Incapacidades Físicas em Hanseníase: Coisa do Passado ou Prioridade na Prevenção?

Autores

  • Glauca G. Mantellini Pht, PhD, Membro Titular, Equipe de Reabilitação do Spital Netz Bern Ziegler, Berna, Suíça.
  • Aguinaldo Gonçalves Médico Sanitarista, Professor Titular, Grupo de Saúde Coletiva e Atividade Física, Universidade Estadual de Campinas.
  • Carlos Roberto Padovani Matemático, Professor Titular, Departamento de Bioestatística, Universidade Estadual Paulista – Campus de Botucatu.

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2009.v34.36231

Palavras-chave:

hanseníase, incapacidades físicas, prioridades em saúde

Resumo

Apesar da escassez relativa de estudos prospectivos a respeito, com a atual expansão da incidência da hanseníase, suas incapacidades físicas assumem destaque cada vez maior, fazendo com que o significado das mesmas se intensifique ainda mais, agravado por manifestações até de autoridades religiosas máximas: A terapêutica semântica não resolve, se a ideologia da mensagem se mantém. Em decorrência, a execução de medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento na unidade local, já razoavelmente sistematizadas em respectivos aspectos técnicos, se torna mandatória e indispensável. Segundo a Organização Mundial da Saúde, trata-se de implementar medidas, sobretudo de: fortalecimento dos programas, políticas e estratégias nacionais para implementação de regras básicas (para atenção médica, reabilitação e serviços de assistência); aumento de maior consciência do público sobre a importância do tema de incapacidades, bem como de coordenação de todos os setores da sociedade na participação de atividades de prevenção de incapacidades; cooperação dos estados-membros na coleta de dados mais confiáveis e relevantes. Tais questões constituem os principais elementos tratados na presente comunicação, a partir de informações técnicas disponíveis na respectiva literatura internacional especializada, bem como da experiência pessoal e profissional dos autores.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1 Daumerie D Leprosy. In: Murray CJL, Lopez A, Mathers CD, 1 editors. The global epidemiology of infections diseases. Geneva: WHO; 2005. p. 201-218.
2 Ferreira J, Mengue SS, Wagner MB, Duncan BB et al. Esti2 mating hidden prevalence in Hansen’s Disease: through diagnosis delay and grade of disability at time of diagnosis. International Journal of Leprosy 2000; 68 (4): 464-473.
3 Lockwood DNJ, Kumar B. Treatment of leprosy: the evidence 3 base for newer drug combinations and shorter regimens is weak. British Medical Journal 2004; 328; 1447-1448.
4 Saunderson P. The epidemiology of reactions and nerve 4 damage. Leprosy Review 2000; 71 Suppl: S106-S110.
5 Meima A et al. Dynamics of impairment during and after 5 treatment: the AMFES cohort. Leprosy Review 2001; 72: 158-170.
6 Pimentel MIF, Nery JAC, Borges E, Gonçalves RR, Sarno EN6 et al. Impairments in multibacillary leprosy: a study from Brazil. Leprosy Review 2004; 75 : 143-152.
7 Saunderson P, Leekassa R. Reflections on the ILA African 7 Leprosy Congress. Leprosy Review 2005; 76: 108-111.
8 Schilder P. A imagem do corpo: as energias construtivas da 8 psique. São Paulo: Martins Fontes, 1999. 405 p.
9 Tavares MCGCF. Imagem corporal: conceito e desenvolvi9 mento. Barueri, SP: Manole; 2003 147p.
10 Freitas GG. O esquema corporal, a imagem corporal, a cons10 ciência corporal e a corporeidade. Ijuí:Unijuí; 2004. 96p.
11 Hegenberg L. Doença: um estudo filosófico. Rio de Janeiro: 11 Fiocruz; 1998. 137p.
12 Gonçalves A. Atividade Física: uma questão de Saúde Pública. 12 Revista Discorpo 2001; 11: 41-47.
13 Granda E, Breilh J. Saúde na sociedade. São Paulo: Abrasco; 13 1989. 161 p.
14 Goffman E. Estigma: notas sobre a manipulação da identida14 de deteriorada. Rio de Janeiro: LTC; 1988. 158p.
15 Rafferty J. Curing the stigma of leprosy. Leprosy Review 15 2005; 76: 119-126.
