Influência do tempo de evolução prévio ao diagnóstico inicial incapacidades presentes no exame inicial de pacientes portadores de hanseníase multibacilar
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Palavras-chave

Hanseníase multibacilar
grau deincapacidade
retardo no diagnóstico

Como Citar

1.
Pimentel MIF, Nery JA da C, Borges E, Gonçalves RR, Samo EN. Influência do tempo de evolução prévio ao diagnóstico inicial incapacidades presentes no exame inicial de pacientes portadores de hanseníase multibacilar. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2002 [citado 23º de dezembro de 2024];27(2):77-82. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36415

Resumo

Objetivando determinar a influência do período de evolução prévio ao diagnóstico na presença de incapacidades detectadas no exame inicial de pacientes portadores de hanseníase multibacilar, 100 pacientes (18% BB; 47% BL; e 35% LL) foram perguntados, na anamnese, sobre o período de sintomas/sinais da enfermidade anteriormente ao primeiro exame. Mais de 2/3 do pacientes (71%) tiveram o diagnóstico em um período de tempo superior a 6 meses de duração da enfermidade (55% em período superior a 1 ano de evolução). Os pacientes foram avaliados em relação a incapacidades físicas no momento do diagnóstico através do grau de incapacidade antes do tratamento (GIAT). Quanto às incapacidades presentes no diagnóstico, 44% apresentavam GIAT = 0; 33% apresentavam GIAT = 1;22% apresentavam GIAT = 2; e 1% apresentava GIAT =3. O período de evolução previamente ao diagnóstico foicorrelacionado com o GIAT (coeficiente de correlação =0,243440135),e a análise de variação pelo teste deKruskal-Wallis resultou em p = 0,012606; foiestatisticamente significativo mesmo quando o tempo deevolução prévio foi agrupado em < 6 meses e maior que6 meses (p = 0,012613), e quando agrupado de 12 em12 meses (p = 0,019428). Pacientes com maiores temposde evolução antes do diagnóstico apresentaram maioresgraus de incapacidade antes do tratamento. Estes dadosdemonstram a importância do diagnóstico precoce naprevenção de incapacidades relacionadas à hanseníase.

https://doi.org/10.47878/hi.2002.v27.36415
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