Distribuição da hanseníase segundo sexo no Município de Governador Valadares, Minas Gerais, Brasil
PDF

Palavras-chave

Hanseníase
Lepra
Epidemiologia
Sexo

Como Citar

1.
Lana FCF, Lanza FM, Velásquez - Meléndez G, Branco AC, Teixeira S, Malaquias LCC. Distribuição da hanseníase segundo sexo no Município de Governador Valadares, Minas Gerais, Brasil. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2003 [citado 26º de dezembro de 2024];28(2):131-7. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36391

Resumo

A hanseníase em Governador Valadares é considerada hiperendêmica. O nosso pressuposto é o de que a taxa de detecção se distribui desigualmente nos espaços urbanos e também entre os sexos. Este estudo tem como objetivo analisar a distribuição da hanseníase segundo o sexo em Governador Valadares. Trata-se de um estudo epidemiológico de natureza descritiva e analítica, de tipo operacional. Os resultados indicam maior proporção de casos em mulheres do que em homens, respectivamente de 55.3% e 44.7%. A proporção é confirmada pela maior taxade detecção em mulheres, de 10,20/10.000 contra 9,27/10.000 em homens. Verificamos que 56,6% dos casos diagnosticados por demanda espontânea são de mulheres. Observamos que o número de casos de hanseníase no sexo feminino é maior nas formas tuberculóide, dimorfa e
indeterminada, e maior na virchowiana no sexo masculino. Isto justifica a maior proporção encontrada de casos com incapacidade nos homens, de 19,7% contra 9% nas mulheres, o que confirma a ocorrência de uma maior proporção de diagnóstico tardio em homens. Concluímos que a hanseníase em Governador Valadares incide desigualmente entre homens e mulheres, acarretando maior repercussão nos homens em termos de incapacidades físicas. Desta maneira, este estudo aponta para a necessidade dos serviços de saúde deste município implementarem estratégias que considerem as diferenças de necessidades biológicas e sociais entre homens e mulheres de modo a proporcionar eqüidade no acesso e proteção à saúde. 

https://doi.org/10.47878/hi.2003.v28.36391
PDF

Referências

1. LANA, F.C.F. Políticas Sanitárias em Hanseníase: história social e a construção da cidadania. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, 1997. Tese (Doutorado).
2. LANA, F.C.F.; LIMA, R.F.; ARAÚJO, M.G.; FONSECA, P.T.S. Situação epidemiológica da hanseníase no município de Belo Horizonte/MG – Período 92/97. Hansen. Int., v. 25, n.2, p.121-132, 2000.
3. LANA, F.C.F et al. Fatores Relacionados à Transmissão e Controle da Hanseníase na Região de Governador Valadares. (Relatório Técnico de Pesquisa). Belo Horizonte: Escola de Enfermagem da UFMG, 2001. 50 p.
4. LE GRAND, A. Women and leprosy: a review. Lep Rev., v. 68, p. 203-211, 1997.
5. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Saúde. Área Técnica de Hanseníase. Seminário de Avaliação das Ações de Controle de Hanseníase Realizadas em Minas Gerais. Belo Horizonte, 2002.
6. OPAS/OMS. Divisão de Prevenção e Controle de Doenças Transmissíveis. Hanseníase Hoje. Boletim Eliminação da Hanseníase das Américas, n.8, nov., 2000.
7. OLIVEIRA, M.H.P.; ROMANELLI, G. Os efeitos da hanseníase em homens e mulheres: um estudo de gênero. Cad. Saúde Públ., v. 14, n.1, p. 51-60, 1998.
Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Downloads

Não há dados estatísticos.