Incapacidades em sujeitos com hanseníase em um Centro de Referência do Centro-Oeste brasileiro entre 2000-2002

Autores

  • Célia Maria de Jesus Corrêa Fisioterapeuta, Mestre em Saúde coletiva, Professora do Curso de Fisioterapia da UCDB – Campo Grande – MS.
  • Maria Lúcia Ivo Doutoura em Enfermagem pela USP; Professora da UFMS.
  • Michael Robin Honer

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2006.v31.36346

Palavras-chave:

hanseníase, epidemiologia, complicações, incapacidades físicas

Resumo

Estudo descritivo-retrospectivo de dados recolhidos dos prontuários de 282 sujeitos com hanseníase para investigação da ocorrência de incapacidades, fazendo associação com idade, classificação operacional e local de residência, assistidos no Hospital São Julião, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, no período de 2000 a 2002. Os dados foram tabulados e freqüências calculadas. Os investigados encontravam-se no intervalo
etário de 20 a 80 anos 52,1% eram naturais de Mato Grosso do Sul, 70,6% residiam em Campo Grande, 63% eram homens e 53,0% apresentavam algum grau de incapacidade física. Constatou-se que 55,7% foram classifi cados como multibacilares, 50% vieram encaminhados para o Hospital São Julião,22,0% eram contactantes e 11,7% procuraram o hospital por demanda espontânea. O grau de incapacidade física 2 foi maior em indivíduos provenientes do interior do Estado (29,8%) que na capital (10,5%). Pacientes multibacilares apresentaram maior incidência de incapacidades (Grau de Incapacidades Físicas 1 ou 2). Os resultados evidenciaram a boa qualidade do atendimento no Hospital São Julião, com altas taxas de administração da poliquimioterapia (100%) e de execução da Avaliação Sensitiva e Motora (92,55%).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1 Jopling WH, McDougall AC. Manual de hanseníase. 4 ed. São Paulo: Atheneu; 1991.
2 Talhari S, Neves RG. Hanseníase. 3 ed. Manaus: Gráfi ca Tropical; 1997.
3 Leprosy Elimination Monitoring (LEM) in Brazil; 2003. Disponível em: <http://www.paho.org> . Acesso em 27 jul. 2006.
4 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase – Plano nacional de eliminação da hanseníase em nível municipal 2006-2010. Brasília: Ministério da Saúde; 2006.
5 Ministério da Saúde (BR). Plano Nacional de Eliminação da Hanseníase. Carta estadual de eliminação da Hanseníase. Campo Grande: Ministério da Saúde; 2004. Disponível em: <http://www.portal.saúde.gov.br> . Acesso em 27 jul.2006.
6 Ministério da Saúde (BR). Plano Nacional de Eliminação da Hanseníase. I Carta estadual de eliminação da Hanseníase. Campo Grande: Ministério da Saúde; 2006. Disponível em: <http://www.portal.saúde.gov.br>. Acesso em 27 jul 2006.
7 Moreira TMA. As campanhas de hanseníase no Brasil. [Dissertação]. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz; 1997.
8 Ministério da Saúde (BR). Plano Nacional de Eliminação da Hanseníase. V Carta estadual de eliminação da Hanseníase.
Campo Grande: Ministério da Saúde; 2006. Disponível em: <http://www.portal.saúde.gov.br>. Acesso em 27 jul 2006.
9 Duerksen F. Introdução. In: Duerksen F, Virmond M, editores. Cirurgia reparadora e reabilitação em hanseníase. Bauru: Centro de Estudos Dr. Reynaldo Quagliato; 1997. p.17-20.
10 Opromolla DVA. Manifestações clínicas e reações. In: ______editor. Noções de hansenologia. Bauru: Centro de Estudos Dr. Reynaldo Quagliato; 2000. p.51-8.
11 Velloso AMP, Andrade V. Hanseníase: cura para eliminar. Porto Alegre: Edição das Autoras; 2002.
12 HOSPITAL DE REFERÊNCIA. Disponível em: <http://www.sjuliao.org/hospital.htm>. Acesso em 10 nov 2003.
13 Duerksen F. Porque es necessário hablar hoy de rehabilitación en hanseniasis. Hansen int 2000; 25(1):67-71.
14 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia para o Controle da Hanseníase. Brasília: Ministério da Saúde; 2002.
