Fatores associados à ocorrência dos episódios reacionais da hanseníase em Mato Grosso, Brasil
pdf

Palavras-chave

Hanseníase
Reações hansênicas
Epidemiologia
Vigilância em saúde pública

Como Citar

1.
Arruda VL de, Lima JC, Dominguez OAE, Ferreira SMB, Cristofolini CA, Cruz PN, Silva PR de S. Fatores associados à ocorrência dos episódios reacionais da hanseníase em Mato Grosso, Brasil. Hansen. Int. [Internet]. 16º de maio de 2025 [citado 17º de maio de 2025];50:e41457. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/41457

Resumo

Objetivo: analisar os fatores associados à ocorrência dos episódios reacionais da hanseníase em Mato Grosso, Brasil, no período de 2011 a 2023. Método: trata-se de uma coorte retrospectiva com dados secundários provenientes do Sistema de Informação de Agravos e Notificações. Os fatores associados ao episódio reacional foram investigados por meio da regressão logística binária, o modelo final foi ajustado pelas variáveis sociodemográficas e clínicas, adotando-se nível de significância de 5%. E para testar a magnitude foi estimada o odds ratio, com intervalo de confiança de 95%. Resultados: foram registrados 5.383 casos de hanseníase com episódio reacional. Esteve associado ao episódio reacional, de forma independente, a presença de incapacidade física grau II (2,54, IC 95%: 2,24 – 2,89;p-valor ≤ 0,001), classificação operacional multibacilar (OR: 1,69, IC 95%: 1,46 – 1,95; p-valor ≤ 0,001) e forma clínica virchowiana (OR: 2,32, IC 95%: 1,90 – 2,83; p-valor ≤ 0,001). Conclusão: os fatores associados à reação hansênica foram variáveis clínicas relacionadas à forma grave da hanseníase que indicam tratamento tardio. Esses resultados destacam a necessidade de ações mais eficazes no monitoramento e investigação dos casos de hanseníase, visando melhorar as condições de saúde da população.

https://doi.org/10.47878/hi.2025.v.50.41457
pdf

Referências

1. Ministério da Saúde (BR). Boletim epidemiológico especial da hanseníase 2024. Brasília: MS; 2024 [citado 2024 abr. 15]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2024/be_hansen-2024_19jan_final.pdf.

2. Santos CS, Gomes AMT, Souza FS, Marques SC, Lobo MP, Oliveira DC. Representações sociais de profissionais de saúde sobre doenças negligenciadas. Esc Anna Nery. [Internet]. 2017;21(1):e20170016. doi:https://doi.org/10.5935/1414-8145.20170016.

3. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos estratégicos em Saúde. Portaria SCTIE/ MS nº 67, de 7 de julho de 2022 [Internet]. Aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hanseníase. Diário Oficial da União 2022. [acessado em 15 abr. 2024]. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/protocolos/20220818_pcdt_hanseniase.pdf/view#:~:text=PORTARIA%20SCTIE%2FMS%20N%C2%BA%2067,e%20Diretrizes%20Terap%C3%AAuticas%20da%20Hansen%C3%ADase.

4. Chen KH, Lin CY, Su SB, Chen KT. Leprosy: a review of epidemiology, clinical diagnosis, and management. J Trop Med. 2022:8652062. doi: https://doi.org/10.1155/2022/8652062.

5. Silva L, Barsaglini RA. “A reação é o mais difícil, é pior que hanseníase”: contradições e ambiguidades na experiência de mulheres com reações hansênicas. Physis: Rev Saúde Coletiva. 2019;28(4):1-19. doi: https://doi.org/10.1590/S0103-73312018280422.

6. Filgueira AA, Linhares MSC, Farias MR, Oliveira AGRC, Teixeira AKM. Relação da saúde bucal com reações hansênicas em município hiperendêmico para hanseníase. Cad Saúde Coletiva. 2020;28(1):44-55. doi: https://doi.org/10.1590/1414-462X202028010033.

7. Santos AR, Silva PRDS, Steinmann P, Ignotti E. Disability progression among leprosy patients released from treatment: a survival analysis. Infect Dis Poverty. 2020;9(53):1-7. doi: https://doi.org/10.1186/s40249-020-00669-4.

8. Queiroz TA, Carvalho FPBD, Simpson CA, Fernandes ACL, Figueirêdo DLDA, Knackfuss MI. Perfil clínico e epidemiológico de pacientes com reações hansênicas. Rev Gaúcha Enferm. 2015;36(spe):185-91. doi: https://doi.org/10.1590/1983-1447.2015.esp.57405.

9. Coriolano CRF, Freitas WAD Neto, Penna GO, Sanchez MN. Fatores associados ao tempo de ocorrência das reações hansênicas numa coorte de 2008 a 2016 em Rondônia, Região Amazônica, Brasil. Cad Saúde Pública. 2021;37(12):e00045321. doi: https://doi.org/10.1590/0102-311X00045321.

10. Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA). Mato Grosso, Centro-Oeste. Atlas do Desenvolvimento Humano 2021. [acessado em 15 abr. 2024]. Disponível em: http://atlasbrasil.org.br/.

11. Rocha MCN, Nobre ML, Garcia LP. Características epidemiológicas da hanseníase nos idosos e comparação com outros grupos etários, Brasil (2016-2018). Cad Saúde Pública. 2020;36(9):e00048019. doi: https://doi.org/10.1590/0102/311X00048019.

