Avaliação da prática do autocuidado domiciliar em hanseníase

Autores

  • Noêmi Garcia de Almeida Galan Pesquisador Científico da Divisão de Pesquisa e Ensino, Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL), Bauru/SP, Brasil.
  • Marli Luiz Beluci Doutora em Ciências da Reabilitação pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC/USP), Bauru/SP, Brasil.
  • Lucia Helena Soares Camargo Marciano Pesquisador Científico da Divisão de Pesquisa e Ensino, Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL), Bauru/SP, Brasil.
  • Renata Bilion Prado Ruiz Pesquisador Científico da Divisão de Pesquisa e Ensino, Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL), Bauru/SP, Brasil.
  • Nagila Garcia Galan de Oliveira 5 Mestre em Enfermagem pela Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, (FMB/UNESP), Botucatu/SP, Brasil.
  • Ariane Gasparotto Bonini Enfermeira. Graduado pelas Faculdades Integradas de Jaú (FIJ). Jaú /SP, Brasil
  • Fabio Ribeiro Arakaki Enfermeiro. Graduado pelas Faculdades Integradas de Jaú (FIJ). Jaú /SP, Brasil.
  • Gisele da Silva Guimarães Enfermeira. Graduado pelas Faculdades Integradas de Jaú (FIJ). Jaú /SP, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2016.v41.34979

Palavras-chave:

Hanseníase, Autocuidado, Educação em Saúde

Resumo

O objetivo deste estudo foi verificar se indivíduos acometidos pela hanseníase realizavam adequadamente a prática do autocuidado e possíveis fatores interferentes. Trata-se de um estudo documental, observacional e descritivo de inquérito domiciliar. A amostra abrangeu todos os onze pacientes detectados durante um ano, em um município com 120.000 habitantes no interior do estado de SP. Foram coletados os dados clínicos e cuidados prescritos dos prontuários. A entrevista e a observação das práticas de autocuidado foram realizadas no domicílio. Foi solicitado aos participantes para identificarem os problemas decorrentes da doença, descreverem quais, como e quando faziam o autocuidado, o qual foi classificado como: realizado adequadamente, parcialmente ou não realizado. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Nº 06/2007). Dos cinco que apresentavam grau 2 de incapacidades, três realizavam parcialmente e dois não realizavam o autocuidado. Demonstraram dificuldades em aceitar o comprometimento físico e de incorporar as práticas diárias por fatores multicausal, o mesmo aconteceu com aqueles com grau 1. A necessidade da manutenção do trabalho laboral, com exposição a traumas físicos e em período integral, pode levar a ocultação da doença, seja para si ou para a sociedade, e dificultar as ações de autocuidado, tanto pela falta de tempo quanto pela não aceitação da doença. O modelo paternalista, fragmentador e mecânico da assistência em saúde, sugere uma tendência à dependência dos serviços institucionais, desconstruindo a autonomia e a responsabilidade individual sobre seu estado de saúde, desmotivando as ações do autocuidado domiciliar.

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Referências

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Publicado

30-11-2016

Como Citar

1.
Galan NG de A, Beluci ML, Marciano LHSC, Ruiz RBP, Oliveira NGG de, Bonini AG, Arakaki FR, Guimarães G da S. Avaliação da prática do autocuidado domiciliar em hanseníase. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2016 [citado 28º de março de 2024];41(1/2):37-45. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/34979

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