Hanseníase: uma abordagem na perspectiva de promoção de saúde
PDF

Palavras-chave

Hanseníase
Promoção da Saúde
Atenção à Saúde

Como Citar

1.
Baldan SS, Santos BM de O. Hanseníase: uma abordagem na perspectiva de promoção de saúde. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2012 [citado 26º de dezembro de 2024];37(2):11-2. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36191

Resumo

O objetivo do estudo foi identificar as condições de vida e saúde de indivíduos com hanseníase de um município do estado de São Paulo, considerando os quatro elementos do modelo “Campo de Saúde”. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo transversal, com a participação de 50 indivíduos, diagnosticados com hanseníase no período de janeiro de 2009 a maio de 2010 ou que foram diagnosticados anteriormente, mas ainda faziam tratamento para episódios reacionais hansênicos ou incapacidades neurodermatológicas. Os dados foram obtidos utilizando um formulário de entrevista validado. Houve predominância do sexo feminino (58%), 62% dos participantes foram diagnosticados com a forma clínica dimorfa, 18% tuberculóide, 12% indeterminada e 8% virchowiana; 74% apresentaram grau I de incapacidade. Os dados demonstraram 90% de pessoas com baixa renda e baixa escolaridade (58%), sendo 10% analfabetos. Para 82%, o diagnóstico da doença foi feito em um serviço de atendimento especializado, 24% sujeitos referiram sofrer discriminação após o diagnóstico, 44% praticar atividade física; 38% apresentar alterações no sono com o inicio do tratamento; 60% manter vida sexual ativa e 42% utilizar redes de apoio para tratamento e enfrentamento da doença. As dificuldades e sugestões referidas poderão servir de subsídios para a elaboração de ações que favoreçam o desenvolvimento de uma consciência crítica nos profissionais de saúde, permitindo o planejamento de um programa que conte com ações intersetoriais e interdisciplinares, com ênfase na real intenção de combater a hanseníase, estimulando o empoderamento dos sujeitos e da comunidade para que se tornem atores no processo saúde-doença.

