Epidemiologia da hanseníase no Município de Sobral, Estado do Ceará-Brasil, no Período de 1997 a 2003
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Palavras-chave

Brasil
epidemiologia
hanseníase

Como Citar

1.
Campos SSL, Ramos Jr. AN, Kerr-Pontes LRS, Heukelbach J. Epidemiologia da hanseníase no Município de Sobral, Estado do Ceará-Brasil, no Período de 1997 a 2003. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2005 [citado 13º de novembro de 2024];30(2):167-73. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36323

Resumo

A hanseníase persiste como um importante problema de saúde pública no Brasil. O município de Sobral na zona do sertão centro-norte do Estado do Ceará é considerado pelo Ministério da Saúde como um dos municípios prioritários para o controle da hanseníase. Para analisar a situação epidemiológica da hanseníase em Sobral nos anos de 1997 a 2003, foi realizado um estudo epidemiológico descritivo longitudinal. Os dados foram obtidos a partir da base do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). No período de estudo foram notificados 1.305 casos novos de hanseníase, 661 (50,3%) do sexo feminino e 644 (49,7%) do sexo masculino. Em 2003, o coeficiente de detecção no sexo feminino foi de 23,8/10.000 mulheres, representando um acréscimo de 9,6% comparado ao sexo masculino. O maior percentual de casos novos foi detectado em 2003, superando os valores esperados para o período. Houve
uma elevação relativa e contínua da forma clínica dimorfa, representando 67,5% dos casos registrados em 2003. Em 1997 foi notificada a maior proporção de casos paucibacilares (70,4%). Nos anos seguintes, os casos multibacilares tornaram-se predominantes, com proporções variando entre 62,1% e 85,9% para os anos de 2002 e 2003. A análise dos indicadores epidemiológicos permitiu o reconhecimento de altos coeficientes de detecção, aumentando de 10,0 casos/10.000 habitantes em 1997 para 21,6 casos/10.000 habitantes em 2003. Apesar da maior sensibilidade da rede de assistência para a captação de casos novos, foram identificadas inconsistências ao diagnóstico a partir da análise mais detalhada de variáveis como idade, sexo, formas clínicas e classificação operacional sinalizando para a possibilidade de inadequação diagnóstica principalmente em 2003. Isso ressalta a importância de análises críticas e monitoramento da situação epidemiológica e operacional em áreas em que pressupostamente foi identificado sucesso da
integração das ações de controle na atenção básica.

https://doi.org/10.47878/hi.2005.v30.36323
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