Hanseníase e Estigma
PDF

Palavras-chave

Hanseníase
Estigma Social
Antropologia Médica

Como Citar

1.
Barreto J, Gasparoni JM, Politani AL, Rezende LM de, Edilon TS, Fernandes VG, Lima VM. Hanseníase e Estigma. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2013 [citado 26º de dezembro de 2024];38(1/2):14-25. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/35072

Resumo

Representações sociais são compreendidas como estruturas dinâmicas que regulam as escolhas e ações dos sujeitos e dos grupos em diferentes situações da vida, em especial nos episódios de adoecimento. Raras são as doenças em que, como na lepra, se encontra tão evidenciada a associação entre doença e estigma, deformidade física e condenação moral. Com o objetivo de comparar as representações sociais de uma geração de pacientes que passou pela internação compulsória com o diagnóstico de lepra e outra mais tarde tratada ambulatorialmente com o diagnóstico de hanseníase, indaga-se em que medida permanecem invariáveis alguns dos traços da milenar representação estigmatizante da lepra, apesar das mudanças havidas na denominação e na compreensão da natureza e do tratamento da doença.

https://doi.org/10.47878/hi.2013.v38.35072
PDF

Referências

1 Adam P, Herzlich C. Sociologia da doença e da medicina. Bauru: EDUSC; 2001.
2 Sontag S. A doença como metáfora: AIDS e suas metáforas. 3a ed. Rio de Janeiro: Graal; 2002.
3 Alves PCB, Rabelo MCM. Significação e metáforas na experiência da enfermidade. In: Rabelo MCM, Alves PCB, Souza IMA. Experiência de doença e narrativa. Rio de Janeiro: Fiocruz; 1999.
4 Lins AUFA. Representações sociais e hanseníase em São Domingos do Capim: um estudo de caso na Amazônia. Physis. 2010 Jan;20(1):171-94.
5 Victora CG, Knauth DR, Hassen MNA. Pesquisa qualitativa em saúde: uma introdução ao tema. Porto Alegre: Tomo Editorial; 2000.
6 Queiroz MS, Carrasco MAP. O doente de hanseníase em Campinas: uma perspectiva antropológica. Cadernos de Saúde Pública. 1995 Jul-Set;11(3):479-90.
7 Goffman E. Stigma: notes on the management of spoiled identitity.New York:Touchstone Book; 1986.
8 Cunha VS. O isolamento compulsório em questão: políticas de combate a lepra no Brasil (1920-1941) [dissertação]. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz; 2005.
9 Tronca IA. As máscaras do medo:lepra e aids. 1a ed. Campinas: Unicamp; 2000.
10 Helman CG. Cultura, saúde e doença. 5a ed. Porto Alegre: ArtMed; 2009.
11 Castro EA. O leprosário São Roque e a modernidade: uma abordagem da hanseníase na perspectiva da relação espaço-tempo [dissertação].Curitiba: Faculdade de Geografia, Universidade Federal do Paraná; 2005.
12 Cunha VS. Isolados ‘como nós’ ou isolados ‘entre nós’?: a polêmica na Academia Nacional de Medicina sobre o isolamento compulsório dos doentes de lepra. HistCienc Saúde Manguinhos.2010;17(4):939-54.
13 Maciel LR, Oliveira MLWR, Gallo MEM, Damasco MS. Memories and history of Hansen’s disease in Brazil told by witnesses (1960-2000). HistCienc Saúde Manguinhos.2003;10(Supl 1):308-36.
14 Santos VSM. Pesquisa documental sobre a história da hanseníase no Brasil.HistCienc Saúde Manguinhos. 2003;10(Supl 1):415-26.
15 Eidt LM. O mundo da vida do ser hanseniano: sentimentos e vivências [dissertação].Porto Alegre: Faculdade de Educação, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; 2000.
16 Curado LA Júnior. Responsabilização civil do Estado perante os portadores da hanseníase e seus filhos internados em preventórios [monografia].Brasília: Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, Centro Universitário de Brasília; 2010.
17 Araújo MG. Hanseníase no Brasil. RevSocBrasMed Trop. 2003 Mai-Jun;36:373-82, 2003.
