Perfil clínico-epidemiológico dos casos de hanseníase notificados no município de Assis Brasil, Acre, no período de 2003 a 2010
PDF

Palavras-chave

Hanseníase
Amazônia
epidemiologia

Como Citar

1.
Guzman HO, Martins AC, Mantovani SAS, Pereira TM, Delfino BM, Branco FLCC, Braña AM, Campos RG, Oliveira CS de M, Nunes M da S. Perfil clínico-epidemiológico dos casos de hanseníase notificados no município de Assis Brasil, Acre, no período de 2003 a 2010. Hansen. Int. [Internet]. 30º de junho de 2011 [citado 2º de novembro de 2024];36(1):39-45. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/35112

Resumo

A hanseníase é considerada um problema de saúde pública nos países em desenvolvimento. No período de 2001 a 2007, o Acre foi o 8º Estado com os maiores coeficientes de prevalência e incidência de hanseníase em todo o Brasil. Este é um estudo retrospectivo que utilizou os dados das fichas de notificação de casos de hanseníase do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do município de Assis Brasil, Acre, entre 2003 e 2010. Os dados foram digitados e analisados no programa SPSS, sendo que médias e proporções foram comparadas com o Teste de Anova e o Teste do Qui-Quadrado. Foram notificados 25 casos novos, com coeficiente de detecção de 98,7/100.000 habitantes em 2010, sendo 56% casos índices e 44% contatos; oito (32%) casos de hanseníase paucibacilar e 17 (68%) de hanseníase multibacilar. Predominou a forma dimorfa (52%), seguido da forma tuberculóide (32%) e forma virchowiana (16%). A baciloscopia foi negativa em 75% dos testes. Nove pacientes foram considerados curados no tempo preconizado, um paciente necessitou de maior tempo de tratamento, oito pacientes ainda estavam em tratamento e seis casos tiveram evolução desconhecida. A alta frequência de casos de hanseníase multibacilar reforça a ideia da demora no diagnóstico e da dificuldade em detectar formas mais leves da doença, contribuindo para manter a transmissão, necessitando de maior ação do sistema de saúde.

https://doi.org/10.47878/hi.2011.v36.35112
PDF

Referências

1 World Health Organization (WHO). Global strategy for further reducing the Leprosy burden and sustaining leprosy control activities (Plan period: 2006-2010). Geneva: World Health Organization; 2005.[acessado em 2011] disponível em: http://www.who.int/lep/resources/SEAGLP20062.pdf
2 Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde (MS/SVS). Vigilância em Saúde: situação epidemiológica da hanseníase no Brasil, 2008. Brasília: Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde; 2008. [acessado em 2011] disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/boletim_novembro.pdf
3 Miranzi SSC, Pereira LHM, Nunes AA. Perfil epidemiológico da hanseníase em um município brasileiro, no período de 2000 a 2006. Rev Soc Bras Med Trop 2010; 43(1): 62-7.
4 Aquino DMC, Caldas AJM, Silva AAM, Costa JML. Perfil dos pacientes com hanseníase em área hiperendêmica da Amazônia do Maranhão, Brasil. Rev Soc Bras Med Trop 2003; 36(1): 57-64.
5 Souza AD, el-Azhary RA, Foss NT. Management of chronic diseases: an overview of the Brazilian governmental leprosy program. Int J Dermatol 2009; 48(2): 109-16.
6 Penna ML, Wand-Del-Rey-de-Oliveira ML, Penna G. Spatial distribution of leprosy in the Amazon region of Brazil. Emerg Infect Dis 2009; 15(4):650-2.
7 Acre. Secretaria de Saúde do Estado do Acre. SESACRE. Programa de Dermatologia Sanitária da Secretaria de Saúde do Estado do Acre, 2001. Rio Branco: Secretaria de Saúde do Estado do Acre; 2001.
8 Moreno RD, Woods W, Moreno NT, Trindade R, Tavares--Neto J. Alterações oculares na hanseníase, observadas em pacientes ambulatoriais do serviço de referência da cidade de Rio Branco, Acre - Brasil/ Eye lesions observed in outpatients of a leprosy reference center at Rio Branco, state of Acre, Brazil. Arq Bras Oftalmol 2003; 66(6): 755-64.
9 Bechelli LM, Haddad N, Pimenta WP, Pagnano PM, Melchior E Jr, Fregnan RC, Zanin LC, Arenas A. Epidemiological survey of skin diseases in schoolchildren living in the Purus Valley (Acre State, Amazonia, Brazil). Dermatologica 1981; 163(12): 78-93.
10 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cidades. [acessado durante o ano de 2011, para informações referentes a 2010.] disponível em http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1
11 Sistema Estadual de Informações Ambientais (SEIAM), Governo do Estado do Acre. [acessado em 2006]. Disponível em http://www.seiam.ac.gov.br
12 Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Relatório de Desenvolvimento Humano 2000. [acessado em 2006 para informações sobre 2000]. Disponível em http://www.undp.org.br/HDR/HDR2000/rdh2000/default.asp.
13 Hinrichsen SL, Pinheiro MRS, Jucá MB, Rolim H, Danda GJN, Danda DMR. Aspectos epidemiológicos da hanseníase na cidade de Recife, PE em 2002. An bras Dermatol 2004; 79(4): 413-21.
14 Imbiriba EB, Hurtado-Guerreiro JC, Garnelo L, Levino A, Cunha MG, Pedrosa V. Perfil epidemiológico da hanseníase
em menores de quinze anos de idade, Manaus (AM), 1998-2005. Rev Saude Pública 2008; 42(6): 1021-6.
15 Fonseca FHM, Cutrim Jr RJ, Carneiro SFM. Hanseníase no estado do Maranhão. Análise de 5.274 casos. Arquivos Brasileiros de Medicina 1983; 57: 175-7.
16 Matos HJ, Duppre N, Alvim MFS, Vieira LMM, Sarno EM, Struchiner CJ. Epidemiologia da hanseníase em coorte de contatos intradomiciliares no Rio de Janeiro (1987-1991). Cad Saúde Pública 1999; 15(3): 533-42.
17 Chanteau S, Glaziou P, Plichart C, Luquiaud P, Plichart R, Faucher JE, Cartel JL. Low predicitive value of PGL-I serology for the early serology for the early diagnosis of leprosy in family contacts: Results of a 10-year prospective field study in French Polynesia. Int J Lepr Other Mycobact Dis 1993; 61:533-41.
18 Lana FC, Amaral EP, Franco MS, Lanza RM. Detecção da hanseníase no Vale do Jequitinhonha – Minas Gerais: redução da tendência epidemiológica ou problemas operacionais para o diagnóstico? Hansen Int. 2004; 29(2): 118-23.

Este periódico está licenciado sob uma Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Downloads

Não há dados estatísticos.