Resumo
O tatu foi um modelo experimental importante para o estudo da hanseníase, além de ser ainda uma importante fonte para coleta de bacilos. Apesar dos inúmeros relatos de estudos em tatus da espécie Dasypus novemcinctus, pouco se sabe sobre a real susceptibilidade desta espécie ao bacilo de Hansen após inoculação experimental com o M. leprae. Alguns autores relatam que cerca de 80% dos animais desenvolveriam a doença quando infectados. No Brasil, a inoculação experimental desta espécie resultou em inoculações positivas em apenas dois momentos, tendo até sido levantada a hipótese de estes animais serem mais resistentes à infecção experimental. No presente estudo, utilizouse a resposta ao antígeno de Mitsuda como um indicador de resposta imune celular de tatus ao M. leprae. Para tanto foram utilizados 21 animais testados com antígenos de Mitsuda derivados de humanos (4,2 x 109 bacilos/ml) e antígeno produzido a partir de tatus (1,6 x 108 bacilos/ml). A resposta após 28 dias mostrou que a maior parte dos animais apresentava, no exame histológico, infiltrado constituído por macrófagos com citoplasma vacuolado formando vários agrupamentos, entremeados por raros linfócitos. Esta resposta imita a ranseníase virchoviana em seres humanos e sugere que os animais seriam susceptíveis a desenvolverem a forma disseminada da doença frente a inoculações bem sucedidas. A baciloscopia nestes animais variou de 3+ a 4+, pela escala de Ridley (1966). Dois tatus desenvolveram reação granulomatosa de padrão dimorfo
com baciloscopia variando de 1+ a 3+.
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