Recidivas associadas à resistência a drogas na hanseníase
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Palavras-chave

Mycobacterium leprae
hanseníase
recidiva
resistência a drogas

Como Citar

1.
Diório SM, Rosa PS, Belone A de FF, Sartori BGC, Trino LM, Baptista IMFD, Marcos EVC, Barreto JA, Ura S. Recidivas associadas à resistência a drogas na hanseníase. Hansen. Int. [Internet]. 30º de junho de 2009 [citado 22º de novembro de 2024];34(1):37-42. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/35162

Resumo

A poliquimioterapia/Organização Mundial da Saúde foi implantada efetivamente no Brasil em 1991, contribuindo drasticamente para redução da taxa de prevalência e cura da hanseníase. No entanto, a sua comprovada eficácia não tem impedido a ocorrência de recidiva da doença. Falha no tratamento, persistência bacilar ou resistência a drogas são fatores que podem ou não estarem associados a ela. O objetivo deste estudo foi verificar a ocorrência de recidiva e associá-la com a presença de cepas resistentes do Mycobacterium leprae entre 28 indivíduos que apresentaram suspeita clínica de recidiva após tratamento por monoterapia sulfônica, esquema da Divisão Nacional de Dermatologia Sanitária ou poliquimioterapia. Biópsias das lesões de pacientes multibacilares, com diagnóstico clínico de recidiva, atendidos por demanda espontânea, foram coletadas para avaliar resistência a drogas por meio da técnica de inoculação em pata de camundongo. Dentre as amostras avaliadas 42,8% apresentaram bacilos sensíveis à dapsona e rifampicina e 10,7% apresentaram resistência à dapsona; não foram isolados bacilos resistentes à rifampicina. A emergência de bacilos resistentes, especialmente à rifampicina, é um alerta para os programas de controle da hanseníase. Monitorar a disseminação destas cepas é importante, pois elas apresentam um sério obstáculo para a eliminação da doença, principalmente em países onde a hanseníase ainda é endêmica.

https://doi.org/10.47878/hi.2009.v34.35162
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