Diagnóstico de febre amarela em tecidos fixados em formalina e emblocados em parafina de primatas não humanos: a importância do exame histopatológico

Autores

  • Natália C. C. de A. Fernandes Instituto Adolfo Lutz
  • Juliana M. Guerra Instituto Adolfo Lutz
  • Rodrigo A. Ressio Instituto Adolfo Lutz
  • Cinthya Cirqueira Borges Instituto Adolfo Lutz
  • Silvia D’Andretta Iglezias Instituto Adolfo Lutz
  • Cristina T. Kanamura Instituto Adolfo Lutz
  • Josué Díaz Delgado Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
  • Patricia Sousa Gonçalves Instituto Adolfo Lutz
  • Filipe Onishi Nagamori Instituto Adolfo Lutz
  • Marcelo Sansone Instituto Adolfo Lutz
  • Isis Paixão de Jesus Rizkallah Instituto Adolfo Lutz
  • Mariane Ingara de Moraes Costa Instituto Adolfo Lutz
  • Simone Guimarães de Jesus Instituto Adolfo Lutz
  • Silvana Mello Instituto Adolfo Lutz
  • Júlia de Carvalho Instituto Adolfo Lutz
  • Rosângela Araujo Instituto Adolfo Lutz
  • Magda Almeida Montalvão Instituto Adolfo Lutz
  • Rosemeire Oliveira Lima Rodrigues Instituto Adolfo Lutz
  • Leonardo José Tadeu Araújo Instituto Adolfo Lutz
  • Sônia Maria Pereira de Oliveira Instituto Adolfo Lutz
  • José Luiz Catão Dias Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia

Palavras-chave:

Arboviroses, Diagnóstico, Flavivirus, Histologia, Zoonoses

Resumo

Os casos de óbitos ou convalescência de primatas não-humanos (PNH) por febre
amarela (epizootias) apontam a circulação do vírus em uma determinada região e podem
anteceder a ocorrência dessa doença em humanos. Portanto, o diagnóstico adequado desta
enfermidade nos diferentes gêneros de PNH presentes no Brasil é importante para adoção
de medidas estratégicas de controle da FA, como a vacinação. O Centro de Patologia
do Instituto Adolfo Lutz (CPA-IAL), laboratório de referência macrorregional, participa
do Programa de Vigilância de Epizootias em PNH do Ministério da Saúde, por meio
da realização de exames histopatológico e imuno-histoquímico para FA. Este trabalho
apresenta a casuística recebida e analisada no CPA-IAL durante o ano de 2017. Foram
avaliadas amostras de 2.171 PNH, com resultado de 626 positivas no exame imunohistoquímico do fígado (28,83%). Destas, o estado de preservação foi satisfatório em
580 e insatisfatório devido à autólise em 132. Das satisfatórias, 577 (99,48%) exibiram
alterações histopatológicas típicas de FA no fígado, incluindo necrose/apoptose maciça
com presença de corpúsculos de Councilman-Rocha Lima, degeneração goticular e escasso
infiltrado inflamatório. Das insatisfatórias, 34,85% foram positivas. A concordância entre
histopatologia e IHQ foi muito boa (kappa=0,98). Os achados histológicos hepáticos de
FA são conclusivos e podem servir como método de triagem para realização da imunohistoquímica, sendo essas ferramentas diagnósticas essenciais para o diagnóstico e
monitoramento da doença, mesmo em casos de autólise tecidual.

 

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https://doi.org/10.1126/science.aat7115

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Publicado

2018-11-30

Como Citar

1.
C. C. de A. Fernandes N, M. Guerra J, A. Ressio R, Cinthya Cirqueira Borges, D’Andretta Iglezias S, T. Kanamura C, Díaz Delgado J, Sousa Gonçalves P, Onishi Nagamori F, Sansone M, Paixão de Jesus Rizkallah I, Ingara de Moraes Costa M, Guimarães de Jesus S, Mello S, de Carvalho J, Araujo R, Almeida Montalvão M, Oliveira Lima Rodrigues R, Tadeu Araújo LJ, Pereira de Oliveira SM, Catão Dias JL. Diagnóstico de febre amarela em tecidos fixados em formalina e emblocados em parafina de primatas não humanos: a importância do exame histopatológico. Bepa [Internet]. 30º de novembro de 2018 [citado 25º de abril de 2024];15(179). Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/37875

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