Gonadal involvment in leprosy — study of gynaecomastia, testicular and epididymal involvement and therapeutic efficacy of indigenous drugs

Resumo

Sessenta pacientes masculinos de hanseníase (idade média = 27,2 ± 5,04 anos), selecionados aleatoriamente, foram estudados quanto ao envolvimento gonadal e à eficácia terapêutica de duas drogas nativas. Destes pacientes 34 eram casados, com duração média da doença de 4,17± 3,27 anos. Somente os pacientes com hanseníase virchowiana e dimorfa desenvolveram alterações testiculares e de epidídimos. Dor e/ou sensibilidade testicular (virchowianos = 62,5%, dimorfos = 30,0%) foi a sintomatologia mais comum. Função sexual alterada foi observada em 34 (56,6%) casos, enquanto 11 pacientes apresentaram padrão sexual de distribuição pilosa alterado e ginecomastia. O espermograma revelou azoospermia em 19 (35%) dos casos e oligospermia em 16 (26,6%) pacientes. Os achados histopatológicos da biópsia testicular revelaram evidência de lesões específicas não relacionadas ao tamanho do testículo, aos achados do sémen e às manifestações clínicas. As alterações histopatológicas mostraram grande variabilidade, não tendo sido possível classificá-las em vasculares, intersticiais ou obstrutivas: acredita-se que as alterações encontradas sejam devidas ao estado alterado das gônadas na hanseníase. A eficácia das preparações terapêuticas nativas Speman e Tentex forte (Himalaya) foi avaliada de um ponto de vista objetivo e subjetivo em 34 pacientes. Melhora subjetiva foi observada em 82,3% dos casos, enquanto objetivamente o espermograma melhorou em 87,5% dos casos com oligospermia. As drogas não apresentaram efeitos colaterais e foram bem toleradas.