Cicatrização de feridas decorrentes da hanseníase utilizando laser de baixa intensidade

Autores

  • Envando Monteiro Xavier Hospital Colônia do Carpina Paranaiba – PI
  • Juliana Ferreira2, Leandro José Raniero Docente Universidade do Vale do Paraiba – São José dos Campos – SP.
  • José de Ribamar Xavier Batista Docente Universidade do Vale do Paraiba – São José dos Campos – SP.
  • Maria Lilian Lima Freitas Docente Universidade do Vale do Paraiba – São José dos Campos – SP.
  • Marinalda de Sousa Docente Universidade do Vale do Paraiba – São José dos Campos – SP.
  • Emília Angela Lo Schiavo Arisawa Docente Universidade do Vale do Paraiba – São José dos Campos – SP.

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2012.v37.35086

Palavras-chave:

Terapia laser da baixa intensidade hanseníase, cicatrização, feridas

Resumo

A hanseníase é causada pelo bacilo Mycobacterium leprae (M. leprae), apresentando grande capacidade de infectar vários indivíduos com contágio pelas vias aéreas superiores. A hanseníase considerada um problema de saúde pública, principalmente nos países subdesenvolvidos e nos em desenvolvimento, devido à presença de incapacidades e estigma social. Nos últimos  anos, a Terapia a Laser de Baixa Intensidade (LTBI) tem sido uma terapêutica empregada no processo de reparo cicatricial de feridas crônicas, que é uma das mais frequentes consequências da hanseníase, com elevada casuística. Participaram do estudo 13 pacientes com feridas crônicas decorrentes de hanseníase, distribuídos em dois grupos: 4 pacientes no grupo controle (GI) e 9 pacientes (GII) submetidos à LTBI, com os parâmetros: 660 nm, 20 mW de potência, meio ativo InGaAIP (fosfeto índio gálio alumínio), emissão contínua, área do feixe de saída de 0,04 cm², dose 5 J/cm² e 10 s por ponto. Todos os participantes eram atendidos no Hospital Colônia do Carpina (Parnaíba, PI) e alguns possuíam mais de uma lesão. O tempo experimental total foi de 4 meses e as lesões foram avaliadas macroscopicamente, medidas e fotografadas a cada 4 semanas. Foi também realizada a análise microbiológica das lesões, para avaliar a presença de contaminação na região. Os resultados obtidos permitiram verificar que lesões de pequenas dimensões, não contaminadas e em pacientes que não apresentavam doenças associadas, apresentaram reparo tecidual. Por outro lado, a LTBI aplicada a lesões de grandes dimensões, em pacientes com doenças associadas e com presença de contaminação, apresentou aumento no diâmetro das feridas, retardando o processo de cicatrização. Conclui-se que os resultados obtidos no presente estudo, nas condições experimentais utilizadas, demonstraram a aplicabilidade da LTBI no processo de reparo tecidual em pacientes com feridas crônicas, decorrentes de hanseníase não contaminadas e de menor diâmetro. A LTBI favoreceu a evolução desse processo e permitiu melhora qualitativa no aspecto macroscópico das lesões, bem como redução da dor e diminuição do exsudato.

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Publicado

30-06-2012

Como Citar

1.
Xavier EM, Raniero JFLJ, Batista J de RX, Freitas MLL, Sousa M de, Arisawa EALS. Cicatrização de feridas decorrentes da hanseníase utilizando laser de baixa intensidade. Hansen. Int. [Internet]. 30º de junho de 2012 [citado 28º de março de 2024];37(1):51-7. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/35086

Edição

Seção

Artigos originais