Análise da qualidade de vida em pacientes com incapacidades funcionais decorrentes de hanseníase
PDF

Palavras-chave

qualidade de vida
hanseníase
deformidades

Como Citar

1.
Sousa NP de, Silva MI de B, Lobo CG, Barboza MC de C, Abdon AP de V. Análise da qualidade de vida em pacientes com incapacidades funcionais decorrentes de hanseníase. Hansen. Int. [Internet]. 30º de junho de 2011 [citado 22º de novembro de 2024];36(1):11-6. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/35107

Resumo

A hanseníase é uma doença infecciosa, causada pelo Mycobacterium leprae, micro-organismo que acomete principalmente a pele e os nervos. É considerada no Brasil como um problema de saúde pública, por causar incapacidades e deformidades que podem levar a alterações da qualidade de vida. Objetivou-se, neste trabalho, analisar a qualidade geral da vida dos indivíduos com hanseníase. Foi realizado um estudo transversal com 100 pacientes submetidos a tratamento no Centro de Referência  Dona Libânia, independente do sexo e com idade superior a 18 anos. Foram aplicados 02 questionários: qualidade de vida SF-36 e outro abordando aspectos epidemiológicos, socioeconômicos e característica da doença. Os resultados mostraram que a metade era do sexo masculino (n=54). A média de idade de 39,2 ± 12,57, com maior prevalência entre 26 a 45 anos (n=44). Dos entrevistados, 51 tinham o primeiro grau incompleto e 91 apresentavam renda familiar de 1 a 3 salários mínimos. Na qualidade de vida, os domínios que apresentaram valores baixos foram limitação por aspecto físico, dor e aspecto emocional, quando comparado aos demais (p<0,05). Ao classificar a média dos domínios, a capacidade funcional, aspecto social e saúde mental foram enquadrados como “muito bom”. Entretanto, limitação por aspecto físico, dor, estado geral de saúde, vitalidade e aspecto emocional obtiveram perfil “bom”. Pode-se concluir que a hanseníase interfere na qualidade de vida dos pacientes, por ser uma patologia que gera incapacidades funcionais, acarretando a diminuição da atividade laboral e restrição da vida social.

https://doi.org/10.47878/hi.2011.v36.35107
PDF

Referências

1 Araújo MG. Hanseníase no Brasil. Rev Soc Bras Med Trop. 2003 36(3): 373-382.
2 Gomes FG, Frade MAC, Foss NT. Úlceras cutâneas na hanseníase: perfil clínico-epidemiológico dos pacientes. An Bras Dermatol. 2007 82(5): 433-437.
3 Martelli CMT, Stefani MMA, Penna GO. Endemias e epidemias brasileiras, desafios e perspectivas de investigação científica: hanseníase. Rev bras epidemiol. 2002 5(3): 273-285.
4 Barbosa AM, Sousa LO, Nery TA. Avaliação neurofuncional e prevenção de incapacidades físicas na hanseníase. Estudos. 2004 31(2): 289-306.
5 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia para controle da hanseníase. Brasília. Ministério da Saúde, 2002.
6 Gomes CCD, Pontes MA, Gonçalves HS. Perfil clínico-epidemiológico dos pacientes diagnosticados com hanseníase em um centro de referência na região nordeste do Brasil. An Bras Dermatol. 2005 80(supl. 3): 283-288.
7 Mello RS, Popoaskim MCP, Nunes DH. Perfil dos pacientes portadores de hanseníase na Região Sul do estado de Santa Catarina no período de 1 de janeiro de 1999 a 31 de dezembro de 2003. Arq Catarin Med. 2006 35(1): 29-36.
8 Seidl EMF, Zannon CMLC. Qualidade de vida e saúde: aspectos conceituais e metodológicos. Cad saúde pública. 2004 20(2): 580-588.
9 Brasil. Resolução CNS n.°196, de 10 de outubro de 1996. Aprova diretriz e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União 1996 out; Seção 1(201): 21082.
10 Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W, Meinão I, Quaresma MR. Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36). Rev Bras Reumatol. 1999 39(3): 143–50.
11 Lorenzi FG. II Consenso Brasileiro sobre Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - DPOC. J bras pneumol. 2005 30(5).
[acesso em 20 novembro 2008]. Disponível em:http://jornaldepneumologia.com.br/PDF/Suple_124_40_DPOC_COMPLETO_FINALimpresso.pdf
12 Tokars E, Kluppel E, Pinto ACS, Fraresso AC, Fujiname A, Jaschek AC, Ribeiro RC. A Contribuição do Tratamento Fisioterápico em Portadores de Hanseníase num Hospital-Escola de Curitiba. Reabilitar. 2003 5(18): 32-36.
13 Helene LMF, Salum MJL. A reprodução social da hanseníase: um estudo do perfil de doentes com hanseníase no Município de São Paulo. Cad saúde pública. 2002 18(1): 101-113.
14 DATASUS. Ministério da Saúde. Informações de Saúde. 2009 Dez. URL: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?ibge/cnv/popce.def)
15 Martins BDL, Torres FN, Oliveira MLW. Impacto na qualidade de vida em pacientes com hanseníase: correlação do Dermatology Life Quality Index com diversas variáveis relacionadas á doença. An bras Dermatol. 2008 83(1): 39-43.
16 Vitorino MFD, Martins MLF, Sousa CA, Galdino D, Prado FG. Utilização do SF-36 em ensaios clínicos envolvendo pacientes fibromiálgicos: determinação de critérios mínimos de melhora clínica. Rev Neurociênc. 2004 12(3): 147-150.
17 Brito DMS, Araújo TL, Galvão MTG, Moreira TMM, Lopes MVO. Qualidade de vida e percepção da doença entre portadores de hipertensão arterial. Cad saúde pública. 2008 Abr 24(4): 933-940.
18 Costa AM, Duarte E. Atividade física e a relação com a qualidade de vida de pessoas com seqüelas de acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi). R Bras Ci e Mov. 2002 Jan 10(1):45-54.
19 Matos APS, Machado ACC. Influência das variáveis biopsicossociais na qualidade de vida em asmáticos. Psic: Teor e
Pesq. 2007 23(2): 139-148.
20 Nations, MK, Lira GV, Catrib AMF. Stigma, deforming metaphors and patients’moral experience of multibacillary leprosy in Sobral, Ceará State, Brazil. Cad saúde pública. 2009 25(6):1215-1224.

Este periódico está licenciado sob uma Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Downloads

Não há dados estatísticos.