Aplicação do teste Elisa anti-PGL-1 em localidade com alta endemicidade de hanseníase na região norte do estado de São Paulo

Autores

  • Mitie Tada L.R.F. Brasil Centro de vigilância Epidemiológica Prof. A. Vranjac - SES - SP
  • Luiz Roberto de Oliveira
  • Carmen Silvia de Melo
  • Paulo Mutuko Nakamura
  • Nelly S. Rimoli
  • Sérgio Cavalari Filho
  • Márcia B. Oliveira
  • Vera L. Gattás
  • Otília S. J. Gonçalves
  • Osmar Rotta

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.1998.v23.36463

Palavras-chave:

Hanseníase, Epidemiologia, Endemias, Glicolipídeo fenólico-1 (PGL-1), Elisa

Resumo

Testes sorológicos para diagnóstico de hanseníase utilizando o antígeno glicolipídeo fenólico-1 (PGL-1) abriram várias possibilidades para o estudo do comportamento epidemiológico dessa doença. O objetivo do trabalho foi avaliar os resultados da aplicação do teste Elisa anti-PGL-1 em uma comunidade urbana com alta endemicidade de hanseníase no estado de São Paulo. Nela se conseguiu, na época do estudo, coeficientes de detecção e prevalência de 27,1 e 167,2 casos por 10.000 habitantes, respectivamente. Foram recenseados 8.491 residentes na área urbana e destes 6.666 foram avaliados com o teste Elisa IgM anti-PGL1. A sorologia se revelou positiva em 9,0% da população geral, sendo que, para as mulheres, a taxa de positividade encontrada foi de 10,1 % e para os homens de 7,6%. A soropositividade observada entre as mulheres foi maior em quase todas as faixas de idade, exceto na de 50 anos e mais. Entre os doentes registrados a taxa de soropositividade foi de 22,6%. A alta proporção de pessoas clinicamente sadias com sorologia positiva pode indicar infecção subclínica. Algumas questões não puderam ser respondidas neste estudo: quais destes indivíduos poderão vir a manifestar a doença e em quanto tempo. Falta avaliar a sorologia em situação de média e baixa endemia. A baixa sensibilidade do teste prejudica sua adoção indiscriminada para diagnóstico na rotina dos programas de controle. Concluiu-se,
entretanto, por não descartá-lo como objeto de pesquisa, aprimorando sua sensibilidade, especificidade e tornando-o de baixo custo. Desse modo, poder-se-ia dispor de mais um instrumento nas atividades do controle e eliminação da hanseníase.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1. ABREU-CASTELLS, E.G., SEGREDO, A . C. , A L B E R N A S , J . M. et al. Comprobacion serologica de la actividad de um antigeno del M. leprae obtenido por sistesis quimica. Rev. cubana Med. Trop., v.41, p.10-7,1989.
2. AGIS F., SCHILICH, P., CARTEL, J.L., et al. Use of anti- M. leprae phenolic glycolipid-1 antibody detection for early diagnosis of prognosis of leprosy. Int. I. Leprosy., v.56, p.527-36, 1988.
3. ANDRADE, V.L.G. Características epidemiológicas da hanseníase em área urbana: Município de São Gonçalo - Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1990. Dissertação (Mestre).
4 . A R R U D A , M . S . P . , ASTOLFI,C.S. Algumas considerações a respeito da reação de Rubino. Hansen. Int., v.10, p.5-9, 1985.
5. BACH, M. A., WALLACH, D., FLAGEUL, B. et al. Antibodies to phenolic glycolipid-1 and to whole M. leprae in leprosy patient: evolution during therapy. Int. I. Leprosy, v.54, p.256-76, 1986.
6. BAGSHAWE, A .F., GARSIA,R.J., BAUMGART,K. et al. IgM serum antibodies to phenolic glycolipid1 and clinical leprosy: two years observation in a
community with hyperendemic leprosy. Int. I. Leprosy., v.58, p.25-30, 1990.
7. BAUMGART, K., BRITTON, W., BASTEN, A. et al. Use of phenol ic glycolipid-1 for serodiagnosis of leprosy in a high prevalence village in Papua-New Guinea. Trans. R. Soc. Trop. Med. Hyg. v.81, p. 1030-2, 1987.
8. BRASIL, M.L.R.F., OLIVEIRA, L.R., MELO, C.S. et al. Estudo da sensibilidade e especificidade do teste ELISA anti PGL-1 no Estado de São Paulo. Hansen. lnt.,v.22, p.35-43, 1997.
9. BRETT, S. I . , DRAPER, P. , PAYNE, S.N. et al. Serological activity of a characteristic phenolic glycolipid from M. leprae in sera from patients with leprosy and tuberculosis. Cl in. Exp. Immunol., v.52, p.271-9, 1983.
10 . BURGESS, P.J., FINE, P.E.M., PONNINGHAUS, J.M. et al. Serological tests in leprosy. The sensitivity, specificity and precictive value of ELISA tests basec on phenol ic glycolipid antigens and the implications for their use in epidemiological studies. Epidem. Inf., v.101, p.159-71, 1988.