16 Heijnders ML. Experiencing leprosy: perceiving and coping 16 with leprosy and its treatment. A qualitative study conducted in Nepal. Leprosy Review 2004; 75: 327-333.
17 Kaur K, van Brakel W. Dehabilitation of leprosy-affected pe17 ople – a study on leprosy-affected beggars. Leprosy Review 2002; 73: 346-355.
18 Awofeso N. Concept and impact of stigma on discrimination 18 against leprosy sufferers - minimizing the harm. Leprosy Review 2005; 76: 101-102.
19 Brasil. Presidência da República. Disposição sobre a termi19 nologia oficial relativa à hanseníase e outras providências. Diário Oficial da União 9.010, 29-3-1995.
20 WHO. World Health Organization. Disability, including pre20 vention, management and rehabilitation. Fifty-eighth World Health Assembly. Disponível em: http://www.who.int/ gb/ebwha/pdf_files/WHA58/A58_17-en.pdf, 2005. Acesso em 26-7-2005.
21 WHO. World Health Organization. Disability, including 21 prevention, management and rehabilitation. Ninth plenary meeting. Fifty-eighth World Health Assembly. Disponível em: http://www.who.int/g/ebwha/pdf_files/WHA58/WHA58_23-en.pdf, 2005. Acesso em 26-7-2005.
22 Ilep. International Federation of Anti-leprosy Associations. 22 The ILA Technical Forum - Implications for Leprosy Control Programmes. ILEP Technical Bulletin 2002; 16.
23 Ilep. International Federation of Anti-leprosy Associations. 23 Report of the technical forum: implications for leprosy control programmes. Leprosy Review 2002; 73: S1-S62.
24 Heijnders ML. The dynamics of stigma in leprosy. Internatio24 nal Journal of Leprosy 2004; 72 (4): 437-447.
25 Kumar A, Girdhar A, Girdhar BK. Nerve thickening in leprosy patients and risk of paralytic deformities: a field based study in Agra, India. Leprosy Review 2004; 75: 135-142.
26 Berlinguer G. Medicina e Política. São Paulo: CEBES/HUCI26 TEC; 1978.
27 Brasil. Manual de prevenção de incapacidades. Brasília, Brasil: 27 Coordenação de Comunicação, Educação e Documentação-COMED/ASPLAN/FNS, 2001. 107 p.
28 Queiroz M, Carrasco MAP. O doente de Hanseníase em 28 Campinas: uma perspectiva antropológica. Cadernos Saúde Pública 1995; 11( 3): 479-490.
29 Pimentel MIF. Nery JAC, Borges E, Gonçalves RR, Sarno EN et 29 al. O exame neurológico inicial na hanseníase multibacilar: correlação entre a presença de nervos afetados com incapacidades presentes no diagnóstico e com a ocorrência de neurites francas. Anais Brasileiros de Dermatologia 2003; 78 ( 5): 561-568.
30 Smith WCS. Review of current research in the prevention of 30 nerve damage in leprosy. Leprosy Review 2000: 71 Suppl: S138-S144.
31 Croft RP, Richardus JH, Nicholls PG, Smith WC et al. Nerve 31 function impairment in leprosy: design, methodology and intake status of a prospective cohort study of 2664 new leprosy cases in Bangladesh (The Bangladesh Acute Nerve Damage Study). Leprosy Review 1999; 70: 140-159.
32 Smith WCS et al. Steroid prophylaxis for prevention of ner32 ve function impairment in leprosy: randomised placebo controlled trial (TRIPOD 1). British Medical Journal 2004; 328(7454): 1459-1462.
33 Ramos Jr ANR, Heukelbach J, Gomide M, Hinders DC, Schreu33 der PAM. Investigações em sistemas de serviços de saúde como ferramenta para o alcance de programas de controle da hanseníase mais efetivos no Brasil. Cadernos de Saúde Coletiva 2008; 16 (2): 147-168.
34 Pereira AJ, Helene LMF, Pedrazani ES, Martins CL, Vieira CSCA. 34 Atenção básica de saúde e a assistência em hanseníase em serviços de saúde de um município do Estado de São Paulo. Revista Brasileira de Enfermagem 2008; 61(esp): 718-726.

Downloads

Publicado

30-11-2009

Como Citar

1.
Mantellini GG, Gonçalves A, Padovani CR. Incapacidades Físicas em Hanseníase: Coisa do Passado ou Prioridade na Prevenção?. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2009 [citado 29º de março de 2024];34(2):33-9. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36231

Edição

Seção

Artigos de investigação científica

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>