As amostras foram processadas em duplicatas e os resultados expressos como média aritmética. Observou-se que 100% das amostras continham fragmentos de insetos e em várias amostras mais de um tipo de matéria estranha; e 23% das amostras mostraram ser impróprias ao consumo em virtude da presença de pêlos de roedor. Para realizar o ELISA, foram adicionados os padrões constituídos de 1, 2, 4, 8 e 10 insetos para estimar o número de insetos nas amostras em análise, por meio de valores de densidade óptica (DO). Verificou-se que 36,4% das amostras apresentaram valores de DO próximos aos correspondentes ao do padrão 8 insetos, 40,9% ao do padrão 4, 18,2% ao do padrão 10 e 4,5% ao do padrão 2 insetos. A técnica descrita na AOAC mostra ser mais apropriada, em função de sua eficiência de detecção de insetos, bem como de outras matérias estranhas, enquanto que o ELISA detecta especificamente a miosina presente no músculo dos insetos, cuja degradação ocorre com o passar do tempo.
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