Estudo comparativo do índice de incapacidades em pacientes tratados com 24 e 12 doses de poliquimioterapia padrão – OMS, pacientes atendidos no plano piloto de Brasília – DF

Autores

  • Claudia Maria Escarabel Fisioterapeuta. Mestre em Ciências da Saúde. Professora do Curso de Fisioterapia da Faculdade do Planalto Central (FARPLAC).
  • Rosicler Rocha Aiza Alvarez Medica. Doutora em Dermatologia. Pós Doutora em Imunodermatologia. Profª. Orientadora da Pós-Graduação Ciências da Saúde da Universidade de Brasília.
  • Gustavo Azevedo Carvalho Fisioterapeuta. Doutor em Ciências da Saúde. Prof. do Curso de Fisioterapia da Universidade Católica de Brasília, Fisioterapeuta da Câmara dos Deputados – DEMED.
  • Demóstenes Moreira Fisioterapeuta. Doutor em Ciências da Saúde. Prof. do Curso de Fisioterapia da Universidade Paulista de Brasília UNIP, Fisioterapeuta da Secretaria de Saúde do DF.

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2007.v32.36302

Palavras-chave:

hanseníase, incapacidades físicas, poliquimioterapia

Resumo

O tratamento da hanseníase não se limita apenas à cura bacilífera do doente, considerando que as incapacidades físicas que a doença pode gerar são um dos fatores mais estigmatizantes. Com a mudança do esquema terapêutico de poliquimioterapia de 24 para 12 doses, surgiu a necessidade de conhecer melhor como esses pacientes vêm se comportando, após a alta medicamentosa, em relação a incapacidades físicas e surtos reacionais. Trata-se de um estudo transversal, objetivando verificar graus de incapacidades físicas em mãos e pés, após alta terapêutica nos anos de 1998 a 2000 sendo reavaliados no ano de 2005. Foram avaliados 60 pacientes onde 30 pacientes tratados com 12 doses e 30 pacientes tratados com 24 doses de três centros de referência no tratamento da Hanseníase, no plano piloto de Brasília. A presença de incapacidades físicas está relacionada à quantidade de surtos reacionais. Os pacientes tratados com 12 doses tiveram tendência maior a apresentar reações pós-tratamento (10%), enquanto os tratados com 24 doses apresentaram um índice maior de reações durante o tratamento. Quanto ao grau de incapacidade, foi significativa a piora dos pacientes dos dois grupos, na segunda avaliação. Existe a necessidade de um controle maior deste pacientes pós-alta, pois a maioria das reações ocorre após a alta terapêutica onde podem surgir as incapacidades. Sugere-se que o acompanhamento dos pacientes seja mensalmente para avaliar as evoluções dos episódios reacionais e impedir evolução do grau de incapacidade dos mesmos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1. Araújo MG. Hanseníase no Brasil. Revista da Sociedade Brasil leira de Medicina Tropical mai/jun 2003; 36(3): 373-2.
2. Virmond M, Vieth H. Prevenção de Incapacidades na Hanseníase: uma analise critica. Medicina Ribeirão Preto jul/set 1997; 30(2): 358-63.
3. Ministério da Saúde (BR). Departamento Nacional de Saúde. Serviço Nacional de Lepra. Guia para controle da Lepra. Revista de Leprologia 1960 (28): 40-50.
4. Talhari S, Neves RG. Hanseníase. 3 ed. Manaus: Gráfica Tropical; 1997. 167p.
5. Ministério da Saúde. Manual de Prevenção de incapacidades. Brasília: Área Técnica de dermatologia sanitária; 2001.
6. Ministério da Saúde. Guia para Controle da Hanseníase. (Cadernos de Atenção Básica,10). Brasília: Ministério da Saúde; 2002.
7. Cunha MGS, Rebello PB, Pennini SN, Sadahiro M, Scettini PM. Estados reacionais na hanseniase pós tratamento poliquimioterápico. Hansenologia Internacionalis 1997; 22(1): 115.
8. Chopra NK, Agrawal JS. Hansen’s disease deformities: na epidemiological study in a multidrog therapy Project Baroda District. The Star 1990; may/june: 9-12.
9. Trindade MAB, Nemes MI. Incapacidades físicas em hanseníase no momento do diagnóstico: características epidemiológicas dos casos registrados de 1983 a 1988 no estado de São Paulo. Hansen. Int. 1992; 17(1/2): 8-14.
10. Borges E, Gallo MEN, Alvim MFS, Bittencourt E. Determinação do grau de incapacidade em hansenianos não tratados. Cadernos de Saúde Pública 1987; 3(3): 266-71.