15 Daniel WW. Bioestatistics: a foundation for analysis in the health scienses. 6nd ed. New York: Johnwiley&Sons Inc.; 1995.
16 Oliveira SN, Hennemann GV, Ferreira FLF, Azevedo AS, Forster AC. Avaliação epidemiológica da hanseníase e dos serviços responsáveis por seu atendimento em Ribeirão Preto no ano 1992. Medicina 1996; 29:114-22.
17 Trindade MAB, Lima FD, Almeida RG. Incapacidades físicas no momento do diagnóstico. Hansen int 1987; 12(2).
18 Helene LMF, Leão VM, Minakama MM. Perfi s epidemiológicos e a avaliação de incapacidades físicas de hansenianos de uma UBS de São Paulo. Hansen Int 2001; 26(1):5-13.
19 Pedroso M, Oliveira S, Baccarelli R, Vieria PCT, Gonçalves A. Incapacidades físicas em hanseníase: estudo multicêntrico da realidade brasileira. Anais Brasileiros de Dermatologia 1989; 64(6):301-6.
20 Nogueira W, Marzliak MLC, Gonçalves OSJ, Brasil MTLRF. Perspectiva de eliminação da hanseníase. HanseniInt 2001; 26(1):23-30.
21 Bakirtzief Z. Identifi cando barreiras para aderência ao tratamento da hanseníase. Caderno de Saúde Pública 2001; 12 (4): 497-505.
22 Gonçalves A, Padovani CR, Pedroso M, Baccarelli R, Oliveira S. Prevenção e tratamento das incapacidades físicas em hanseníase: estudo da evolução em nosso meio, com ênfase na avaliação de determinantes de sua efetividade. Revista Brasileira de Medicina 1989; 46(7):269-84.
23 Virmond, M. A hanseníase como doença de baixa prevalência. Hansen int 1995; 20(2):27-35.
24 Oliveira MHP, Romanelli G. Os efeitos da hanseníase em homens e mulheres: um estudo do gênero. Caderno de Saúde Pública 1998; 14(1):51-60.
25 Pedroso M, Gonçalves A, Padovani CR, Baccarelli R, Oliveira S. Prevenção e tratamento das incapacidades físicas em hanseníase no Brasil: estudo de risco profi ssional espacífi co para a doença.. Hansen int 1989; 16(2):112-19.26 Lobo D. Treatment failures with multidrug therapy. Leprosy Review 1992; 63(Suppl): S93-98.
27 Goulart I, Lopes V, Massuda D. Fatores que interferem no controle da hanseníase na rede básica de assistência à saúde. Hansen int 1991; 16(1/2):7-15.
28 Mesquita AP. A educação sanitária em hanseníase. Hansen int 1993; 8(2):148-9.
29 Fogos AR, Oliveira ERA, Garcia MLT. Análise dos motivos de abandono do tratamento – o caso dos pacientes hansenianos da Unidade de Saúde em Carapina/ES. Hansen int 2000; 25(2):147-56.
30 Trindade MAB, Nemes MIB. Incapacidades físicas em hanseníase no momento do diagnóstico: características epidemiológicas dos casos registrados de 1983 a 1988 no Estado de São Paulo. Hansen int 1992; 17(1/2):8-14.
31 Guocheng Z, Wenzhong L, Liangbin Y, Zhongmin Y, Xiangsheng C, Tisheng Z, Ganyun Y. An epidemiological survey of deformities and disabilities among 14.257 cases of leprosy in 11 countries. Leprosy Review 1993; 64:143-9.
32 Pedrazzani ES, Maluf SA, Pedroso M, Toyoda CY. Prevenção de incapacidades em hanseníase: realidade numa unidade sanitária. Hansen int 1985; 10(1/2):10-22.
33 Goulart IMA, Dias CM, Oliveira ACS, Silva AA, Alves RR, Quaresemin CR, Silva DP, Lopes MRF, Faria GA. Grau de incapacidades: indicador de prevalência oculta e qualidade do programa de controle da hanseníase em um Centro de Saúde – Escola no município de Uberlândia-MG. Hansen int
2002; 27(1):5-13.
34 Carvalho GA, Alvarez RRA. Avaliações de incapacidades físicas neuromúsculo-esqueléticas em pacientes com hanseníase. Hansen int 2000; 25(1):39-48.
35 Smith WCS. The epidemiology of disability in leprosy including risk factors. Leprosy Review 1992; 63(Suppl): S23-30.
36 Leprosy Review 1992; 63(Suppl): S23-30.

Downloads

Publicado

30-11-2006

Como Citar

1.
Corrêa CM de J, Ivo ML, Honer MR. Incapacidades em sujeitos com hanseníase em um Centro de Referência do Centro-Oeste brasileiro entre 2000-2002. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2006 [citado 29º de março de 2024];31(2):21-8. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36346

Edição

Seção

Artigos de investigação científica