Avaliação da força de preensão palmar com o uso do dinamômetro Jamar® em pacientes portadores de hanseníase atendidos em nível ambulatorial no Distrito Federal

Autores

  • Demóstenes Moreira Fisioterapeuta - Doutorando em Ciências da Saúde pela UnB
  • Rosicler Rocha Aiza Alvarez Médica - P6s-Doutora em Imunodermatologia e Professora Adjunta da UnB

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2002.v27.36413

Palavras-chave:

Hanseníase, incapacidades, preensão palmar, Dinamômetro Jamar®

Resumo

A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa de longa duração, causada pelo M. leprae, cuja fonte de transmissão são doentes bacilíferos não tratados. O comprometimento neural é considerado o principal fator patognomônico de todas as formas clínicas da hanseníase. O objetivo do presente estudo foi avaliar o comprometimento da força de preensão palmar em um delineamento observacional analítico, onde 50 pacientes de hanseníase inscritos no Programa de Controle de Hanseníase do Distrito Federal foram comparados com 50 sujeitos saudáveis. Para a avaliação da força de preensão palmar utilizou-se o dinamômetro hidráulico de mão - Jamar®. Os resultados sobre medidas de performance da força de preensão palmar entre os portadores de hanseníase em relação ao grupo de indivíduos saudáveis foram significativos (p<0,05). Portanto, observou-se que o comprometimento neural favoreceu a diminuição da função sensório-motora em portadores de hanseníase e que a força de preensão palmar deve ser considerada como um importante parâmetro na avaliação de pacientes de hanseníase atendidos em nível ambulatorial.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1 ASHFORD, R.F.; PASADENA, C.A; NAGELBURG, S.; ADKINS, R.; DOWNEY, CA Sensitivity of the jamar dynamometer in detecting submaximal grip effort. 1. Hand Surg., v.21A, n.3, p.402-495, 1996.
2 BALIÑA, L.M.; VALDEZ, R.P. Breve historia de la lepra en el mundo. Act. Terap. Dermatol., v.19, p.11-16, 1996. Supplement.
3 BALOGUM, J.A.; AKOMOLAFE, C.T.; AMUSA, L.O. Grip strength: effects of testing posture and elbow position. Arch. Phys. Med. Rehabil., n.72, p.280-283, 1991.
4 BECHTOL, C.O. Grip test - the use of a dynamometer wish adjustable handle spacings. J. Bone Joint Surg., v.36A, n.4, p.820-824,1954.
5 BORGES, E.; GALLO, M.; EUGENIA, N.; ALVIN, M. F.S.; BITTENCOURT, E. Determinação do grau de incapacidade em hansenianos não tratados. Cadernos de Saúde Pública, v.3, n.3, p.266-271, 1987.
6 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Guia para o controle da hanseníase. Brasilia, 2002. 89p.
7 CAPORRINO, F.A.; FALOPPA, E; SANTOS, J.B.G.; RÉSSIO, C.; SOARES, F.H. C.; NAKACHIMA, L.R.; SEGRE, N.G. Estudo populacional da força de preensão palmar com Dinamômetro Jamar. Rev. Bras. Ortop., v.33, n.2, p.150-154, 1998.
8 CASTAÑEDA, L.D.R. Las manos. 1.ed. Santiago: Santos, 1997. 326p.
9 CROSBY, C.A.; WEHBÉ, M.A.; MAWR, B. Hand strength: normative values. J. Hand Surg., v.19A, p.665-670, 1994.
