Correlações histopatológicas entre pele e linfonodos nas fases evolutivas da hanseníase Virchoviana

Autores

  • E.M.C. Santos Prof. Adjunto 3 do Centro Biomédico da Universidade Federal do Espirito Santo (Disciplina de Epidemiologia).
  • R.N. Fleury Diretor do Serviço de Epidemiologia do instituto Lauro de Souza Lima Prot. Assist. Doutor do Depto. de Patologia da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP.

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.1990.v15.35503

Palavras-chave:

Hanseníase virchoviana, Histopatologia, Pele, Linfonodos

Resumo

É realizada uma análise das correlações evolutivas em pele e linfonodos de 30 pacientes portadores de hanseníase virchoviana, sendo 10 virchovianos ativos e em progressão, 10 virchovianos ativos e em regressão,10 virchovianos residuais (inativos). A análise das biópsias de pele e linfonodos nos dois primeiros grupos mostrou marcada heterogeneidade na constituição dos granulomas específicos presentes nos linfonodos em contraste com a constituição mais homogênea dos granulomas cutâneos. No terceiro grupo os infiltrados cutâneos eram focais e discretos, enquanto os linfonodos, em numerosos casos, mantinham extensos granulomas macrofágicos residuais em localização paracortical. Os granulomas macrofágicos mostraram estratificação muito característica nos linfonodos, observando-se tendência dos macrófagos mais jovens e com maior contingente de bacilos típicos a se localizarem em situação cortical e paracortical, enquanto os macrófagos com características regressivas contendo bacilos granulosos tendiam a se situar nas áreas paracorticais profundas e medular. Nos virchovianos  ativos há intensa redução da população linfocitária paracortical, hiperplasia folicular, e plasmacitose medular. Nos virchovianos inativos não se observa hiperplasia folicular mantem-se a plasmocitose medular e em alguns casos mantem-se a deplecção linfocitária paracortical. Três virchovianos regressivos e um residual apresentaram alterações próprias do eritema nodoso hansênico nos linfonodos e em dois virchovianos inativos notou-se deposição amilóide vascular.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1. ASH, J.E The lymphonode in tropical diseases. Amer. J. Troy. Med., 491 1947.
2. BASO MBRIO, G.A. Es tudio de las adenopatias en la lepra. Sem. Med., 38:1213-1234, 1931.
3. BASTAZINI, I. Contribuição ao estudo da reação hansênica. Botucatu, 1973. (TeseFaculdade de Ciências Médica de Botucatu).
4. BERNARD, J.C. & VASQUEZ, C.A. Adenitis gigantocelular lepromatosa. Leprologia, 18:45-54, 1973.
6. CONVIT, J.; PINARDI, M.E.; ARIAS ROJAS, F. Some considerations regarding the immunology of leprosy. Int. J. Leprosy, 39:556-564, 1971.
6. CORTIER, H.; TURK, J.L.;SOBIN, L. A proposal for a standartized system of reporting human lymphonode morphology in relation to immunological function. Bull. WHO 47:375-417, 1972.
7. DECOUD, A.G.; ANANOS, V.; FRACCH IA, A.; FRACCHIA, R. Estudio de los vasos linfáticos en la lepra lepromatosa. Leprologia. 8:151-152, 1963.
8. DESIKAN, K.L. Morphological changes in the lymphonodes in leprosy with special reference to the unstable forms. Lepr. India. 46:35-38, 1974.
9. DESIKAN, K.V & JOB, C.K Leprous lymphadenitis: demonstration of tuberculoid lesions. Int. J. Leprosy 34:147-154, 1966.
10. GAAFAR, S.M & TURK, J.L. Granuloma formation in lymphonodes. J.Path. 100:9-20, 1970.
11. GODAL, T.; MYRVANG, B.; STANFORD, J.L; SAMUEL, D.R. Recent advances in the immunology of leprosy with special reference to new approaches in immunoprophylaxis. Bull. Inst. Pasteur, 72:273-310, 1974.
12. GUPTA, J.C.; PANDA, P.K.; SHRIVASTAV, K.K; SINGH, S.; GUPTA, D.K. A histopathological study of lymphonodes in 43 cases of leprosy. Leer. India, 50:196-203, 1978.
13. HANSEN, A. apud DESIKAN, K.V. & JOB, C.K. Leprous lymphadenitis: demonstration of tuberculoid lesions. Int. J Leprosy. 34:147-1954, 1966.
14. KHANOLKAR, V.R. Pathology of leprosy. In: COCHRANE, R.G & DAVEY, T.F. Leprosy in theory and practice. 2.ed Bristol, Wright & Sons, 1964. p.125.
15. NOPAJAROONSRI, C. & SIMON, G.T. Phagocytosis of colloidal carbon in lymphonode. Amer. J. Path. 65:25-31, 1971.
16. RAASCH., F.0.; CAHILL, K.M.; HANNA, L.K. Histologic and lymphangiographic studies in pacients with clinicallepromatous leprosy. Int. J. Leprosy, 37:382-388, 1969.
17. RIDLEY, D.S. Skin biopsy in leprosy:histological interpretation and clinical application. Basle, CibaGeigy, 1977.57p.
18. SCHUJMAN, S. & VACCARO, A. Las adenopatias leprosas: estudio clinico, histologico y bacteriologico compara tivo de los ganglios en las formas lepromatosas y neural tuberculoides. Rev. Argent. Dermatosif._26:925-940, 1942
19. SHARMA, K.D & SHRIVASTAV, J.B. Lymphonodes in leprosy. Int. J. Leprosy, 26:41-50, 1958
20. SUGAI, K. & FUKUSHI, K. Histopathological studies on human leprosy (the Ist report): findings of lymphatic system. La Lepro, 25:159-171, 1956.
21. TURK, J.L & WATERS,M.F.R. Immunological basis for depression of cellular immunity and the delayed allergic response in patients with lepromatous leprosy. Lancet 2:436-438, 1968.
22. TURK, J. L. & WATERS, M. F. R. Immunological significance of changes in lymphonodes across the leprosy spectrum. Clin. Exp. Immunol.. 8:363-376, 1971.
23. VERMA, R.C.; BALAKRISHAN, K.; VASUDEVAN, D.M.; TALWAR, G.P. Lymphocytes bearing immunoglobin determinants in normal human lymphonodes and in pacients with lepromatous leprosy. Int. J. Leprosy, 39:20-24, 1971.

Downloads

Publicado

30-11-1990

Como Citar

1.
Santos E, Fleury R. Correlações histopatológicas entre pele e linfonodos nas fases evolutivas da hanseníase Virchoviana. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 1990 [citado 5º de maio de 2024];15(1/2):58-66. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/35503

Edição

Seção

Artigos originais