Qualidade da notificação e efeitos na vigilância da febre maculosa no Rio de Janeiro: enfrentando lacunas nos dados para aprimorar a resposta em saúde pública
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Palabras clave

Febre Maculosa
Sistemas de Informação de Agravos de Notificação
Qualidade dos Dados
Vigilância em Saúde Pública

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1.
Ferrão LC da S, Souza GF de, Rodrigues CM. Qualidade da notificação e efeitos na vigilância da febre maculosa no Rio de Janeiro: enfrentando lacunas nos dados para aprimorar a resposta em saúde pública. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 23 de septiembre de 2025 [citado 3 de octubre de 2025];84:1-12,e41688. Disponible en: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/41688

Resumen

Este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade dos dados de fichas de investigação sobre febre maculosa notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no estado do Rio de Janeiro entre 2007 e 2019. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo e transversal de 1.403 notificações de casos humanos suspeitos de febre maculosa em que foram analisados os atributos de qualidade: completude (proporção de campos preenchidos), oportunidade (tempo entre início dos sintomas e notificação) e consistência (coerência entre variáveis relacionadas). Do total de notificações, 176 (12,5%) foram confirmadas, 946 (67,1%) descartadas, 131 (9,3%) inconclusivas e 154 (11,1%) sem informação (vazias/ignoradas). A completude variou entre 32,6% (evolução clínica) e 75,0% (presença de vetor). A oportunidade mostrou que 54,1% dos casos foram encerrados no prazo, mas apenas 47,1% das hospitalizações foram notificadas em 24h. A letalidade foi de 39,8%, com 31,1% de óbitos dentre casos confirmados com exposição ao vetor. A qualidade dos dados apresenta deficiências significativas que comprometem a vigilância efetiva da febre maculosa no Rio de Janeiro, demandando melhorias na completude, oportunidade e integração dos sistemas de informação.

https://doi.org/10.53393/rial.2025.v.84.41688
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