Grau de Incapacidade: indicador de prevalência oculta e qualidade do programa de controle da hanseníase em um Centro de Saúde - Escola no município de Uberlândia — MG
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Palavras-chave

Hanseníase
Prevalência oculta
Programas de controle
Prevenção de incapacidades

Como Citar

1.
Goulart IMB, Dias C de M, Oliveira ACS, Silva AA da, Alves RR, Quaresemin CR, Silva DP da, Lopes MRF, Faria GA. Grau de Incapacidade: indicador de prevalência oculta e qualidade do programa de controle da hanseníase em um Centro de Saúde - Escola no município de Uberlândia — MG. Hansen. Int. [Internet]. 30º de junho de 2002 [citado 22º de dezembro de 2024];27(1):5-13. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/35315

Resumo

O longo período de incubação da hanseníase, seus sintomas e sinais insidiosos, assim como as deficiências operacionaisno Programa de Controle, produzem dificuldades em seu diagnóstico. Essa situação cria condições para considerar que existe uma prevalência oculta que leva incapacidade ao doente e influi na cadeia de transmissão. Este trabalho objetivou aplicar indicadores para análises epidemiológica e operacional do Programa de Controle da Hansenfase no Distrito Sanitário Oeste, Uberlândia-MG, avaliando as incapacidades físicas dos pacientes como medida da qualidade do programa e estimativa de prevalência oculta. Foram analisados 138 prontuários de hansenianos diagnosticados no Centro de Saúde Escola da Universidade Federal de Uberlândia (CSE-UFU), de janeiro de 1995 a julho de 2000. No diagnóstico, 24% dos pacientes apresentaram algum grau de incapacidade, inclusive grau I, evidenciando diagnóstico tardio. Na alta, 68% dos pacientes que iniciaram o tratamento com grau zero permaneceram nesse grau e, entre aqueles que iniciaram com grau I, 61,5% mantiveram a condição, 23,1% regrediram para zero e 15,4% não tiveram registro. Os indicadores operacionais refletiram um atendimento de boa qualidade no CSE-UFU. A
prevalência oculta estimada foi de 27 casos para o ano 2000, elevando a taxa de prevalência conhecida de 10,22/10.000 habitantes para uma taxa de prevalência real de 13,67/10.000, evidenciando uma endemia muito alta de hanseníase no Distrito Oeste. Discute-se a necessidade de adotar a avaliação do grau de incapacidades como indicador de morbidade e controle da doença nos vários níveis deatenção a fim de planejar ações para detectar os focos de endemia oculta nas comunidades.

https://doi.org/10.47878/hi.2002.v27.35315
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Referências

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(WHO/LEP/95.1)

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