Ocorrência de reações em pacientes pós-alta por cura de hanseníase: subsídios para implementação de um programa de atenção específica
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Palavras-chave

Hanseníase
Reações hansênicas
Programas de controle
Prevenção de incapacidades

Como Citar

1.
Rodrigues ALP, Almeida AP de, Rodrigues B de F, Pinheiro CA, Borges DS, Mendonça MLH de, Silva VEF da, Goulart IMR. Ocorrência de reações em pacientes pós-alta por cura de hanseníase: subsídios para implementação de um programa de atenção específica. Hansen. Int. [Internet]. 30º de junho de 2000 [citado 12º de novembro de 2024];25(1):7-16. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/35370

Resumo

A hanseníase seria uma doença comum se não fosse por seus episódios reacionais com risco de incapacidades mantendo o estigma relacionado à "lepra". Essas reações e a perda potencial da função neural podem ocorrer antes, durante e após o tratamento, feito com poliquimioterapia (PQT). A alta por cura se dá pelo número de doses e regularidade do tratamento, quando o paciente sai do registro ativo e dos coeficientes de prevalência. Objetivando avaliar a magnitude das reações hansênicas pós-alta e as questões operacionais referentes a qualidade da assistência, foram revisados prontuários de 149 pacientes que
receberam alta de hanseníase de 1994 a 1999, no Centro de Saúde Escola Jaraguá — UFU, utilizando a Ficha de Investigação de Intercorrências Pós-Alta por Cura do Ministério da Saúde. Destes, 34 (23%) apresentaram reação pós-alta, sendo 11,76% PB e 88,23% MB. Ocorreu uma média de 3 episódios por paciente dimorfo e 4 por paciente virchowiano. Dos PB, 100% apresentaram reação reversa (RR). Entre os MB, 50% apresentaram RR, 40% eritema nodoso hansênico (ENH), 7% neurite isolada e 3% reação mista. Em 91% dos casos, o primeiro episódio reacional ocorreu no primeiro ano pós-tratamento. Houve correlação positiva entre IB médio no diagnóstico e número deepisódios reacionais durante o tratamento e pós-alta. Dos pacientes com reação pós-alta, 97% utilizaram prednisona e 32% talidomida, significando 22% e 8%, respectivamente,
dos pacientes em alta. Graus de incapacidade II e Ill ocorreram em MB da faixa etária economicamente ativa.
Discute-se a necessidade de implementar programas de controle específicos para esse novo grupo de pacientes, com garantia de medicamentos, capacitação de pessoal para o monitoramento simplificado das neurites e o manejo dos efeitos adversos da terapêutica com corticoesteróides, visando à prevenção de incapacidades.

https://doi.org/10.47878/hi.2000.v25.35370
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