Análise dos motivos para o abandono do tratamento:

o caso dos pacientes hansenianos da Unidade de Saúde em Carapina/ES

Autores

  • Andressa Ribeiro Fogos Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Atenção a Saúde Coletiva/PPGASOUFES - bolsista Facitec./PMV
  • Elizabete Regina Araújo Oliveira Profil DO do Programa de Pós-Graduação em Atenção a Saúde Coletiva/PPGASC/UFES
  • Maria Lúcia Teixeira Garcia Profa do Depto de Serviço Social/UFES - Doutoranda em Psicologia Social/USP Rua Chafic Murad

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2000.v25.36437

Palavras-chave:

Hanseníase, Abandono de tratamento, Aderência, Motivação

Resumo

O abandono do tratamento entre pacientes hansenianos tem constituído um grave problema aos profissionais da área de saúde pública. Este trabalho tem por objetivo analisar os motivos alegados pelos pacientes para a falta e/ou abandono de seus tratamentos. Trata-se de um estudo retrospectivo, envolvendo uma amostra de 42 pacientes que faltaram e/ou abandonaram o tratamento no período de 1 994 a 1996. Para coleta de dados utilizouse roteiro semi-estruturado de entrevista. As respostas foram agrupadas em categorias gerais referentes a fatores intrínsecos e extrínsecos que caracterizam o abandono e/ou falta. A relação entre falta e abandono entre os pacientes multibacilares (MB) foi 0,8:1 e entre os paucibacilares (PB) 0,7:1. Entre os pacientes do tipo PB destacaram-se os fatores intrínsecos para justificar o abandono do tratamento e, entre os pacientes MB, evidenciou-se uma prevalência de fatores extrínsecos como jus ti f icação de suas faltas . Levando-se em consideração os dados apresentados, há necessidade de maior aprofundamento nessa área, a fim de orientar aproposta metodológica do trabalho no Programa de
Controle da Hanseníase.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1. ALMEIDA e CESCONETI. Ficar pra quê? Motivos alegados por pacientes para o abandono de tratamento. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) UFES, 1997.
2. ALMEIDA, A. P et al. Ocorrência de reagoes em pacientes pôs-alta por cura de hanseníase: reflexões acerca da implementação de um programa especifico de atenção. n: 1g Simpósio Brasileiro de Hansenologia, 01 a 04 de Dezembro de 1999. Anais: Ribeirao Preto/SP, 1999.
3. BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo.
4. BAUSS, José. Em busca de uma tipologia motivacional relativa ao tratamento do alcoolismo. São Paulo: USP Tese (Doutorado), 1996.
5. BRASIL, Ministério da Saúde. Normas técnicas e procedimentos para a utilização dos esquemas de poliquimioterapia no tratamento de hanseníase, 1992.
6. Ministér io da Saúde. Divisão Nacional de Dermatologia - Programa de Controle da Hanseniase, 1996.
7. Secretaria Estadual de Saúde (SESA). Dados sobre prevalência e detecção da hansenfase nos municípios do Espirito Santo, 1997
8. BARKIRTZIEF, Zoica. Aguas passadas que movem moinhos: as representações sociais da hanseniase. Sao Paulo: PUC, 1994. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Psicologia Social.
9. BREAKWELL, Glynis M. Coping with threatened identities. London/New York: Methuen, 1986.
10. BRUMANA, F; MARTINEZ, E.G. Margindlia Sagrada. Campinas: Unicamp, 1991.
11. CADE, Nagala V. Um estudo sobre fatores psicossociais que interferem na aderência ao tratamento de pacientes hipertensos. Espirito Santo: UFES, 1996. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Psicologia Social.
12. CIMINO, Gisele Rolim et al. Relação entre reação hansênica tipo I e II e formas multi e paudbacilares. In: 12 SIMPÓSIO BRASILEIRO DE HANSENOLOGIA, 01 a 04 de Dezembro de 1999. Anais: Ribeirao Preto/SP, 1999.
13. DOMINGUES, Rachel Zanetta de Lima. A participação do portador de doença crônica em seu plano de tratamento: Um estudo de aderência em Hospital Escola. PUC/SP, 1992. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Serviço Social.
14. EDWARDS, Griffitti. Tratamento do alcoolismo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
15. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidiciondrio da lingua Portuguesa, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1977.
16. FOGOS, Andressa Ribeiro et al. (Des)caso social com pacientes hansenianos. In: II CONFERENCIA INTERNACIONAL DE PSICOLOGIA DE LA SALUD, 16 a 18 de Outubro de 1996. Anais. Cuba, 1996, p. 70-71.
17. _____ Controle da Hanseníase: uma demanda ao Serviço Social. In: IX CONGRESSO BRASILEIRO DE ASSISTENTES SOCIAIS, 20 a 24 de Julho de 1998. Anais. Goiania/Go, 1998, p. 162- 165.
18. _____ . Hanseniano? Eu não! Um estudo sobre o abandono de tratamento entre pacientes hansenianos. Monografia. (Trabalho de conclusão de curso) UFES, 1998.
19. GARCIA, Mana Lúcia T, MENANDRO, Paulo R. M. A utilização de práticas superticiosas por mulheres alcoolistas. Revista da ABP - APAL, v.2, n°19 1997, p. 39-44.
20. GIDDENS, Anthony. Modernity and self-identity-self and society in the late modern Age. Stanford California: Stanford University Press, 1991.
21. GRAHAM apud GUIDOTTI, Humberto. Hanseníase uma questão social. Revista Cultura e Vozes ng 3, 1978, p. 178.
22. GUIMARÃES, Flávia da Fonseca. Adesão ao tratamento de doenças crônicas: verbalizações de diabéticos, hipertensos e cardíacos, São Paulo: USP, 1996. Tese (Doutorado).- Faculdade de Saúde Pública.
23. JAHODA, Gustay. A psicologia da superstição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
24. LAPLANTINE, Frangois. Antropologia da doença. Sao Paulo: Martins Fontes, 1991.
25. LEIGH, Gillian. PHD, OGBORNE, Alan C., PHD. et al. Factors Associated with Patient Droupout from an Out Patient Alcoholism Treatment Service. Addiction Research Foundation, Clinical Institute. Journal of Studies on Alcohol. v.45. ng4, 1984.
26. LEVITIC013.45-46. Bíblia Sagrada. Centro Bíblico Católico, 1986, p.156.
27. MAMMO, Abate, WEINBAUM, Donald F. Some factors that influence dopping out from out patient alcohlism treatment facilities. Jornal of studies on alcohol, C. 54. p. 92-100, 1993.
28. MIRANDA, Clélia Albino Simpson de. Hanseníase: o impacto da representação social e a crise identitária. João Pessoa: Ed. Universitária, 1999.
29. MONTEIRO, Yara Nogueira. Da maldição divina a exclusão social: Um estudo da hanseníase em São Paulo. São Paulo: USP, 1995 Tese (Doutorado) - Faculdade de Filosofia, Letras, Ciências Humanas - FFLCH.
30. MONTERO, P Da doença a desordem - a magia na umbanda. Rio de Janeiro: Graal, 1985.
31. MORIN, Michel. Entre représentations et pratiques: le sida Ia prevention et les jeunes. In: ABRIC, J.C. Pratiques Sociales et representations. Paris: Presses Universitaires de France, 1994, p. 109- 144.
32. OLIVEIRA, Maria Helena Pessini de; ROMANELLI, Geraldo. Os efeitos da hanseníase em homens e mulheres: um estudo de gênero. Cadernos de Saúde Pública, v. 14, ri° 1. Rio de Janeiro: Fiocruz, Jan/Mar, 1998.
33. PROCHASKA, J. O. e DICLEMENTE, C. C. Transtheoretical therapy: Toward a more integraive model of change. Psycohoterapy: Theory, Research
and Practice, 1982, n2 19, p. 276 - 288.
34. QUEIROZ, Marcos de Souza. Representações sobre saúde e doença: agentes de cura e pacientes no contexto do SUDS. Campinas, São Paulo: Editora da UNICAMP, 1991.
35, RABELO, Miriam Cristina. Religião e cura: Algumas reflexões sobre a experiência religiosa das classes popularesurbanas. Cadernos de Saúde
Pública, v. 9, nEI 3. Rio de Janeiro: Fiocruz, Jul/Set, 1993.
36. ROMANO, Wilma Belkiss, (org). A prática da psicologia nos hospitais. Sao Paulo: Pioneira, 1994.
37. SARASON, Bárbara R; SARASON, Irwing G; PIERCE, Gurgory R. Social Support: an interactional view. New York: Wiley-intey science publication, 1990.
38. VADHER, Help - Seeking behaviour in leprosy patients.Universidade de Surrey, Dissertação (Mestrado), 1995.

Downloads

Publicado

30-11-2000

Como Citar

1.
Fogos AR, Oliveira ERA, Garcia MLT. Análise dos motivos para o abandono do tratamento:: o caso dos pacientes hansenianos da Unidade de Saúde em Carapina/ES. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2000 [citado 20º de abril de 2024];25(2):147-56. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36437

Edição

Seção

Artigos originais