Resumen
O estuário da Lagoa dos Patos é um importante polo pesqueiro artesanal por constituir área de criação de diversas espécies de peixes e crustáceos. Suas águas são influenciadas diretamente por fatores meteorológicos, os quais interferem na entrada de água oceânica no estuário e na vazão, refletindo na sua salinidade. Por esta razão, há a possibilidade de V. parahaemolyticus ser encontrado no estuário da lagoa e, consequentemente, nos pescados nele capturados, o que ofereceria risco aos consumidores. O objetivo do estudo foi de avaliar a presença de V. parahaemolyticus em pescados do estuário da Lagoa dos Patos, capturados e processados artesanalmente. Cinquenta e seis amostras de pescados oriundos do estuário da Lagoa dos Patos foram analisadas quanto à presença de V. parahaemolyticus. Três das cinco espécies analisadas, camarão-rosa (Farfantepenaeus paulensis), tainha (Mugil platanus) e linguado (Paralichthys orbignyanus) albergavam o micro-organismo pesquisado. Estes resultados servem de alerta para a necessidade de maior fiscalização na produção de pescados, bem como da adoção de medidas higiênico-sanitárias que previnam o risco de transmissão deste patógeno para os consumidores. Este é o primeiro registro de isolamento de V. parahaemolyticus de F. paulensis, M. platanus e P. orbignyanus.
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