Capacitação de multiplicadores na área de enfermagem em hanseníase

Autores

  • Elisete Silva Pedrazzani Professora Doutora, Depto/ de Enfermagem da Universidade Federal de São Carlos - SP
  • Lúcia Maria Frazão Helene Professora Assistente, Depto. Enfermagem em Saúde Coletiva da Escola de Enfermagem da USP - SP
  • Carmem Silva de C. A. Vieira Enfermeira Unidade Integrada de Saúde de Taubaté - DIR XXIV-SES - SP/ Professora Colaboradora do Depto. Enfermagem da Universidade de Taubaté - SP
  • Hannelore Vieth Enfermeira Consultora para Ações de P.I. da SES - MN Representante da DAHW - MA
  • Célia Maria Bezerra Enfermeira do Serviço de Vig. Epidemiológica da Secret. de Higiene e Saúde de Santos - SP
  • Else Botelho Mendes Enfermeira da Regional de Saúde Pública - DIR XXIII SES - Sorocaba - SP

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.1998.v23.36462

Palavras-chave:

Hanseníase, Capacitação, Enfermagem

Resumo

A hanseníase, uma doença endêmica no nosso país, apresenta o maior coeficiente de prevalência da América Latina. A partir de 1994 a Organização Mundial de Saúde e a Organização Panamericana de Saúde, firmaram acordo junto ao Ministério da Saúde, para a implantação do Plano de Eliminação desta doença. A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, atendendo a estas orientações, estabeleceu metas a serem atingidas até o ano 2000. Frente a elas, criou na área de enfermagem um Grupo Técnico de Enfermeiras com o objetivo de prestar assessoria nas ações específicas de enfermagem em hanseníase. Foi através deste Grupo que se realizou o treinamento para as enfermeiras das diferentes regiões do estado de São Paulo, com a finalidade de capacitar este profissional como supervisor na área de hanseníase. Para o desenvolvimento do treinamento inicialmente foi realizado um mapeamento do estado de São Paulo, a partir dos indicadores epidemiológicos de hanseníase, dividindo-o em várias regiões. As regiões com os maiores coeficientes, que tinham enfermeiras atuando na área e onde haviam outros  profissionais já treinados, serviram como critérios para a seleção das participantes. O conteúdo abrangeu: a consulta de enfermagem, prevenção e controle das incapacidades físicas, vigilância epidemiológica, tratamento e esquema terapêutico, técnica de curativo, baciloscopia, teste de Mitsuda e atribuições do pessoal auxiliar de enfermagem, no total de 6 módulos, compreendendo 40 horas, entre a parte teórica e prática. A metodologia adotada constou da incorporação de técnicas pedagógicas, permitindo criar momentos de discussões e de reflexões a partir da experiência da prática das participantes, tendo como horizonte a transformação dos perfis epidemiológicos de cada região a que pertencem as treinandas. Na avaliação pré-curso, realizada com instrumento que continha uma variação de 7 a 127 pontos, a média foi de 70 pontos (55,1 %); na avaliação pós-curso a média subiu para 115 pontos (90,5%). No final, as participantes tornaram-se responsáveis pelas ações de enfermagem em hanseníase e assumiram o compromisso de multiplicar este treinamento na sua região sob a supervisão do Grupo Técnico de Enfermeiras.

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Referências

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Publicado

30-11-1998

Como Citar

1.
Pedrazzani ES, Helene LMF, Vieira CS de CA, Vieth H, Bezerra CM, Mendes EB. Capacitação de multiplicadores na área de enfermagem em hanseníase. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 1998 [citado 25º de abril de 2024];23(1/2):27-34. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36462

Edição

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