12. Eichelmann K, Gonzale-Gonzalez SE, Salas-Alanis JC, Ocampo-Candiani J. Leprosy. An update: definition, pathogenesis, classification, diagnosis, and treatment. Actas Dermosifiliogr. 2013;104(7):554-63. doi: https://doi.org/10.1016/j.adengl.2012.03.028.

13. Silva MLFID, Farias SJMD, Silva APDSC, Rodrigues MOS, Oliveira ECAD. Padrões espaciais dos casos novos de hanseníase em um estado nordestino do Brasil, 2011-2021. Rev Bras Epidemiol. 2023;26:230014. doi: https://doi.org/10.1590/1980-549720230014.2.

14. Barbosa CC, Bezerra GSN, Xavier AT, Albuquerque MFPM, Bonfim CV, Medeiros ZM, et al. Revisão sistemática da análise de sobrevivência em estudos de hanseníase – incluindo os seguintes resultados: recaída, comprometimento da função nervosa, reações e incapacidade física. Int. J. Environ. Res. Public Health. 2022;19(19):12155. doi: https://doi.org/10.3390/ijerph191912155.

15. Fonseca ABL, Simon MV, Cazzaniga RA, Moura TR, Almeida RP, Duthie MS, et al. A influência das respostas imunes inata e adaptativa nos desfechos clínicos diferenciais da hanseníase. Infect Dis Poverty. 2017;6(5):1-8. doi:https://doi.org/10.1186/s40249-016-0229-3.

16. Serrano-Coll H, Mieles O, Escorcia C, Díaz A, Beltrán C, Cardona-Castro N. Série de casos de hanseníase neural pura em pacientes diagnosticados em um centro especializado no controle da hanseníase na Colômbia. Biomédica. 2018;38(2):153-161. doi: https://doi.org/10.7705/biomedica.v38i0.3690.

17. Organização Mundial da Saúde. Estratégia Global de Hanseníase 2021-2030, “Rumo à zero hanseníase”. Nova Delhi: Organização Mundial da Saúde, Escritório Regional para o Sudeste Asiático; 2021. [acessado em 09 abr. 2024]. Disponível em: https://www.who.int/pt/publications/i/item/9789290228509.

18. Souza CDF, Santos FGB. Prevalência da hanseníase, taxa de grau II de incapacidade física e proporção de casos multibacilares: um paradoxo que evidencia diagnóstico tardio e prevalência oculta? Rev Epidemiol. Controle Infecção. 2019;9(1):96-9. doi: https://doi.org/10.17058/reci.v9i1.11765.

19. Fortunato CN, Nascimento NC, Ferreira BVO, Silveira LMG, Silva ANO, Freire MEM. Comprometimento da saúde no pós-alta de pacientes tratados por Hanseníase e fatores relacionados: revisão de escopo. Rev Min Enferm. 2023;27:e-1513. doi: https://doi.org/10.35699/2316-9389.2023.39885.

20. Brito MFM, Ximenes RAA, Gallo MEN, Bührer-Sékula S. Associação entre reação hansênica após alta e a carga bacilar avaliada utilizando sorologia anti PGL-I e baciloscopia. Rev Soc Bras Med Trop. 2008;41(Supl. 2):67-72. doi: https://doi.org/10.1590/S0037-86822008000700014.

21. Teixeira MAG, Silveira VMD, França ERD. Características epidemiológicas e clínicas das reações hansênicas em indivíduos paucibacilares e multibacilares, atendidos em dois centros de referência para hanseníase, na Cidade de Recife, Estado de Pernambuco. Rev Soc Bras Med Tropical. 2010;43(3):287-92. doi: https://doi.org/10.1590/S0037-86822010000300015.

22. Guerra SKS, Pontes MRL, Randau KP. Cuidado clínico farmacêutico e estratégia para o uso racional e adesão ao tratamento em pacientes com hanseníase numa Policlínica do Recife. Rev Ciênc Méd Biológicas. 2022;21(1):60-6. doi: https://doi.org/10.9771/cmbio.v21i1.44575.

23. World Health Organization. Guidelines for the Diagnosis, Treatment and Prevention of Leprosy [Internet]. 2018;1:87. [acessado em 20 abr. 2024]. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789290226383.

24. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Coordenação-Geral de Vigilância das Doenças em Eliminação [Internet]. Nota Técnica nº 4/2020-CGDE/DCCI/SVS/MS: ampliação de uso da clofazimina para hanseníase paucibacilar no âmbito do Sistema Único de Saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2020. [acessado em 07 abr. 2024]. Disponível em: https://www.conass.org.br/wp-content/uploads/2021/07/SEI_MS-0020845770-Nota-Te%CC%81cnica-16.pdf.

25. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde pública. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2016. [acessado em 07 abr. 2024]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0149_04_02_2016.html.

26. Rocha MCN, Lima RB, Stevens A, Gutierrez MMU, Garcia LP. Óbitos registrados com causa básica hanseníase no Brasil: uso do relacionamento de bases de dados para melhoria da informação. Ciênc saúde coletiva. 2015;20(4):1017-26. doi: https://doi.org/10.1590/1413-81232015204.20392014.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2025 Vilmeyze Larissa de Arruda, Jaqueline Costa Lima, Omar Ariel Espinosa Dominguez, Silvana Margarida Benevides Ferreira, Carla Andressa Cristofolini, Pietra Nascimento Cruz, Pãmela Rodrigues de Souza Silva

Downloads

Não há dados estatísticos.