18 Ministério da Saúde (BR), Programa Nacional de Controle de Hanseníase, Informe epidemiológico. Vigilância em saúde: situação epidemiológica da hanseníase no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.
19 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Portaria Conjunta nº 125, de 26 de março de 2009. Define as ações de controle da hanseníase e dá outras providencias. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 27 mar. 2007. mar 27. Seção 1, p.73.
20 Loures LF. Avaliação da percepção do estigma relacionado à participação e ao suporte social em indivíduos com
hanseníase na Zona da Mata Mineira [dissertação]. Juiz de Fora: Universidade Federal de Juiz de Fora; 2015.
21 Ministério da Saúde (BR). Coeficiente de prevalência por estado. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
22 Agamben G. Homo Sacer: sovereign power and bare life. Redwood City: Stanford University Press; 1998.
23 Mellagi AG, Monteiro YN. O imaginário religioso de pacientes de hanseníase: um estudo comparativo entre ex-internos dos asilos de São Paulo e atuais portadores de hanseníaseHistCienc Saúde Manguinhos. 2009 Abr--Jun;16(2):489-204.
24 Oliveira MLWR, Mendes CM, Tardin RT, Cunha MD, Arruda A. Social representation of Hansen’s disease thirty years after the term ‘leprosy’ replaced in Brazil. HistCienc Saúde Manguinhos. 2003 Mar;10(Supl 1):41-8.
25 Castro SMS, Watanabe HAW. Isolamento compulsório de portadores de hanseníase: memória de idosos. HistCienc
Saúde Manguinhos. 2009 Jun;16(2):449-87.
26 Nunes JM, Oliveira EM, Vieira NFC. Hanseníase: conhecimentos e mudanças na vida das pessoas acometidas. CiencSaúde Coletiva. 2011 16(Supl1)1311-8.
27 Lira GV, Catrib AMF, Nations MK, Lira RCM. A hanseníase como etno-enfermidade: em busca de um novo paradigma de cuidado. HansenologiaInternationalis. 2005 Jul-Dez;30(2):185-94.
28 Anzieu D. The Skin Ego. New Heaven: Yale University Press; 1989.
29 Dias HZJ, Rubin R, Dias AV, Gauer GJC. Relações visíveis entre pele e psiquismo: um entendimento psicanalítico. PsicolClin. 2007;19(2):23-34.
30 Coelho AR. O sujeito diante da hanseníase. Pesquisas e Práticas Psicossociais.2008;2(2):364-72.
31 Cuento M, Puente JC. Vida de leprosa: testimonio de una mujerviviendoconlaenfermedad de Hansen enlaAmazonia peruana, 1947. HistCienc Saúde Manguinhos. 2003;10(Supl 1):337-60.
32 Carvalho KA. Tempo de lembrar: as memórias dos portadores de lepra sobre o isolamento compulsório. Aedos. 2009;2(3)238-55.
33 Monteiro YN. Violência e profilaxia: os preventórios paulistas para filhos de portadores de hanseníase. Saúde e Soc. 1998 Jul;7(1):3-26.
34 Foucault M. Arqueologia do saber. 5a ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária; 1997.
35 Simões MJS, Delello D. Estudo do comportamento social dos pacientes de hanseníase do Município de São Carlos – SP. Revista Espaço para a Saúde. 2005 Dez;7(1):10-5.
36 Queiroz MS. Hanseníase: representações sobre a doença. Cadernos de Saúde Pública.1995 Dez;11(4):632-3.
37 Bittencourt LP, Carmo AC, Leão AMM, Clos AC. Estigma: percepções sociais reveladas por pessoas acometidas por hanseníase. Revista de Enfermagem. 2010 Abr--Jun;18(2):185-90.
38 Eidt LM. Ser hanseniano: sentimentos e vivências. Hansenologia Internationalis. 2004;29(1): 21-7
39 Bauman Z. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar; 1998.
40 Bailardi KS. O estigma da hanseníase: relato de uma experiência em grupo com pessoas portadoras. Hansenologia Internationalis. 2007;32(1):27-36.
41 Bosi E. Memória e Sociedade:lembranças de velhos. 3a ed. São Paulo: Cia das Letras; 1994.
42 Heller A. O Cotidiano e a história. 6a ed. São Paulo: Paz e Terra; 2000.

Este periódico está licenciado sob uma Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Downloads

Não há dados estatísticos.