Reação hansênica em pacientes portadores de hanseníase em centros de saúde da área de planejamento 3.2 do município do Rio de Janeiro
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Palavras-chave

hanseníase
epidemiologia
complicações
reação hansênica

Como Citar

1.
Silva SF da, Griep RH. Reação hansênica em pacientes portadores de hanseníase em centros de saúde da área de planejamento 3.2 do município do Rio de Janeiro. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2007 [citado 10º de dezembro de 2024];32(2):155-62. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36301

Resumo

A reação hansênica é um dos maiores problemas no manejo dos pacientes portadores de hanseníase, no programa de controle da endemia. Muitos pacientes, durante o tratamento ou mesmo após a alta, buscam a unidade de saúde com complicações clínicas caracterizadas por processo inflamatório, acompanhado de dor, mal estar e, algumas vezes, piora do grau de incapacidade. O desconhecimento da magnitude do problema da reação hansênica no município do Rio de Janeiro dificulta o planejamento de seu efetivo controle pelo programa de controle desta endemia. Este estudo demonstrou a freqüência dos estados reacionais em pacientes de unidades básicas de saúde da Área de Planejamento (AP.) 3.2, tratados para hanseníase com poliquimioterapia padrão OMS no período de 1991 - 2004. Neste estudo verificou-se o perfil sócio-demográfico e clínico associados à ocorrência de episódios reacionais nos pacientes do estudo. Trata-se de estudo do tipo coorte não concorrente, cuja fonte de dados foi 667 prontuários. Identificou-se que a maioria dos portadores de hanseníase tinha idade entre 35 e 54 anos; eram mulheres (52,3%), casadas e referiram baixo nível de escolaridade. A presença de reação foi constatada em 43,5% dos prontuários avaliados. A freqüência de reações foi mais elevada entre as seguintes características: homens 49,4% (157), formas clínicas dimorfa e virchowiana, baciloscopia positiva, graus de incapacidade “zero” e “um” e tratamento acima de 12 doses. Estas características deveriam ser levadas em conta no cuidado aos portadores de hanseníase, para que a detecção precoce das reações e a instituição do tratamento específico pudessem diminuir a possibilidade de instalação de incapacidades físicas e seqüelas.

https://doi.org/10.47878/hi.2007.v32.36301
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