https://doi.org/10.47878/hi.2012.v37.36191
PDF

Referências

1 Baialardi KS. O estigma da hanseníase: relato de experiência em grupo com pessoas portadoras. Hansen Int. 2007;32(1):27-36.
2 World Health Organization. Global leprosy situation, 2010. Wkly Epidemiol Rec. 2010;85(35):337-48.
3 Ministério da Saúde (BR), Programa Nacional de Controle de Hanseníase, Informe epidemiológico. Vigilância em saúde: situação epidemiológica da hanseníase no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2008. [citado em 2009 Jun 03] Disponível em: http;//portalsaude.gov.br/portal/ Arquivos/pdf/boletim_novembro.pdf
4 Opromolla PA, Dalben I, Cardim M. Análise da distribuição espacial da hanseníase no Estado de São Paulo, 1991-2002. Rev Bras Epidemiol. 2005;8(4):356-64.
5 Secretaria de Estado da Saúde (SP), Coordenadoria de Controle de Doenças, Centro de Vigilância Epidemiológica Prof “Alexandre Vranjac”. Divisão de Vigilância Epidemiológica em Hanseníase Programa de Controle da Hanseníase. Casos novos de hanseníase e casos prevalentes segundo Município de Residência, no Estado de São Paulo, 2008. Dados de Casos Novos fechados em Março de 2009 e Prevalência em Janeiro de 2009. São Paulo. [citado em 2009 Jun 03] Disponível em: http;//www.cve.saude.sp.goov.br/htm /hans/Hans_Prevgev08.htm
6 Kerr-Pontes LRS, Montenegro ACD, Barreto ML, Werneck GL, Feldmeier H. Socioeconomic, environmental, and behavioural risk factors for leprosy inNorth-east Brazil: results of a case-control study. Int J Epidemiol. 2004;33:262-69. http://ije.oxfordjournals.org/content/35/4/994.full.pdf+html
7 Magalhães MCC, Rojas LI. Diferenciação territorial da hanseníase no Brasil. Epidemiol Serv Saúde. 2007 Jun;16(2):75-84.
8 Lockwood DNJ, Suneetha S. Leprosy: too complex a disease for a simple elimination paradigm. Bull World Health Organ. 2005 Mar;83(3):230-5.
9 Lana FCF, Davi RFL, Lanza FM, Amaral EP. Detecção da hanseníase e Índice de Desenvolvimento Humano dosmunicípios de Minas Gerais, Brasil. Rev Eletr Enf. [Internet]. 2009 [citado em 2010 Ago 21];11(3):539-44. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n3/v11n3a10.htm
10 Carvalho SR. As contradições da promoção à saúde em relação à produção de sujeitos e a mudança social. Ciênc. Saúde Coletiva. 2004;9(3):669-78.
11 Buss PM. Uma introdução ao conceito de saúde. In: Czeresnia D, Freitas CM, organizadores. Promoção da saúde: conceitos, reflexões e tendências. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2003. p. 15-38.
12 Alvarez Perez AG, García Farinas A, Rodriguez Salvá A, Bonet Gorbea MPV, De Vos P, Van Der Stuyft P. Los estudios organizacionales en el abordaje de los determinantes de la salud. Rev Cubana Hig Epidemiol. 2009;47(1).
13 Lalonde M. A new perspective on the health of Canadians. Ottawa, Ontario, Canada: Information Canada; 1974.
14 Atkinson S, Cohn A, Ducci ME, Gideon J. Implementation of promotion and prevention activities in decentralized health system: comparative case studies from Chile and Brazil. Health Promotion International. 2005;20(2):167-75.
15 Pedrosa JIS. Perspectivas na avaliação em promoção da saúde: uma abordagem institucional. Ciênc Saúde Coletiva. 2004;9(3):617-26.
16 Sampaio FAA, Melo RP, Rolim ILTP, Siqueira RC, Ximenes LB, Lopes MVO. Avaliação do comportamento de promoção de saúde em portadores de diabetes mellitus. Acta Paul Enfer. 2008;21(1):84-8.
17 Fuzisawa MMC, Santos BMO. O estilo de vida de portadores de osteoporose: uma aproximação na perspectiva do modelo “Campo de Saúde”. Investigação: Revista Científica da Universidade de Franca. 2002;4(3):217-24.
18 Conselho Nacional de Saúde (BR). Resolução n. 196 de 10 de outubro de 1996. Brasília (DF): 1996.
19 Duarte MTC, Ayres JÁ, Simonetti JP. Socioeconomic and demographic profile of leprosy carriers attended in nursing consultations. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2007;15(esp):774-9.
20 Oliveira MHP, Romanelli G. Os efeitos da hanseníase em homens e mulheres: um estudo de gênero. Cad Saúde Pública. 1998; 14(1):51-60.
21 Palmeira IP, Ferreira MA. O corpo que eu fui e o corpo que eu sou: concepções de mulheres com alterações causadas pela hanseníase. Texto Contexto Enferm. 2012 abr-jun;21(2):379-86
22 Dias RJ, Dias VL, Pedroso ERP. Estigma e Mal de Hansen: avaliação de 237 pacientes asilados e hospitalizados na Casa de Saúde São Francisco de Assis, da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais, Bambuí, Brasil, de 1943 até 1998. Rev Med Minas Gerais. 2008;18(2):77-81
23 Mencaroni DA. Análise espacial da endemia hansênica no município de Fernandópolis/SP [tese]. Ribeirão Preto (SP): Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; 2003.
