Resumo
O consumo de whey protein, no Brasil e no mundo, aumentou nos últimos anos em decorrência da preocupação com a saúde e bem-estar físico. Atualmente, estão disponíveis no comércio uma série de marcas e diferentes tipos de whey protein. Os estudos têm demonstrado irregularidades na composição química de amostras analisadas, e em especial, nos teores de proteínas e carboidratos totais, em comparação com os citados nos respectivos rótulos. Neste trabalho, foram avaliadas 15 amostras de whey protein concentrado quanto aos teores de carboidratos totais por meio de Lane Eynon e de nitrogênio total e proteínas por Kjeldahl. As metodologias utilizadas são oficiais e os métodos analíticos foram previamente validados. Os resultados obtidos foram comparados com os valores expressos nos rótulos dos produtos. Para o teor de carboidratos totais, das 15 amostras avaliadas, apenas quatro atenderam ao conteúdo indicado no rótulo. Quanto ao teor proteico, duas amostras não atenderam aos valores expressos no rótulo, considerando-se o limite de tolerância de ± 20 %, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Sugere-se a criação de normas específicas para esse tipo de produto, para estabelecer uma melhor fiscalização e garantia da qualidade, que beneficiarão os seus consumidores.
Referências
1. Bachi G. Dieta com Whey protein: os benefícios do soro do leite para a sua saúde. Editora Matrix; 2013. 120 p.
2. Page J, Meyer D, Haines B, Lagrange V, Kenney A, Usdec Staff (Publishers), Contribuitor: Clark Jr; WS. Reference Manual for U.S. Whey and Lactose Products [Internet]. U.S. Dairy Export Council – USA, 226 p. Updated June; 2004. [acesso 2015 Jan 30]. Disponível em: [http://usdec.files.cms-plus.com/PDFs/2008ReferenceManuals/Whey_Lactose_Reference_Manual_Complete2_Optimized.pdf .
3. The Economist. The protein-supplement industry takes a punch. Proteinshakes. Bruising. The Economist Newspaper Ltda. [acesso 2015 Jan 30]. Disponível em: [http://www.economist.com/news/britain/21576679-protein-supplement-industry-takes-punch-bruising].
4. FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations/World Health Organization). Protein quality evaluation; Report of Joint FAO/WHO expert consultation. Rome: WHO; 1991. 66 p.
5. Sgarbieri VC. Propriedades fisiológicas-funcionais das proteínas do soro de leite. Rev Nutr. 2004;17(4):397-409. [DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1415-52732004000400001].
6. Haraguchi FK, Abreu WC, Paula H. Proteínas do soro do leite: composição, propriedades nutricionais, aplicações no esporte e benefícios para a saúde humana. Rev Nutr. 2006;19(4):479-88. [DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1415-52732006000400007].
7. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 18, de 27 de abril de 2010. Dispõe sobre alimentos para atletas. Aprova o Regulamento Técnico sobre Alimentos para Atletas. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 28 abr. 2010. Seção 1, nº 79. p. 211-2.
8. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RE no 728, de 27 de fevereiro de 2014. Proibe a distribuição e comercialização de produtos Suplementos/Alimentos Proteicos para Atletas. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 28 fev. 2014. Seção 1, no 42. p. 68.
9. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RE no 729, de 27 de fevereiro de 2014. Proibe a distribuição e comercialização de produtos Suplementos/Alimentos Proteicos para Atletas. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 28 fev. 2014. Seção 1, no 42. p. 68.
10. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RE no 730, de 27 de fevereiro de 2014. Proibe a distribuição e comercialização de produtos Suplementos/Alimentos Proteicos para Atletas. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 28 fev. 2014. Seção 1, no 42. p. 68.
11. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RE no 731, de 27 de fevereiro de 2014. Proibe a distribuição e comercialização de produtos Suplementos/Alimentos Proteicos para Atletas. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 28 fev. 2014. Seção 1, no 42. p. 68.
12. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n° 360, de 23 de dezembro de 2003. Aprova o Regulamento Técnico sobre Rotulagem Nutricional de Alimentos Embalados, tornando obrigatória a rotulagem. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, de 26 dez. 2003. Seção 1, no 251. p. 33-4.
13. Association of Official Analytical Chemists – AOAC. Official Methods of Analysis of AOAC International. 18th ed. Current through Revision 2. Washington (DC): AOAC International; 2007.
14. Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária. Laboratório Nacional de Referência Animal (LANARA). Métodos Analíticos Oficiais para Controle de Produtos de Origem Animal e seus Ingredientes. II- Métodos físicos e químicos. Brasília (DF): LANARA; 1981.
15. Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Instrução Normativa nº 68 de 12 de dezembro de 2006. Métodos Analíticos Oficiais Físico Químicos para Controle de Leite e Produtos Lácteos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 14 de dez. 2006. Seção 1, no 239. p.8-30.
16. Instituto Adolfo Lutz. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. Zenebon O, Pascuet N S, Tiglea P, coordenadores. 4a ed. São Paulo: Instituto Adolfo Lutz; 2008. 1020 p.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2016 Renata Cristina Scarlato, Nara Godinho Motta Miranda, Rafaelle Silva da Costa, Karla Mayara Arguelles Simões, Ingrid Kelle da Silva Vidal, Eliane Cristina Pires do Rego