Resumo
Foram estudados retrospectivamente os casos de hanseníase em menores de 15 anos no estado do Rio de Janeiro, entre 2001 e 2009. A detecção deste agravo em menores de 15 anos indica transmissão recente por fontes ativas, sendo o indicador "coeficiente de detecção em menores de 15 anos” priorizado pelo Programa Nacional de Controle da Hanseníase/ MS. Os dados foram coletados a partir das notificações contidas no Sistema Nacional de Agravos de Notificação/Hanseníase. O coeficiente de detecção nesta faixa etária passou de patamar “muito alto” (até 2004) para “alto” no final do período estudado, demonstrando tendência a uma diminuição lenta e progressiva da endemia. A proporção de crianças em relação aos casos totais manteve-se em 6,6% entre 2005 e 2007, com pequena redução em 2008 e 2009. Formas paucibacilares predominaram nesta faixa etária em todo o período estudado. A avaliação das atividades de controle que conduzem à minimização dos riscos de dano neural, como grau de incapacidade no diagnóstico e cura, demonstrou resultados considerados regulares. A avaliação no diagnóstico nos menores de 15 anos apresenta resultados aquém do encontrado em relação aos casos novos totais do estado; a avaliação na cura foi precária até 2007, alcançando melhores índices em 2008 e 2009, aproximando-se dos valores recomendados pelo Ministério da Saúde. Os indicadores do grupo estudado, de modo geral, acompanham a tendência à queda observada nos indicadores dos casos totais de hanseníase no estado do Rio de Janeiro, e a melhoria dos índicesreflete o êxito das estratégias empregadas para o controle da endemia e a atenção com as incapacidades dos pacientes.
Referências
2 Talhari S, Neves RG. Dermatologia tropical. Hanseníase. Terceira edição, Gráfica Tropical, Manaus, 1997.
3 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Programa Nacional de Controle da Hanseníase. Portaria SVS/MS N. 64 de 30 de maio de 2008. Brasília; 2001.
4 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase. Nota Técnica nº 14/2008 PNCH/DEVEP/SVS/MS: Vigilância Epidemiológica dos casos de hanseníase em menores de 15 anos. Protocolo Complementar de Investigação Diagnóstica de Casos de Hanseníase em menores de 15 anos – PCID < 15. Brasília, 2008.
5 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Programa Nacional de Controle da Hanseníase. Portaria 125/SVS-SAS, de 26 de março de 2009. Brasília- DF.
6 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Gerência Técnica do SINAN: Roteiro para uso do Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN NET HANSENÍASE. Brasília – DF; 2008.
7 Oliveira MLW, Motta CP. A hanseníase como problema de saúde pública. In: Lombardi C, Ferreira J, Motta CP, Oliveira MLWR. Hanseníase: epidemiologia e controle. São Paulo (SP): IMESP/SAESP; 1990. p.21-32
8 Lana FCF, Amaral EP, Lanza FM, Lima PL, Carvalho ACN e Diniz LG. Hanseníase em menores de 15 anos no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, Brasil. Rev Bras Enferm 2007; 60 (6): 696-700.
9 Alencar CHM, Barbosa JC, Ramos Jr AN, Alencar MJF, Pontes RJS, Castro CGJ e Heukelbach J. Hanseníase no município de Fortaleza, CE, Brasil: aspectos epidemiológicos e operacionais em menores de 15 anos (1995 – 2006). Rev Bras Enferm 2008; 61 (esp): 694 – 700.
10 Ferreira IN, Alvarez RRA Hanseníase em menores de 15 anos no município de Paracatu, MG (1994 a 2001). Rev Bras Epidemio 2005; 8(1); 41-9.
11 Pimentel MIF, Andrade M, Valle CLP, Xavier AGM, Bittencourt ALP e Macedo LFS. Descentralização do diagnóstico e tratamento da hanseníase no Estado do Rio de Janeiro: avanços e problemas. Hansenologia Internationalis 2004; 29 (2): 87 – 93
12 Aquino DMC, Caldas AJM, Silva AAM, Costa JML. Perfil dos pacientes com hanseníase em área hiperendêmica da Amazônia do Maranhão, Brasil. Rev Soc Bras Med Trop 2003; 36(1): 57-64.
13 Secretaria de Estado da Saúde e Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro. Gerência de Dermatologia Sanitária. Nota técnica da Assessoria de dermatologia Sanitária do RJ; 2007 (mimeo).
14 Secretaria de Estado da Saúde e Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro. Gerência de Dermatologia Sanitária. Plano Estadual de Eliminação da Hanseníase no Estado do Rio de Janeiro – 2010 (mimeo).
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.