Resumo
O objetivo do estudo foi identificar as condições de vida e saúde de indivíduos com hanseníase de um município do estado de São Paulo, considerando os quatro elementos do modelo “Campo de Saúde”. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo transversal, com a participação de 50 indivíduos, diagnosticados com hanseníase no período de janeiro de 2009 a maio de 2010 ou que foram diagnosticados anteriormente, mas ainda faziam tratamento para episódios reacionais hansênicos ou incapacidades neurodermatológicas. Os dados foram obtidos utilizando um formulário de entrevista validado. Houve predominância do sexo feminino (58%), 62% dos participantes foram diagnosticados com a forma clínica dimorfa, 18% tuberculóide, 12% indeterminada e 8% virchowiana; 74% apresentaram grau I de incapacidade. Os dados demonstraram 90% de pessoas com baixa renda e baixa escolaridade (58%), sendo 10% analfabetos. Para 82%, o diagnóstico da doença foi feito em um serviço de atendimento especializado, 24% sujeitos referiram sofrer discriminação após o diagnóstico, 44% praticar atividade física; 38% apresentar alterações no sono com o inicio do tratamento; 60% manter vida sexual ativa e 42% utilizar redes de apoio para tratamento e enfrentamento da doença. As dificuldades e sugestões referidas poderão servir de subsídios para a elaboração de ações que favoreçam o desenvolvimento de uma consciência crítica nos profissionais de saúde, permitindo o planejamento de um programa que conte com ações intersetoriais e interdisciplinares, com ênfase na real intenção de combater a hanseníase, estimulando o empoderamento dos sujeitos e da comunidade para que se tornem atores no processo saúde-doença.
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