Resumo
Com o objetivo de averiguar o cumprimento da legislação vigente no Brasil, com relação às características físico-químicas, foram analisadas 42 amostras de coco ralado, de sete diferentes marcas, assim distribuídas quanto à designação e classificação: 6 de "coco ralado com baixo teor de gordura"; 12 "com médio teor de gordura"; 18 "com alto teor de gordura" e 6 "açucarado". Todas as amostras apresentaram data de fabricação, prazo de validade e/ou número de lote diferentes entre si, tendo sido obtidas no comércio das cidades de São Paulo, Santos e São Vicente/SP. As determinações realizadas incluíram umidade, acidez, lipídeos, sacarose e pesquisa de ranço, segundo métodos descritos nas "Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz", 3ª ed., v. 1, 1985. Observou-se que 100% das amostras de coco ralado não atenderam às normas técnicas oficiais em, pelo menos, um dos parâmetros analisados. Das 42 amostras, 40(95%) estavam em desacordo quanto ao teor de sacarose, 29(69%) com relação à acidez, J9(45%) quanto aos lipídeos, 7(17%) com referência à umidade, sendo que nenhuma delas apresentou prova de ranço positiva. Foram também realizadas as mesmas determinações em 11 variedades de coco in natura, com o intuito de se obter dados que retratassem os valores naturalmente encontrados no fruto. Com base nos resultados obtidos, sugere-se uma ação fiscalizadora mais intensa sobre aquele tipo de produto, assim como revisão dos parâmetros legais em vigor, particularmente quanto ao teor máximo de sacarose estabelecido.
Referências
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