Aglutininas heterófilas na linfogranulomatose de Nicolas Favre
PDF (Português (Brasil))

Cómo citar

1.
Gomes L de S, Silva M de B e. Aglutininas heterófilas na linfogranulomatose de Nicolas Favre. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 31 de enero de 1942 [citado 23 de noviembre de 2024];2(2):212-30. Disponible en: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/33088

Resumen

Depois de fazerem uma síntese dos trabalhos publicados desde1911 sobre anticorpos heterofilos, referem-se os autores à aplicação prática desses trabalhos na diagnose da Mononucleose infecciosa (Reação de Paul - Bunnell - Davidsohn). Em nota à margem do assunto, relembram provas por eles realizadas no Instituto Adolfo Lutz, no sentido de esclarecer a epidemia que grassou em São Paulo, este ano, nos meses de Março e Abril, e transcrevem o comunicado oficial sobre essa epidemia, fornecido na ocasião pelo Departamento de Saúde do Estado. Relatam, a seguir, pesquisas de aglutininas heterofilas para eritrócitos de carneiro, por eles realizadas nos soros de numerosos doentes de Linfogranulomatose de Nicolas-Favre. Justificando suas pesquisas, dizem os autores que, entre 76 condições clínicas diferentes, examinadas por vários autores, e nas quais os títulos aglutinantes eram baixos, não constavam casos de moléstia de Nicolas-Favre. E, no entanto, esta moléstia é produzida por um vírus eminentemente linfotropo, cuja ação se reflete sobre todo o sistema retículo-endotelial, como acontece na Mononucleose infecciosa. Examinando soros de 75 linfogranulomatosos (adenite inguinal, retite estenosante, etc.), diagnosticados todos sob o ponto de vista clínico e alérgico (Reação de Frei), encontraram os autores, com frequência, nesses soros, aglutininas anti-carneiro em altos títulos. Tomando como título positivo mínimo, a diluição de 1:112, obtiveram 64 % de aglutinações positivas. Tomando como título positivo mínimo, a diluição de 1:224, obtiveram, ainda assim, a expressiva porcentagem de 41,33 % de aglutinações positivas. O título máximo encontrado foi de 1:7168. O título médio de aglutinação dos soros de linfogranulomatosos foi igual a 1:296. Contraprovaram sua técnica com 75 soros normais, dos quais apenas 2,66% atingiram o título de 1:112. Nenhum atingiu o título de 1:224. O título médio de aglutinação dos soros normais foi igual a 1:30. Demoram-se os autores em considerações sobre a parte técnica e sobre os resultados obtidos, focalizando depois um aspecto interessante das suas observações: os altos títulos aglutinantes encontrados nos soros de alguns doentes crônicos. Em 8 destes casos crônicos, cujo tempo de moléstia variava de 1 a 15 anos, acharam títulos entre 1:224 e 1:1792. Estas observações parecem indicar uma possível ação, lenta e contínua, do vírus poradênico. Os autores dizem que estão longe de pensar que o seu achado possa invalidar a Reação de Paul e Bunnell, à qual, posteriormente, ajuntou Davidsohn provas de absorção que lhe deram ainda maior segurança diagnóstica. Mas, por outro lado, acham que, paralelamente à moléstia do soro, a hipótese da Linfogranulomatose de Nicolas-Favre deverá ser também considerada sempre que; praticando-se a 1.a fase da reação para o diagnóstico da Mononucleose infecciosa, depararmos com altos títulos de aglutinação. Aliás, uma breve indagação anamnésica do doente, por si só, orientaria perfeitamente o clínico na interpretação da prova de laboratório. Salientam ainda que, no caso especial da Linfogranulomatose de Nicolas-Favre, as crianças ficariam praticamente afastadas, incidindo a maior frequência da moléstia, nos adultos entre 18 e 45 anos de idade. Dizem finalmente os autores que, prosseguem suas investigações no sentido de identificar o tipo dessas aglutininas heterofilas. Para isso já iniciaram as provas de absorção com rim de cobaio, glóbulos de boi e com o próprio vírus poradênico. Os resultados dessas provas serão oportunamente comunicados.

https://doi.org/10.53393/rial.1942.2.33088
PDF (Português (Brasil))

Citas

1. - FORSSMANN, J. - 1911, Biochem. Ztschr., 37, 78.

2. - FRIEDEMANN, U. - 1917, Biochem. Ztschr., 80, 333.

3. - DAVIDSOHN, I. - 1927, Arch. of Path. nº 4, 776-806.

4. - FUKUHARA, Y. e ANDO, J. - 1914, Ztschr. f. hmn. uncl. Exp. Therap., 22, 631

5. - TROU-HIA-Hsu - 1922, Ztsch;'. f. lrmn. und Exp. Themp., 34, 507.

6. - KRITCHEVSKY, I. L. - 1923, Ztschr. f. hnrn. und Exp. Therap., 36, L

7. - FRIEDE, K. A. e GRUENBAUN, F. F. - 1925, lmmu. E,-.;p. Therap., 44, 314.

8. - KOLMER, J. A. e TOYAMA, l. - 1918, J. of lmmu., 3, 326.

9. - DEICHER, H. - 1926, Zeistehr. f. Hyg., 106, 561.

10. - DAVIDSOHN, I. ~ 1929, The Journ. of Imm., 16, 259. 1930, The Journ. of hmn., 18, 31. 1933, The Journ. of Inf. Dis., 53, 219.

11. - PAUL, J. R. e BUNNELL, W. W. - 1932, Am. Journ. of Med. Sc., 183, 90.

12. - BA.LEY, G. H. e RAFFEL, S. - 1935, J. Clin. Investigation, 14, 228.

13. - STUART, FULTON, AsH e GREGORY - 1936, Journ. Inf. Dis., 39, 70.

14. - DAVIDSOB:N, I. - 1937, The Journ. of the Amer. Med. Assoc., 108, 289.

15. - KAGAN, N. W. - 1931, Ztschr. f. hnm. u. Exp. Ther., 72, 20.

16. - STUART, C. A. e col. - 1934, Arch. of Internai Med., 54, 199.

17. - BARRETT, A. lVI. - 1941, Journ. of Hygene, 41, 330.

18. - M. BRITTO E SILVA - 1941, Revista elo Inst. Adolfo Lutz, 1, nº 1, 160.

19. - M. BRITTO E SILVA - 1942, Revista do Inst. Adolfo Lutz, 2, nº 1, 42.

20. - BUNNELL, W. W. - 1933, The Amer. Journ. of Med. Sc., 186, 346.

21. - LANDSTEINER, K., e LEVINE, P. - 1926, Journ. hmn., 12, 441.

Creative Commons License

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.

Derechos de autor 1942 Revista del Instituto Adolfo Lutz

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.