Quantificação dos níveis séricos de leptina na Hanseníase
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Palavras-chave

Hanseníase
Leptina
Sistema Imunológico

Como Citar

1.
Macedo AC de, Gigliotti P, Gameiro J, Souza VNB de. Quantificação dos níveis séricos de leptina na Hanseníase. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2012 [citado 26º de dezembro de 2024];37(2):40-6. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36194

Resumo

A leptina é uma adipocina com semelhanças estruturais e funcionais às citocinas pró-inflamatórias, contribuindo para a diferenciação de células Th1, e parece estar envolvida na resposta imune a agentes infecciosos. Na hanseníase, doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae, cujas manifestações clínicas dependem da resposta imune do hospedeiro, não há relatos sobre o papel da leptina. Neste estudo piloto foram quantificados os níveis séricos de leptina em pacientes recém-diagnosticados com as diferentes formas clínicas da doença, pacientes hansenianos em reação tipo 1 e 2, contatos de pacientes hansenianos e controles saudáveis (237 amostras de soros: 165 homens e 72 mulheres). No sexo masculino, as formas TT e BB apresentaram concentrações próximas àquelas observadas nos controles enquanto os grupos I, BT, BV, VV, reação do tipo 1 e 2 apresentaram médias inferiores à observada nos controles e contatos, sendo que nos BV e VV foram observados os menores níveis de leptina. No sexo feminino verificamos uma grande variação entre os valores observados nos diferentes grupos. O grupo BV apresentou níveis maiores de leptina enquanto os grupos I, TT, BT e BB apresentaram média próxima àquela observada nos contatos e controles. Pacientes do grupo VV e em reação tipo 1 e 2 apresentaram médias inferiores ao observado nos contatos e controles. As diferenças observadas tanto em homens quanto em mulheres não foram estatisticamente significantes. Em nossos achados há uma tendência a níveis mais baixos de leptina nas formas multibacilares, contudo, estes resultados não permitem associação desses níveis com qualquer forma clínica da hanseníase.

https://doi.org/10.47878/hi.2012.v37.36194
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