Situação epidemiológica da hanseníase no município de Belo Horizonte/MG - Período 92/97
PDF

Palavras-chave

Epidemiologia da hanseníase
diagnóstico precoce em hanseníase
eliminação da hanseníase

Como Citar

1.
Lana FCF, Lima RF de, Araújo MG, Fonseca P de TS. Situação epidemiológica da hanseníase no município de Belo Horizonte/MG - Período 92/97. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2000 [citado 26º de dezembro de 2024];25(2):121-32. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36434

Resumo

Este estudo teve como objetivo conhecer a situação epidemiológica da hanseníase no município de Belo Horizonte através da análise de indicadores epidemiológicos e operacionais, com ênfase no diagnóstico precoce da doença. Trata-se de um estudo de natureza descritiva, para o qual utilizamos como instrumento as Fichas Epidemiológicas e Clínicas dos casos notificados de residentes em Belo Horizonte no período de 1992 a 1997. Para a análise dos dados utilizamos o software EPIINFO. Neste período, foram notificados 1217 casos de hanseníase apresentando coeficientes de detecção considerados altos no período 92/94 e médios no período 95/97. Verificamos uma baixa detecção nas formas clínicas não contagiantes (15,6%), incluindo a forma indeterminada (3,9%) - fase inicial da doença - havendo um nítido predomínio das formas contagiantes (84,4%). Observamos que 5,6% dos casos incidiram em menores de 15 anos e que apenas 39,7% do total de casos foram diagnosticados com menos de 12 meses após o aparecimento dos primeiros sinais da doença; deste modo, explicando o alto percentual de doentes diagnosticados com presença de incapacidades 2 e 3 (10,6%). Concluímos que os serviços de saúde aindadiagnosticam a hanseníase tardiamente, o que favorece a sua expansão na sociedade e a instalação de incapacidades físicas nos portadores. Apesar de verificarmos uma tendência decrescente na taxa de detecção, os demais dados analisados sugerem a persistência da endemia. Por outro lado, não se pode deixar de mencionar a possibilidade de uma prevalência oculta, sugerida pelo diagnóstico tardio, que pode vir a comprometer as metas de eliminação da hanseníase.

https://doi.org/10.47878/hi.2000.v25.36434
PDF

Referências

1. KANEKO, K.A., ZAMBON, V.D., PEDRAllANI, E.S. Casos Novos de Hanseníase na Região de São Carlos, S.P., 1983 a 1988. Hansen. Int., Bauru, v.15, n.1-2, p.5-15, 1990.
3. ANDRADE, V.L. et al. Paucibacilar ou multibacilar?: uma contribuição para os serviços de saúde. Hansen. Int., Bauru, v.21, n.2, p.6-1, 1996..
5. ANDRADE, V.L. de; SABROZA, P.C.; ARAÚJO, A.J. de. Fatores associados ao domicílio e à familia na determinação da hanseníase,. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.10, p.281-292, 1994. supl.2.
7. ARAÚJO, M.G. Hansenfase na Região Metropolitana de Belo Horizonte: uma avaliação longitudinal de alguns indicadores epidemiológicos no período de 1980 a 1985 em comparação com o Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte. Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, 1988. Dissertação (Mestrado).
9. BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Manual de Normas e Procedimentos para o Controle da Hanseníase. Brasília, 1994.
11. JOPLIN, W.H., McDOUGALL, A.C. Manual de Hanseníase. 45 ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 1991.
13. LANA, F.C.F. Organização tecnológica do trabalho em hanseníase com a introdução da poliquimioterapia. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, 1992. Dissertação (Mestrado).
15. LANA, F.C.F. Políticas Sanitárias em Hansen fase: história social e a construção da cidadania. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, 1997. Tese (Doutorado).
17. LECHAT, M.F., VANDERVEKEN, M. Indicadores epidemiologicos básicos para la vigilancia de la lucha contra a la lepra. Washington: Organización Panamericana de la Salud, 1984.
19. LE GRAND, A. Women and leprosy: a review. Leprosy Rev., v.68, p.203-11, 1997.
11 . LEBOEUF, M.A. et al. Alguns Aspectos Epidemiológicos da Hanseníase na Diretoria Regional de Saúde de Belo Horizonte e no Município de Belo Horizonte em 1990. Belo Horizonte: Escola de Saúde de Minas Gerais, 1992. Monografia (Especialização).
12. LOMBARDI, C. et al. Hanseníase: epidemiologia e controle. São Paulo: IMESP/SAESP, 1990.
13. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Saúde. Coordenadoria de Controle da Hanseníase. Encontro Estadual de Avaliação das Ações de Controle
dHaanseníase. Belo Horizonte, maio de 1999. 17. Datilografado.
14. Eliminação da Hanseníase como dPeroSbaleúmdeaPública em Minas Gerais - 1997 a 2001. Belo Horizonte, novembro de 1996.
16. OPAS/OMS. Divisão de Prevenção e Controle de Doenças Transmissíveis. Hanseníase hoje. Boletim-Eliminação da Hanseníase das Américas, n.1, nov, 1993
16. _______. Hanseníase hoje. Boletim-Eliminação da Hanseníase das Américas, n.6, nov, 1998
17. _______. Hanseníase hoje. Boletim-Eliminação da Hanseníase das Américas, n.7, dez, 1999
18. OPROMOLA, D.V.A. Hanseníase após a cura. Hansen. Int., v.23, n.1/2, p.1-2, 1998.
19. SUÁREZ, R.G. et al. Situacion atual de la lepra en Cuba: sera factible la interrupcion de la transmision? Hansen. Int., Bauru, v.21, n.1, p.34-45, 1996.
Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Downloads

Não há dados estatísticos.