Hanseníase em menores de 15 anos em área hiperendêmica da região norte do Brasil
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Palavras-chave

Hanseníase
Criança
Adolescente
Epidemiologia descritiva
Diagnóstico

Como Citar

1.
Santana LC de, Rezende FB, Giovelli AA, Pedreira MS, Martins-Melo FR, Monteiro LD. Hanseníase em menores de 15 anos em área hiperendêmica da região norte do Brasil. Hansen. Int. [Internet]. 31º de janeiro de 2020 [citado 23º de dezembro de 2024];43:1-14. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/34600

Resumo

Palmas é a capital mais hiperendêmica para hanseníase no Brasil, com transmissão ativa e persistência de focos de transmissão. O objetivo do estudo foi descrever o perfil clínico e epidemiológico da hanseníase em menores de 15 anos avaliados pelo Protocolo Complementar de Investigação Diagnóstico para menores de 15 anos de idade (PCID < 15 anos) em Palmas, Tocantins. Realizou-se um estudo descritivo dos casos diagnosticados e avaliados pelo PCID < 15 anos entre 2016 e 2017. Foram avaliados 71 casos pelo protocolo. Desses, 83,10% tinham nervos acometidos, 92,96% multibacilares, 38,03% com grau 1 ou 2 de incapacidade. O escore OMP variou entre 1 e 6 em 22,54% dos casos. O tempo de aparecimento dos sinais e sintomas foi de 6 meses a 1 ano em 35,21% dos casos. 73,24% tinham pessoas com problema de pele na família; 87,32% tinham pessoas com hanseníase na família. Entre 1 e 26 lesões/manchas de pele foi constatada em 88,73% com perda de sensibilidade. A presença de 1 ou 2 cicatrizes de BCG foi registrada em 90,14% dos casos. A busca dos contatos de casos confirmados e a avaliação em tempo oportuno é crucial para o diagnóstico precoce da hanseníase em crianças e adolescentes, pois só assim será possível diminuir as fontes de infecção, interromper a cadeia de transmissão, prevenir incapacidades físicas, psicológicas e sociais.
https://doi.org/10.47878/hi.2018.v43.34600
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