Resumo
Um homem de 68 anos de idade, cor preta, interna-se por hanseníase multibacilar, não tratada, apresentando infiltração cutânea difusa e nódulos raros de Eritema nodoso hansênico. Na época, (1982) foi tratado com sulfona e talidomida. Um mês e meio após o início do tratamento surge erupção cutânea eritematosa difusa, acompanhada de febre alta, adenomegalia generalizada e hepatoesplenomegalia. O hemograma demonstrou leucocitose intensa com linfocitose e atipias de linfócitos. Evoluiu com icterícia, desidratação, confusão mental, falecendo no 4' dia após instalação da erupção referida. Na necropsia o substrato do exantema generalizado é um infiltrado linfocitário pleiomórfico em pele, mucosas e vísceras. Este quadro foi interpretado como a "Síndrome da Sulfona", manifestação de hipersensibilidade à esta droga e que em muitos aspectos mimetiza ou induz o aparecimento de uma mononucleose infecciosa. Há algumas publicações sobre esta síndrome, algumas relatando casos fatais, más não há descrição de achados necroscópicos. Ao lado do infiltrado linfocitário atípico observou-se também reação granulomatosa tuberculóide generalizada englobando infiltrado de padrão virchoviano com baciloscopia rica. Os autores acreditam que este quadro representaria uma reação reversa induzida pela "Síndrome da Sulfona".
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