10 DIÓGENES, M.J.N.; GUILHON, RM.P.; GONÇALVES, H.S.; NEVES, R.G. Atlas de dermatologia tropical. 1.ed. Fortaleza: Inova, 1997. 100 p.11 DUERKSEN, F.; VIRMOND, M. Cirurgia reparadora e reabilitação em hansenfase. 1.ed. Bauru: Instituto Lauro de Sousa Lima, 1997. 363 p.
12 DURWARD, B.R.; BAER, G.D.; ROWE, P.J. Movimento funcional humano: mensuração e análise. 1.ed. São Paulo: Mande, 2001. 233 p.
13 HAMILTON, A.; BALNAVE, R.; ADAMS, R. Grip strength testing reliability. J. Hand Ther., n.7, p.163-170, 1994.
14 HARKONEN, R.; PIIRTOMAA, M.; ALARANTA, H. Grip strength and hand position of the dynamometer in 204 finnish adults. J. Hand Surg., n.18B, p.129-132, 1993.
15 JAMAR. Hydraulic hand dynamometer ownner's manual. Canadá: Sammons Preston, 2000.
16 JANDA, D.; GEIRINGER, S.R.; NANKIN, EM; BARRY, D.T. Objective evaluation of grip strength. J. Occup. Med., v.29, n.7, p.569-571, 1987.
17 KIRKPATRICK, J.E. Evaluation of grip loss. California Medicine., v.85, n.5, p.314-320, 1956.
18 LANDSMEER, J.M.F. Power grip and precision handling. Ann. Rheum. Dis., n.21, p.164-170, 1962.
19. LIMA, D.D. Como escolher o teste estatístico em ensaios clínicos. Bras. Med., v.33, n.1, p.10-12, 1996.
20 LUNDE, B.K.; BREWER, W.D.; GARGIA, P.A. Grip strength of College Women. Arch. Phys. Med. Rehabil., v.53, p.491-493, 1972.
21 MATHIOVETZ, V.;WEBER, K.; VOLLAND, G.; KASHMAN, N. Reliability and validity of grip and pinch strength evaluations. J. Hand Surg., v.9A, n.2, p.222-226, 1984.
22 MATHIOVETZ, V.; KASHMAN, N.; VOLLAND, G.; WEBER, K.; DOWE, M.; ROGER, S. Grip and pinch strength: normative data for adults. Arch. Phys. Med. Rehabil., n.66, p.69-70, 1985(a).
23 MATHIOVETZ, V; RENNELS, C.; DONAHOE, L. Effect of elbow position on grip and key pinch strength. J. Hand Surg., n.10A, p.694-697, 1985(6).
24 McDOUGALL, A.C.; YUASA, Y. O novo atlas de hanseníase. Tokyo: Sasakawa Memorial Health Foundation, 2002. 76p.
25 MOREIRA, D.; CAMPOS, L.C.F. A importância da avaliação da sensibilidade e do uso dos monofilamentos de Semmes-Weinsten. Fisiot. Mov., v.12, n.2, p.43-52, 1998/1999.
26 MOREIRA, D.; GODOY, J.R.P.; JUNIOR, W.S. Estudo sobre a realização da preensão palmar com a utilização do
dinamômetro: considerações anatómicas e cinesiológicas. Fisiot. Brasil., v.2, n.5, p.295-300, 2001.
27 MOREIRA, D; ALVAREZ, R.R.A; NASCIMENTO, RR.; MONCADA, G.; GODOY, J.R.; CORDOVA, C.O.A. Quantificação do grau de melhora da força de preensão em pacientes portadores de hanseníase submetidos à neurólise dos nervos ulnar e mediano: relato de um caso. Arq. Ciênc. Saúde Unipar., v.5, n.2, p.165-169, 2001.
28 NAPIER, J. The prehensile movements of human hand. J. Bone Joint Surg., n.38B, p.902-913, 1956.
29 NAPIER, J. A mão do homem: anatomia, função, evolução. Rio de Janeiro: Editora Universidade de Brasilia, 1983. 182 p.
30 NEWMAN, D.G.; PEARN, J.; BARNES, A.; YOUNG, C.M.; KEHOE, M.; NEWMAN, J. Norms for hand grip strength. Arch. Dis. Childhood., n.59, p.453-459, 1984.
31 NIEBUHR, B.R.; MARION, R. Detecting sincerity of effort when measuring grip strength. Am. J. Phys. Med., v.66, n.1, p.16-23, 1987.