11. Opromolla DVA. Noções de Hansenologia. Bauru: Centro de Estudos “Dr. Reynaldo Quagliato”; 2000.
12. Diffey B, Vaz M, Soares MJ, Jacob AJW, Piers LS. The effect os leprosy-induced deformity on the nutritional status of index cases and their household members in rural South India: a socio-economic perspective. European Jounal of Clinical Nutritional 2000; (54): 643- 9.
13. Oh SY, Paik HJD. Dietary habits, food intake and funcional outcomes in those with a history of Hansen’s disease in Korea. International Jornal of Leprosy; 1998 66(1): 34 – 42.
14. Garbino JA. Manejo clínico das diferentes formas de comprometimento da neuropatia hanseniana. Hansen. Int. Special 1998.
15. Nery JAC, Garcia CC, Wanzeller SHO. Características clínico-histopatológicas dos estados reacionais na Hanseníase em pacientes submetidos à poliquimioterapia (PQT). Anais Bras. Dermatol; 1999 74(1): 27-33.
16. Carvalho GA. Incapacidades físicas de mão e pés em pacientes com hanseníase após PQT atendidos no Plano Piloto de Brasília. [Tese de doutorado]. Brasília: Faculdade de Ciência da Saúde da Universidade de Brasília; 2003.
17. Miranda MBS. Reações hansênicas em pacientes submetidos aos esquemas poliquimioterápicos de 12 e 24 doses no Distrito Federal (Brasil). [Dissertação de mestrado]. Brasília: Universidade de Brasília; 2005.
18. Oliveira MLW, Gomes MK, Pimentel MI, Castro MCRC. Reação reversa macular pós-alta de poliquimioterapia multibacilar. Hansen. Int. 1996; 21(1): 46-51.
19. Rodrigues ALP, Almeida AP, Rodrigues BF. Ocorrência de reações em pacientes pós-alta por cura de Hanseníase: subsídios para implementação de um programa de atenção específica. Hansen. Int. 2000; 25(1): 7-16.
20. Gallo MEN, Alvim MFS, Nery JAC, Albuquerque ECA. Estudo Comparativo com dois esquemas poliquimioterápicos (duração fixa) em hanseníase multibacilar. Hansen. Int. 1997; 22(1): 5-14.
21. Teo SK, Resztak KE, Scheffler M A. Thalidomide in the treatment of leprosy. Microbes and Infection. 2002; (4): 1193-1202.
22. Moreira D, Alvares RR. Utilização dos monofilamentos de Semmes - Weisntein na avaliação de sensibilidade dos membros superiores de pacientes hansenianos atendidos no Distrito Federal [Dissertação de Mestrado]. Brasília: Universidade de Brasília; 1999.
23. Pedroso M, Suery O, Bacarrelli R, Vieira PCT, Gonçalves A. Incapacidades físicas em hanseníase – estudo multicëntrico da realidade brasileira. Anais Brasileiros de dermatologia 1989; 64(6): 301-6.
24. Boggild AK, Keystone JS, Kain K. Leprosy: a primer for cana dian physicians CMAJ 2004; 170 (1).
25. Pimentel MIF, Nery JAC, Borges E. Neurite silenciosa na hanseníase multibacilar avaliada através da evolução das incapacidades antes, durante e após a poliquimioterapia. Anais Bras Dermatol 2004; 79 (2): 169-79.
26. Croft RP, Nicholls PG, Steyerberg EW, Richardus JH, Withington SG. A clinical prediction rule for function impairment in leprosy patints – revisited after 5 years of follow-up. Leprosy Review 2003; (74): 35-41.
27. Sauderson P. The epidemiology of reactions and nerve damage. Leprosy review 2000; 71 (3): 363-8.
28. Organização Pan-Americana da Saúde. Plano nacional de reabilitação física em hanseníase. Disponível em: http://www.opas.org.br.
29. Oliveira MHP. Associação entre atividades ocupacionais dos hansenianos e incapacidades físicas. R. Bras. Enferm. 1993; 46(3/4): 279-85.
30. Koelewijn FF, Meima A, Broekhuis SM, Richardus JH. Sensory testing in leprosy: comparison of ballpoint pen and monofilaments. Leprosy Review 2003; (74): 42-52.

Downloads

Publicado

30-11-2007

Como Citar

1.
Escarabel CM, Alvarez RRA, Carvalho GA, Moreira D. Estudo comparativo do índice de incapacidades em pacientes tratados com 24 e 12 doses de poliquimioterapia padrão – OMS, pacientes atendidos no plano piloto de Brasília – DF. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2007 [citado 20º de abril de 2024];32(2):163-74. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36302

Edição

Seção

Artigos originais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)