Resumo
A identificação do M. leprae, em material obtido de lesões cutâneas de pacientes suspeitos ou doentes de hanseniase, é fundamental nas atividades de controle da endemia. E feita com coloração da linfa proveniente das lesões, espalhada em lâmina, pelo método de Ziehl-Neelsen. Dada a escassez de muco nas preparações rotineiras a técnica teve de ser modificada com alcalinização prévia do azul de metileno. Tal modificação,
embora melhorando as possibilidades de uso do Ziehl-Neelsen, apresenta inconvenientes de ordem prática, como os decorrentes da metacromasia e precipitação do corante. A coloração de fundo se apresenta, então, arroxeada, dificultando a visualização do bacilo corado em vermelho. A precipitação reduz o tempo de uso do corante. Os autores, após demonstrar tais inconvenientes, propõem alteração técnica denominada de "alcalinização concomitante" que, basicamente, consiste em adicionar poucas gotas de solução de hidróxido de sódio, a 1:500, sobre a coloração clássica, no momento de sua execução. Obtém-se assim: a) maior tempo de uso do corante; b) ausência de precipitado em lâmina; c) evidenciação mais fácil do substrato; d) contraste maior entre o substrato e a coloração do bacilo. Recomendam o uso da variante técnica proposta na rotina, principalmente nas preparações com material escasso ou de controle terapêutico.
Referências
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