11. CHATERJEE, B.R., TAYLOR, C.E., THOMAS, J. et al. Acid-fast bacillary positiving in asymptomatic individuals in leprosy endemic villages around
JHALDA in West Bengal. Leprosy. Rev., v.48, p.119-31, 1976.
12. CHO, S. , YANAGIHARA, D. L. , HUNTER, S.W. Serological specificity of phenolic glycolipid-1 from Mycobacterium leprae and use in serodiagnosis of leprosy. Infectious and Immunity, v.41, p.1077-83, 1983.
13. CONVIT, J., PINARDI, M.E., ROJAS, F.A. et al. Tests with three antigens in leprosy - endemic and non endemic areas. Bull. World health Organ., v.52, p.193-8, 1975.
14. COPELAND, K.T., CHECKOWAY, H., McMICHAEL, A . J . et al. Bias due to misclassification in the estimation of relative risk. Am. I. Epidem., v.105, p. 88-95, 1977.
15. DOUGLAS, J.T., STEVENS,L.M., FAJARDO,T. et al. The effects of chemotherapy on antibody levels in lepromatous patients. Leprosy Rev., v.59, p.127-35, 1988.
16. FINE, P.E.M., PONNINGHAUS,V.M., BURGESS, P. et al. Seroepidemio-logical studies of leprosy in Northern Malawii, based on an enzyme-linked
immunosorbent assay using synthetic glycoconjugate antigen. Int. I. Leprosy, v.6, p. 243-54, 1988.
17. GODAL,T., NEGASSI, K. Subclinical infection in leprosy. Br. Med. l., v.3, p.557-9, 1973.
18. GROENEN,G., PATTYN,S.R., GHYS,P. et al. A longitudinal study of incidence of leprosy in a hyperendemic area in Zaire with special reference to PGL-1 antibody results. Int. J. Leprosy, v.58, p. 641-50, 1990.
19. HUNTER,S.W., BRENNAN,P.J. A novel phenolic glycolipid from mycobacterium leprae. Possible involved in immunogenicity and pathogenicity. J. Bacteriol., v.147, p.728-35, 1981.
20. IRGENS,L.M. Secular trends in leprosy: Increase in age at onset associated with declining rates and long incubation periods. Int. J. Leprosy, v.53,
p.610-7,1985. (Editorial).
21. KLATSER,P.R., WIT,M.D., FAJARDO,T.T. et al. Evaluation of Mycobacterium leprae antigens in t h e mo n i t o r i n g o f d a p s o n a - b a s e d
chemotherapy of previously untreated lepromatous patients in Cebu, Phillipines. Leprosy Rev., v.60, p.178-86, 1989.
22. KRISHNAMURTHY,P., RAO,P.S., REDDY,B.N. et al. Seroepidemiological study of leprosy in a highly endemic population of South India based on Elisa using synthetic PGL-1. Int. J. Leprosy, v.59, p.426-31. 1991.
23. KRONVALL,G. The potential of immunological tests as a tool in the epidemiology of leprosy. Leprosy Rev., v.52 (suppl 1), p.207-19. 1981.
24. LAFERTE, J., ABREU,E.G., ROBAINA,R. et al. Ultramicroelisa para la detección de anticuerpos Igm anti M. leprae. Rev. Inst. Med. Trop., v.33, p.491-5, 1991.
25. MADDISON,S.E., STEWART,C.C., FARSHTY,C.E. et al. The relationship of race, sex and age to concentration of serum immunoglobulins expressed in International units in healthy adults in the U.S.A . Bull. World Healthy Organ., v.52, p.179-85, 1975.
26. MENZEL,S., HARBOE,M., BERGSVIK,H. et al. Antibodies to a synthetic analog of phenolic glycolipid-1 of M. leprae in the healthy household contacts of patients with leprosy. Int. J. Leprosy, v.55, p.617-25, 1987.
27. PONNINGHAUS, J.M., BOERRITGER, G. Ten years Leprosy control work in Malawi (Central Africa) II: Patterns of endemicity since 1973. Leprosy Rev., v. 57, p.221-36, 1986.
28. SEADE. Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados. Anuário estatístico: 1988. p.108, 235.
29. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO. Divisão de Vigilância da Hanseníase - CVE. Relatório da situação da endemia Hansênica no Estado de São Paulo: 1992. 18p.
30. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO. Divisão de Vigilância da Hanseníase - CVE. Relatório da endemia Hansênica no Estado de São Paulo: 1996. 19p.
31. SOEBONO,H., KLATSER,P.R. A seroepidemiological study of leprosy in high and low endemic Indonesian villages. Int. J. Leprosy, v.59, p.416-25, 1991.
32. TAYLOR,C.E., ELLISTON, E.P., GIDEON,H. Assintomatic infection in leprosy. Int. J. Leprosy, v.33, p.716-27, 1965.

Downloads

Publicado

30-11-1998

Como Citar

1.
Brasil MTL, Oliveira LR de, Melo CS de, Nakamura PM, Rimoli NS, Cavalari Filho S, Oliveira MB, Gattás VL, Gonçalves OSJ, Rotta O. Aplicação do teste Elisa anti-PGL-1 em localidade com alta endemicidade de hanseníase na região norte do estado de São Paulo. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 1998 [citado 19º de abril de 2024];23(1/2):35-48. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36463

Edição

Seção

Artigos originais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)