Resumen
Em continuação a estudos iniciados anteriormente, visando padronização de parâmetros envolvidos na realização de xenodiagnóstico, procurou-se observar neste experimento as relações existentes entre as manipulações em laboratório, a quantidade de sangue ingerido no repasto sangüíneo e o desenvolvimento ninfal de Triatoma infestans. Foram utilizados dois grupos, formados por 180 ninfas de 1.0 estádio cada um. Um destes grupos constituiu a amostra testada para as manipulações diárias de pesagem, enquanto o outro grupo foi mantido sem manipulação, servindo como controle. A manipulação interferiu na quantidade de sangue sugado, tendo o grupo manipulado sugado cerca de 35% menos sangue do que o controle.
A quantidade de sangue sugado pelas ninfas, no estádio em que morreram, correspondeu a valor sensivelmente menor do que O observado para a média do volume de sangue sugado pelos demais insetos de mesmo estádio, que sobreviveram à muda seguinte. A medida que os reduvídeos avançaram em seus estádios evolutivos, necessitaram mais repastos; assim, no 1.0 estádio 82,43% das ninfas precisaram um único repasto, enquanto no 5.° estádio 77,39% tiveram que se alimentar duas ou mais vezes. Nos estádios mais jovens, quando ocorreu necessidade de mais de um repasto, dentro do mesmo estádio, observou-se que a quase totalidade das ninfas sugaram quantidade de sangue maior do que em repasto anterior. Tais informações permitem
que os autores discutam sobre as formas e condições de criação de triatomíneos em laboratório e sobre as ninfas adequadas ao xenodiagnóstico.
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