Resumen
No período de Janeiro/1992 a Janeiro/1993 foram analisadas 351 amostras de doce de amendoim em tablete e 157 amostras de doce de leite em tablete adquiridas mensalmente em dez barracas de ambulantes de doces, distribuídas em 4 regiões da cidade de São Paulo, para avaliar a situação de contaminação dos doces pelos ácaros, durante as 4 estações do ano. Estas amostras foram examinadas sob microscópio estereoscópico, percorrendo toda a superfície da amostra, no ato da aquisição, e semanalmente até completar 28 dias, mantidas em ambiente e em estufa BOD a 25°C e 75% U.R.A.. Outra parte da amostra foi selada em saco plástico e analisada após 90 dias de armazenamento. Cerca de 18,2% das amostras de doce de amendoim e 13,5% das amostras de doce de leite foram encontradas parasitadas por ácaros. Das espécies encontradas, 98,9% foram Tyrophagus putrescentiae Schrank, 0,9% Blattisocius tarsalis Berlese, 0,2% Blomia tropicalis Bronswijk, Cock e Oshima e 0,04% Suidasia pontifica Oudemans. Quando em ambiente, as amostras de doce de amendoim tiveram um número médio de 0,3 ácaros, e em estufa 4,4; enquanto que, para as amostras de doce de leite, 4,5 ácaros em média em ambiente e 3,1, em estufa. Os ácaros foram encontrados em número maior no 21° e 28° dias de análise, sendo que o exame no ato foi negativo, o que indica que havia ovos na amostra, e que com o tempo e em condições ótimas, vieram a se desenvolver, salientando a importância da incubação de uma amostra para exclusão da hipótese da presença de ácaros. As amostras de 90 dias de armazenamento apresentaram um número médio de ácaros bem elevado: 7,4 ácaros para doce de amendoim, e 19,9 ácaros para doce de leite, mostrando assim que um longo armazenamento é propício para que haja um aumento populacional de ácaros a partir de ovos presentes na amostra. As épocas do ano que apresentaram maior percentual de amostras positivas para ácaros foram: inverno: 34,9% e verão: 18,8%. No inverno, a percentagem deveria ser menor, pois as condições de temperatura e umidade são desfavoráveis para o crescimento dos mesmos, podendo-se, então, deduzir que essas amostras foram armazenadas por tempo prolongado, e que os ovos remanescentes das demais estações, mais favoráveis para proliferação acariana, eclodiram e se desenvolveram no inverno.
Citas
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Derechos de autor 1994 Revista del Instituto Adolfo Lutz