Resumo
A questão norteadora deste estudo é a preocupação com a problemática relacionada à assistência de enfermagem ao portador de hanseníase, especialmente quando surge o fenômeno reacional. Teve como objetivos caracteri zar uma amostra de portador de hanseníase reacional, enfatizando aspectos da doença e da reação hansênica e investigar, por meio de um sistema de cores, as principais mudanças ocorridas no âmbito biopsicossocial. Trata-se de um estudo descritivo-exploratório realizado em um hospital - escola que desenvolve um Programa de Controle da Hanseníase, com 28 pacientes adultos de ambos os sexos, em estado reacional, que estavam agendados para atendimento no referido Programa. Foram utilizados 2 instrumentos de coleta de dados: um a entrevista tendo por guia uma formulário,contendo questões a serem respondidas oralmente pelos pacientes e um roteiro sobre as mudanças experimentadas pelo cliente em decorrência à crise reacional, onde o mesmo fazia uma síntese, através de um sistema de cores. O período da coleta de dados foi de outubro de 1997 à março de 1998. Obteve-se que as crises reacionais ocorrem em portador d e hanseníase de ambos os sexos, independente da idade e do tipo de forma clínica da doença, permanecendo aos cuidados dos serviços de saúde em até cinco anos após a alta quimioterápica. Verificou-se que as crises reacionais , alteram consideravelmente a qualidade de vida do seu portador, sinalizadas pela anotações das cores verde, amarela e vermelha , de notando as dificuldades encontradas para lidar com determinados problemas levantados, como a convivência com a dor, as expectativas do sonho de futuro, a alimentação, o sono, entre outros, no seu cotidiano de vida. O sistema de cores utilizado facilitou a anamnese e a analise dos componentes comprometidos, oferecendo subsídios para uma assistência de enfermagem mais eficaz e voltada para as necessidades individuais deste paciente.
Referências
2. BRYCESON, A.D.M. Leprosy. In: ROOK; W ILKINSON; EBLING. Textbook of dermatology. 15.ed, Oxford: Blackwell. Scienc. Public., 1992, v.2.
3. CARAYON, A . La reaction reversa ou inversa. Hansen. Int., v.6, n.1, p.10-18, 1981.
4. CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 4.ed., São Paulo: Makron Books, 1993.
5. CLARO, L.B.L. Hanseníase, representações sobre a doença: estudo em população de pacientes ambulatoriais no Rio de
Janeiro. Dissertação (Mestrado) - Rio de Janeiro, 1993. 213 p. Escola Nacional de Saúde Pública.
6.CUNHA, ).A.; RAYMUNDO, M.G.B. Questões básicas. In: CUNHA et al. PsicodiagnósticoR. 4. ed. rev. Porto Alegre: Artes Médicas,
1993.
7.GOODLESS, D.R.; RAMO-CARO, EA; FLOWERS, F.P. Reactional states in Hansen's disease: pratical aspects of emergency management. South. Med. J., v.84, p.237-240, 1991.
8.LESSA, Z.L. Hanseníase e educação em saúde: o confronto entre o conhecimento científico, empírico e teológico. São Paulo, 1986.
Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo.
9.MASLOW, A.H. Motivation and personality. New York: Harper S. Row, Publishers, 1954.
10.MENDES, I.J.M. O ser hanseniano. Ribeirão Preto. 1987. Tese (Doutorado) - Faculdade de Enfermagem de Ribeirão Preto. Universidade de São PauloPASCHOAL, V.D. et aí. Um sistema de cores na caracterização biopsicossocial do portador de hanseníase reacional
11.MODLIN, R.L.; MEHRA, V.; JORDAN, R.; BLOOM, B.R.; REA, T.H. In situ and in vitro characterization of the cellular immune
response in erythema nodosum leprosum. J. Immunol., v.136, p.883-886, 1986.
12.NAAFS, B.; FABER, W.; BRANDSMA, W.; STANLEY, J. Reactive fhenomena, Bangkok. Workshop on Leprosy Research, /1993/mimeografado/
13.OLIVEIRA, M.H.P. Reações emocionais dos portadores de hanseníase portadores de deficiência física. Hansen. Int, v.15, n.1-2, p.16-23, 1990.
14.OLIVEIRA, M.H.P. Os efeitos da hanseníase em homens e mulheres: um estudo de gênero. Ribeirão Preto, 1995. 185 p. Tese
(Livre- Docência). Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Universidade de São Paulo.
15.OPROMOLA, D.V. A História. In: Noções de hansenologia. Bauru, CERQ/HLSL, 189 p., 1981 /Mimeografado/.
16.PEREIRA, L.V. Estimação de categorias de descritores de dor pósoperatória: um enfoque experimental. Ribeirão Preto, 1996. 158 p. Dissertação (Mestrado) - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Universidade de São Paulo.
17.PIMENTEL, M.I.F.; NASCIMENTO, H.J. do; FILGUEIRA, A.L. Hanseníase, radiação ultravioleta e citocinas. An. bras. Derm. Rio de Janeiro, v.71, n.2, p.141-146, març/abril, 1996.
18.RABELLO & FRAGA. Atlas de dermatologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1970, p.167.
19.RIDLEY, D.S.; JOPLING, W.H.. Classification of leprosy according to immunity: a five group system. Int. J. Leprosy, n.34, p.255-273,
1966.
20.ROSSATO, L.M. Utilizando instrumentos para a avaliação da percepção de dor em préescolares face a procedimentos dolorosos.
S ã o P au l o , 1997, 71 p., Dissertação (Mestrado) - Escola de Enfermagem. Universidade de São Paulo.
21.ROTBERG, A. Noções de hansenologia. São P aulo: Fundaç ão P aulis t a Cont ra a Hanseníase, 1977.
22.ROYO, J.L. Navarro. Aproximacion psicológica a Ia enfer med a d d e ha nsen. Mad rid, Patronato de Rehabilitación Social del Enfermo de Lepra, 1990.
23.SHNITZLER, R. Hanseníase In: AMATO NETO, V; SILVEIRA, J.L.B. Doenças transmissíveis. 3.ed. São Paulo: Sarvier, 1989.
24.TALHARI, S. Hanseníase: situação atual. An. bras. Derm., Rio de Janeiro, v.69, n.3, p.209-215, maio/jun., 1994.
25.VERONESI, R.D o e n ça s i n f e c c i o s a s e parasitárias.8.ed., Rio de Janeiro: Guanabara, 1991. cap.44, p.349. 26.YODER, J. Manejo de reações em hanseníase. Carville, Star, jan/fev, 1987.
Este periódico está licenciado sob uma Creative Commons Attribution 4.0 International License.