Resumo
Os produtos derivados de frutas comercializados no Brasil e os exportados exigem do setor produtivo o atendimento aos padrões de qualidade e segurança. Esses produtos, dentre eles, as polpas de frutas podem conter matérias estranhas em função de condições ou práticas inadequadas de produção, armazenamento ou distribuição, incluindo-se sujidades, material decomposto e materiais diversos. No presente estudo foram avaliadas as condições sanitárias (presença de matérias estranhas) de polpas de frutas comercializadas na Grande São Paulo, durante as quatro estações do ano de 2010. Foram analisadas 115 amostras de polpa de tomate, 93 de polpa de goiaba, 99 de polpa de morango e 89 polpas de manga, empregando-se as técnicas descritas na AOAC, 18 ed, 2005, Capítulo 16 - Matérias Estranhas: Isolamento. Os fragmentos de insetos foram detectados na maior porcentagem de amostras (em 93 % de goiaba e de morango, em 77 % de tomate e 48 % de manga), seguidos de pelos de roedor (24 % em tomate, 3 % em goiaba, 1 % em morango e 0,5 % em manga). Os ácaros foram mais freqüentes nas amostras de morango (33 %). No geral, a maioria das polpas analisadas apresentou condições sanitárias satisfatórias, o que indica que as Boas Práticas de Fabricação foram adotadas pelo setor produtivo.Referências
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