Resumo
Foram analisadas por técnicas parasitológicas de sedimentação e de flutuação 100 amostras de alfaces crespas de duas feiras livres, da Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ), sendo 50 de cultivo tradicional e 50 de cultivo hidropônico. Doze amostras (12 %) apresentaram ositividade para formas evolutivas de helmintos ou protozoários de importância médico-veterinária, como cisto de amebídeo, oocisto de coccídio e ovos de helmintos da superfamília Ancylostomatoidea a frequência de positividade foi similar nas amostras de cultivos tradicional e idropônico. Detectou-se contaminação por organismos em vida livre, sem associação com as formas evolutivas de parasitas, em 85 % das amostras. A presença de contaminantes na aioria das amostras, com detecção de formas evolutivas de parasitas intestinais de seres humanos ou de outros nimais, indica que estas hortaliças podem representar uma potencial fonte de contaminação para o ser humano, e serem nadequadas para o consumo sem a devida higienização.Referências
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