Reação tipo 1 ulcerativa em hanseníase dimorfo-tuberculóide
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Palavras-chave

Hanseníase
Reação Tipo 1
Hanseníase Lazarina
Hanseníase dimorfa-tuberculóide

Como Citar

1.
Mushtaq S. Reação tipo 1 ulcerativa em hanseníase dimorfo-tuberculóide: uma apresentação rara. Hansen. Int. [Internet]. 2º de outubro de 2024 [citado 21º de dezembro de 2024];49:1-8. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/40191

Resumo

Introdução: a hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae, caracterizada por um amplo espetro de manifestações clínicas. Na Índia, a hanseníase dimorfa-tuberculoide é a forma mais comum encontrada na prática clínica. A reação hansênica tipo 1, nos pacientes dimorfo-tuberculoide, manifesta-se normalmente com a presença de eritema e/ou edema em lesões cutâneas pré-existentes. A ulceração das lesões cutâneas na reação tipo 1 é pouco frequente e ocorre em reações graves. Objetivo: relatar uma apresentação atípica de hanseníase dimorfa-tuberculoide com reação tipo 1 ulcerada em paciente imunocompetente. Descrição do caso: apresentamos o caso de um homem de 65 anos com queixa principal de placa ulcerada na coxa esquerda. Apresentava também, outras lesões cutâneas sugestivas de hanseníase dimorfa-tuberculoide no tronco e nos membros, bem como os nervos ulnar e poplíteo lateral esquerdos espessados e levemente doloridos. A baciloscopia foi negativa, enquanto a biópsia de pele confirmou o diagnóstico de hanseníase dimorfa-tuberculoide. O paciente respondeu à terapêutica com poliquimioterapia multibacilar, recomendada pela Organização Mundial de Saúde, e a doses decrescentes de prednisolona, com cicatrização completa da ulceração após 6 semanas de seguimento. Discussão: a reação hansênica tipo 1 associada a hanseníase dimorfa-tuberculoide apresenta-se geralmente com aumento de eritema e edema em lesões cutâneas pré-existentes. A ulceração dessas lesões não é comum, exceto nos casos graves. A administração de corticosteróides orais associada a poliquimioterapia multibacilar é a chave parao tratamento da reação hansênica tipo 1 ulcerada. A cicatrização da ulceração ocorre rapidamente com doses decrescentes de corticosteróides orais, limitando a duração da morbilidade. Consideração final: o caso enfatiza a necessidade de os dermatologistas e hansenologistas estarem atentos às apresentações atípicas das reações hansênicas, assegurando um diagnóstico oportuno e um manejo eficaz para alcançar os melhores resultados na evolução dos pacientes.

https://doi.org/10.47878/hi.2024.v49.40191
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