24 Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional (SP), Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados, Secretaria de Economia e Planejamento. População Estimada para o Estado de São Paulo: perfil municipal [Internet]. São Paulo: Seade; 2007. [citado em 2009 Set 01]. Disponível em: http://www.seade.gov.br/produtos/perfil/ perfil.php?loc=554
25 Brasil. Atlas do desenvolvimento humano no Brasil - versão 1.0.0. Brasília (DF): PNUD; 2003.
26 Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Relatório do Desenvolvimento Humano 2007/2008. Brasília (DF): Edições Almedina; 2007.
27 Pinheiro MMO. A hanseníase em registro ativo no município de Passos, MG-Brasil [dissertação]. Franca (SP): Mestrado em Promoção da Saúde, Universidade de Franca; 2006.
28 Lima HMN, Sauaia N, Costa VRL, Coelho GT Neto, Figueiredo PMS. Perfil epidemiológico dos pacientes com hanseníase atendidos em Centro de Saúde em São Luís, MA. Rev Bras Clin Med. 2010;8(4):323-7.
29 Organização Mundial da Saúde. Estratégia global aprimorada para redução adicional da carga da hanseníase: 2011-2015: diretrizes operacionais (atualizadas). Brasília (DF): Organização Pan-Americana da Saúde; 2010.
30 Silva RA Sobrinho, Mathias TAF, Gomes EA, Lincoln PB. Avaliação do grau de incapacidade em hanseníase: uma estratégia para sensibilização e capacitação da equipe de enfermagem. Rev Latino-Am Enfermagem. 2007;15(6):1125-30.
31 Palheta FX Neto, Silva M Filho, Pantoja JMS Junior, Teixeira LLC, Miranda RV, Palheta ACP. Principais queixas vocais de pacientes idosos pós-tratamento para hanseníase. Braz J Otorhinolaryngol. 2010;76(2):156-63.
32 Conte ECM, Magalhais LCB, Cury MRCO, Soubhia RMC, Nardi SMT, Paschoal VD, et al. Situação Epidemiológica da hanseníase no município de São José do Rio Preto. Arq Cienc Saúde. 2009;16(4):149-54.
33 Durães SMB, Guedes LS, Cunha MD, Cavaliere FAM, Oliveira MLWDR. Estudo de 20 focos familiares de hanseníase no município de Duque de Caxias, Rio de Janeiro. An. Bras. Dermatol. 2005;80(Supl 3):295-300.
34 Martins MA. Qualidade de vida em portadores de hanseníase [dissertação]. Campo Grande (MT): Universidade Católica Dom Bosco; 2009.
35 Sá AMM, Paz EPA. O cotidiano de ser hanseniano: um estudo de enfermagem. Hansen Int. 2007; 32(1): 49-55.
36 Eidt LM. Ser hanseniano: sentimentos e vivencias. Hansen Int. 2004;29(1):21-7
37 Rocha ACP, Landim FLP, Caprara A, Lefévre A, Lefévre F. O discurso coletivo de ex-hanseniano morador de um antigo leprosário no Nordeste-Brasil. Interface: Comunicação, Saúde, Educação. 2011;15(36):213-23.
38 Simões JJS, Delello D. Estudo do comportamento social dos pacientes de hanseníase do município de São Carlos - SP. Espaç Saúde. 2005;7(1):10-5.
39 Pinto, GB. Lazer e promoção da saúde: um estudo com profissionais da área da saúde humana [Monografia]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional; 2006.
40 Santos TMMG, Campelo CL, Costa IA, Rocha SS, Veloso, LC. Hanseníase: implicações na sexualidade do portador. Hansen Int. 2010;35(2):27-32.
41 Carvalho GHC, Almeida LC, Santos WP, Pinto JM Neto, Cortez MG, Cassenote AJF. As pessoas atingidas pela hanseníase e a sua sexualidade. Hansen Int. 2007;32(esp).
42 Secretaria de Vigilância em Saúde (BR), Departamento de Vigilância Epidemiológica, Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase. Plano Nacional de Eliminação da Hanseníase em nível municipal 2006-2010. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2006.
43 Silva RCP, Lopes A, Guisard CLMP, Peixoto ES, Metello HN, Ito LS, et al. História de vida e trabalho de pessoas atingidas pela hanseníase em Serviços de Saúde do Estado de São Paulo. Hansen Int. 2008;33(1):9-18.
44 Comissão Nacional Sobre Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS). As causas sociais das iniqüidades em saúde no Brasil. Relatório Final da Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS) [Internet] abr. 2008 [citado em 2010 Out 29]. Disponível em:http://www.cndss.fiocruz.br/pdf/home/relatorio.pdf
45 Sluzki CE. A rede social na prática sistêmica: alternativas terapêuticas. São Paulo: Casa do Psicólogo; 1997.
46 Minuzzo DA. O homem paciente de hanseníase (lepra): representação social, rede social familiar, experiência e imagem corporal [Dissertação]. Évora: Universidade de Évora; 2008.
47 Wright LM, Leahey M. Enfermeiras e famílias: um guia para avaliação e intervenção na família. 4a ed. São Paulo: Roca; 2009.
48 Pereira AJ, Helene LMF, Pedrazini ES, Martins CL, Vieira CSCA. Atenção básica de saúde e a assistência em hanseníase em serviços de saúde de um município do Estado de São Paulo. Rev Bras Enferm. 2008 nov; 61(esp):718-26.
49 Simpson CA, Fonsèca LCT, Santos VRC. Perfil do doente de hanseníase no estado da Paraíba. Hansen Int. 2010; 35 (2):33-40.
Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Downloads

Não há dados estatísticos.