32 OLIVEIRA, M.H.P. Associação entre atividades ocupacionais dos hansenianos e incapacidades físicas. Rev. Bras. Enf., v.46, n.3/4, p.279-285, 1993.
33 OLIVEIRA, M. H. P. Associação entre atividades ocupacionais dos hansenianos e incapacidades físicas. Rev. Bras. Enf., v.46, n.34, p.279-285, 1996.
34 OPROMOLA, D.V.A. Noções de hansenologia. Bauru: Centro de Estudos Dr. Reinaldo Quagliato, 2000. 126 p.
35 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Um guia para eliminar a hanseníase como problema de saúde pública. 5.ed. Genebra: Programa de ação para a eliminação da hanseníase, 1995. 61 p.
36 PASCHOARELLI, L.C.; COURY, H.J.C.G. Aspectos ergonômicos e de usabilidade no design de pegas e empunhaduras. Est. Design., v.8, n.1, p.79-101, 2000.
37 PEDRAllANI, E.S.A.; MALUF, S. A.; PEDROSO, M.; TOYODA, C.Y. Prevenção de incapacidade em hanseníase: realidade numa unidade sanitária. Hansen. Int., v.10, n.1/2, p.10-22, 1985.
38 PEDROSO, M.; GONÇALVES, A.; PADOVANI, C.R.; BACCA-RELLI, R.; OLIVEIRA, S. Prevenção e tratamento das incapacidades físicas em hanseníase no Brasil: estudo de risco profissional específico para a doença. Hansen. Int., v.14, n.2, p.112-119, 1989.
39 PEDROSO, M.; OLIVEIRA, S.; BACCARELLI, R.; VIEIRA, P.C.T.; GONÇALVES, A. Incapacidades físicas em hanseníase: estudo multicêntrico da realidade brasileira. An. Bras. Dermatol., v.64, n.6, p.301-306, 1989.
40 PETOILHO, E.C.; LIMA, M.C.M.; PEDRAllANI, E.S. Poliquimioterapia da hanseníase: a implantação na unidade de saúde de São Carlos-SP Rev. Bras. Enf., v.47, n.2, p.124-133, 1994.
41 ROSÉN, B.; DAHLIN, L. B.; LUNDBORG, G. Assessment of functional outcome after nerve repair in a longitudinal cohort. Scand. J. Plast. Reconstr. Hand Surg., n.34, p.71-78, 2000.
42 SANDE, L.A.P;COURY, H.J.C.G. Aspectos biomecânicos e ergonômicos associados ao movimento de preensão: uma revisão. Rev. Fisiot. USP., v.5, n.2, p.71-82, 1998.
43 SANTOS, SA Atuação do enfermeiro no controle epidemiológico da hanseníase. Rev. Bras. Enf., v.45, n.2/3, p.227-230, 1992.
44 SCHREUDERS, T.A.R.; ROEBROECK, M.; VANDERKAR, J.M.; SOETERS, J.N.M.; HOVIUS, S.E.R.; SIAM, H.J. Strength of the intrinsic muscles of the hand measured with a hand-held dynamometer: reliability in patients with ulnar and median nerve paralysis. J. Hand Surg., v.25B, n.6, p.560-565, 2000.
45 SUÁREZ, R.E.G.; LOMBARDI, C. Estimado de prevalencia de lepra. Hansen. Int., v.22, n.2, p.31-34, 1997.
46 TABACHINICH, B. G.; FIDELL, L.S. Using multivariate statistics. 3ed. USA: Harper Collins, 1996.

Downloads

Publicado

30-11-2002

Como Citar

1.
Moreira D, Alvarez RRA. Avaliação da força de preensão palmar com o uso do dinamômetro Jamar® em pacientes portadores de hanseníase atendidos em nível ambulatorial no Distrito Federal. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2002 [citado 25º de abril de 2024];27(2):61-9. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36413

Edição

Seção

Artigos originais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)